— Acho que vou virar monge e viver o resto da vida em celibato. — Respondeu Lucas.Camila pensou: "Quando eu for boa o suficiente que até seu pai passe a me admirar, então ele mesmo vai me pedir para voltar e se casar de novo com você. Mas até alcançar esse objetivo, não vou dizer nada. Falar antes seria pura presunção." Camila tentou acalmá-lo:— Se comporta, resolve sozinho. Lucas deixou transparecer nos olhos uma mistura de autocomiseração e sarcasmo:— Você sempre usa essa frase para me despistar. Camila desviou o assunto rapidamente:— Não se esqueça do que eu acabei de dizer. Nada de sair por aí flertando. Lucas respondeu com firmeza:— Pode ficar tranquila.Ele desligou o telefone.Tomás, que jogava golfe com ele, observava a cena com uma expressão de inveja:— Você se dá bem com a sua ex. Parece que, depois do divórcio, as coisas estão até melhores do que antes. Lucas arqueou levemente uma sobrancelha:— Você brigou de novo com a sua mulher, não foi? Era verdade. Tom
A folha de papel, do tamanho de uma palma, era fina como uma asa de cigarra. Parecia ter sido tratada com algum componente especial, pois era incrivelmente resistente. Apesar de todos esses anos, não apresentava danos ou rachaduras. No desenho, traços delicadíssimos formavam uma paisagem com montanhas, um lago e uma floresta de pinheiros altos. No meio das árvores, havia um “X” marcado. Aparentemente, o “X” indicava o local onde o tesouro estava enterrado. Camila fixou os olhos na imagem, analisando-a cuidadosamente. Aquela montanha tinha algo de peculiar; por perto, provavelmente haveria um antigo túmulo. Como a pintura fazia parte da coleção da família Baptista, deduziu que o túmulo deveria ser um mausoléu ancestral da família. Isso significava que o tesouro estava escondido próximo ao túmulo dos antepassados. A forma engenhosa com que o mapa do tesouro fora ocultado, entre a pintura e a folha base, só podia indicar que aquele tesouro representava uma fortuna considerável.
Depois de uma intensa noite de amor, Camila Santos estava suando muito. Ao contrário de antes, Lucas Costa não foi tomar banho. Ele a abraçou por trás, apertando-a com força, como se quisesse fundi-la ao seu corpo.Camila quase se derreteu em seus braços. Sentia-se surpresa, nervosa, excitada e um pouco triste.Três anos de casamento, e essa foi a primeira vez que ele a abraçou assim. Ela teve a sensação de estar sendo profundamente amada.Seu coração batia forte. Lentamente, ela se virou e o abraçou com força, um sorriso doce e radiante no rosto, como se estivesse abraçando o mundo inteiro.Eles ficaram assim por muito tempo.Lucas a soltou e sentou-se. Tirou um cigarro, acendeu e deu uma longa tragada.A fumaça envolveu seu rosto lindo, obscurecendo suas expressões e pensamentos. Ele estava tão absorto que não percebeu quando o cigarro quase queimou seus dedos.Camila tossiu suavemente:— Você não tinha parado de fumar?Lucas apagou o cigarro, seus olhos profundos fixos nos dela. Apó
Camila estava com sentimentos misturados, sem saber como responder.Ela virou lentamente e olhou para Lucas.Ele não sorria com frequência, mas quando o fazia, era encantador. Seus olhos escuros brilhavam como o brilho das estrelas no mar.Eles estavam prestes a ficar juntos, ele devia estar muito feliz.Camila também sorriu, mas era um sorriso de coração partido.— Te desejo toda a felicidade. — Ela disse, virando-se para entrar no carro.Assim que a porta se fechou, lágrimas rolaram. A dor antiga se misturou à recente, fazendo-a se encolher de dor.O motorista colocou a mala no carro e se preparou para partir.Vendo o carro se afastar rapidamente, o sorriso de Lucas ficou imóvel, a luz em seus olhos se apagando lentamente.De volta à casa de Santos,Camila puxou a mala para dentro.Ao ver os olhos inchados de Camila e a mala em suas mãos, Maria Santos ficou chocada.— Filha, o que aconteceu?Camila abaixou a cabeça para trocar de sapatos, tentando manter a calma.— Mãe, estou voltand
Camila saiu e entrou no carro.Em poucos dias, Lucas parecia mais magro, suas feições profundas estavam ainda mais marcadas, seu olhar era tão atraente que Camila não conseguia desviar os olhos.Ela percebeu que ainda o amava e não conseguia esquecê-lo.— Este é um presente, parabéns pelo novo emprego. — Lucas lhe entregou uma caixa de veludo azul.Camila abriu a caixa e viu um pingente de ametista. A luz suave e roxa emanava da pedra, iluminando delicadamente seu rosto. Este pingente de ametista simbolizou paz e saúde desde a antiguidade. A ametista tinha uma textura suave e elegante, era translúcida e brilhante, um verdadeiro tesouro entre os cristais.Com um sorriso, Camila perguntou:— Por que me deu algo tão valioso?Lucas respondeu, olhando-a nos olhos:— Você trabalha restaurando pinturas antigas e pode entrar em contato com objetos de tumbas antigas. Este pingente pode proteger você. Deixe-me colocar para você.Ele colocou o pingente no pescoço dela, seus dedos roçando levement
Chloe tinha um rosto pálido e delicado, muito parecido com o de Camila. Não era uma semelhança exata, mas à primeira vista, elas eram extremamente parecidas.Só olhando com mais atenção, dava para ver as diferenças.Chloe tinha uma aparência frágil e delicada, com sobrancelhas arqueadas, nariz pequeno e lábios finos.Camila, por outro lado, irradiava tranquilidade e uma força interior.Foi só naquele momento que Camila percebeu que, para Lucas, ela era apenas um substituto.Ela sorriu amargamente.Não era de se surpreender que três anos atrás, ele aceitou se casar com ela após apenas uma olhada.— Lucas,você… vocês estão aqui. — Disse Ana Paula, mãe de Chloe, forçando um sorriso.Mas, quando seus olhos se voltaram para Camila, o olhar não era nada amigável.Lucas acenou levemente em resposta.Ana se aproximou da cama e deu uma leve tapinha no ombro de Chloe.— Chloe, Lucas veio te ver.Chloe abriu os olhos lentamente, olhando para Camila sem surpresa, como se já soubesse da semelhança
Acostumado a ver a Camila sempre calma e serena, Lucas ficou surpreso ao vê-la tão nervosa, parecendo um gatinho assustado. Ele achou a cena interessante e, com um sorriso provocador, disse: — Você que veio para perto de mim, e não adianta empurrar, você não saía.O rosto de Camila ficou vermelho:— Impossível.O sorriso de Lucas se alargou:— Da próxima vez, vou gravar com o celular, para você não negar.Camila ficou ainda mais embaraçada, virou-se rapidamente e pegou uma camisa na mesa de cabeceira, tentando vesti-la. Na pressa, ela nem percebeu que abotoou errado.Enquanto observava a figura esguia de Camila se vestindo desajeitadamente, Lucas lembrou-se da noite anterior. No sono, ela parecia assustada, encolhida em uma pequena bola, tremendo. Ele a abraçou e tentou acalmá-la, mas ela murmurou ‘Pedro...’ de olhos fechados.Ele não sabia quantas vezes já ouvira isso. Quanto amor seria necessário para alguém se lembrar tão intensamente?Lucas tinha investigado esse ‘Pedro’ por mu
O homem magro e alto caiu no chão de concreto com um baque surdo, seu corpo se contorcendo como um saco de trapos antes de suas pernas se esticarem e seus olhos se fecharem. Um fio de sangue escuro começou a escorrer lentamente de sua cabeça.Os cães no pátio começaram a latir descontroladamente.Aproveitando a confusão, o careca tentou fugir, mas os policiais rapidamente o dominaram, o imobilizaram no chão, pegaram a pintura e o algemaram.Camila ainda estava com as mãos agarradas na moldura da janela, olhando fixamente para Lucas, que havia disparado a arma.Casada com ele há três anos, ela não sabia que Lucas sabia atirar, e muito menos com tamanha precisão.Naquele momento de extrema tensão, se ele tivesse disparado um pouco mais cedo ou mais tarde, ou se a bala tivesse desviado um pouco, Camila teria sido fatalmente ferida.Lucas jogou a arma no chão, deu largos passos em direção a ela e a tirou da janela.Com cuidado, ele começou a tratar do ferimento em seu pescoço.Ele a abraço