— Mãe! A porcentagem de ações que controlamos é de apenas cinco por cento. A família Coelho, por outro lado, detém quarenta por cento, quase metade! O diretor nunca iria se arriscar a enfrentar a família Coelho por causa da família Arruda. — Explicou Diego com frieza.Além disso, ele ainda não havia mencionado o mais importante: Isadora tinha uma reputação péssima fora da escola. Dentro da instituição, ela se aproveitava do nome da família Arruda para intimidar colegas, perseguindo qualquer um que não lhe agradasse. Havia até bons alunos que, por causa dela, foram obrigados a abandonar os estudos. O diretor já havia sido muito diplomático. Antes, ele era pressionado pela influência da família Arruda, mas agora, com a interferência da família Coelho, não havia mais como proteger Isadora.— É tudo uma cambada de covardes que só sabem bajular os fortes e pisar nos fracos! Ai, meu Deus! O que será da minha Isadora? — Lamentou Luana, chorando e gritando ao telefone.A voz de Diego ficou ain
— Você simplesmente jogou a dignidade da família Arruda no lixo! Inclusive aquelas coisas que você postou nos fóruns... Não posso te ajudar! — Disse Diego, com o rosto cada vez mais fechado.— Irmão! Eu fiz tudo isso por você! Foi aquela vadia que te traiu durante o casamento, e mesmo assim você ainda deu tanto dinheiro e aquela casa para ela! Ela só casou com você por causa do dinheiro! Eu não suporto ver aquela mulher! Como ela tem coragem de ser tão descarada e ainda levar o dinheiro da família Arruda? — Gritou Isadora, completamente fora de si.— Chega! — Exclamou Diego, com a expressão ainda mais sombria. — Não se trata mais de te salvar ou não. Você sabe quem te colocou aqui? Foi a família Coelho! Ninguém pode te ajudar! Aproveite para refletir sobre o que você fez.Diego deu as costas e saiu imediatamente.— Não vá! Irmão! Você não pode ir embora! — Isadora gritou, desesperada, batendo na porta como se isso pudesse detê-lo. Mas, assim que ela começou a fazer barulho, dois polici
Murilo ainda respondeu com paciência:— Ayla, não foi tarde. Veja, eu já salvei vocês duas.— Alana, você está segura agora? — Perguntou Ayla de repente, sem qualquer explicação.Alana ficou surpresa com a pergunta, mas acabou assentindo:— Estamos todas seguras agora.— Hum! — Ayla não disse mais nada. Ela puxou o copo de chá à sua frente e começou a beber, gole por gole.Murilo pareceu ficar perdido em seus pensamentos por um momento, como se estivesse refletindo sobre algo.Já era tarde da noite quando Murilo terminou de arrumar tudo e foi embora.Ayla dormiu rapidamente, mas Alana, por outro lado, não conseguia pregar os olhos. Ela continuava pensando em Murilo. Sem dúvida, ele era um homem perfeito. O problema era que ela podia sentir seus próprios sentimentos por ele mudando, de uma maneira que ela não conseguia controlar.Por mais que tentasse manter distância, quanto mais ela tentava evitar Murilo, mais sentia vontade de se aproximar dele.[Segundo as últimas notícias, a Srta.
Diego tinha acabado de assinar um contrato em um café sofisticado. Desde cedo, ele estava inquieto, com a cabeça cheia das imagens de Alana e Murilo juntos. Ao sair do café, avistou uma confeitaria ao lado, com uma fila que se estendia pela calçada. O ambiente era animado e cheio de vozes.Nico, percebendo o olhar de Diego, comentou:— Sr. Diego, essa é a confeitaria Procurar Sabor, muito famosa aqui em Huambo. Dizem que tem gente que dirige horas só para vir comprar os doces de lá. O lugar virou ponto obrigatório para influencers tirarem fotos. Mas tem um detalhe: eles limitam a quantidade de produtos por dia, então sempre sobra uma boa parte da fila que vai embora de mãos vazias.— Procurar Sabor? — Diego repetiu o nome, tentando se lembrar onde já o tinha ouvido antes.De repente, sua memória o levou a uma noite específica. Ele havia acabado de voltar do trabalho, cansado, quando Alana apareceu animada, segurando uma sacola cheia de doces. Sobre a mesa de centro, ela organizava cu
Enquanto os dois estavam ocupados na cozinha, a campainha tocou.Ayla correu para abrir a porta. No momento em que viu quem estava ali, recuou alguns passos com medo e correu de volta para a cozinha.— Alana, tem uma pessoa... — Disse Ayla, com a voz trêmula. Alana secou as mãos com um pano e perguntou: — Quem é? Quando ela foi até a porta e viu quem estava ali, ficou paralisada. Era Diego. O sorriso que estava em seu rosto desapareceu imediatamente, e suas sobrancelhas se franziram. — Diego, o que você quer aqui? — Perguntou Alana, com um tom frio. — Alana, a Ayla está na sua casa? — Perguntou Diego, surpreso por ter sido recebido pela menina. No entanto, ao ver Alana usando um avental, algo dentro dele pareceu se agitar. Era como se ele tivesse voltado no tempo, para os dias em que eles viviam juntos. — Diego, quem eu convido para a minha casa não é da sua conta. Diga logo o que você quer, ou vá embora. Estou ocupada e não tenho tempo para perder com conversa fiada. — R
Alana lavou as mãos novamente, aumentou o fogo ao máximo e colocou a carne comprada no supermercado na panela com azeite. O chiado alto encheu o ambiente, enquanto o vapor quente subia e atingia seu rosto.O suor começou a se acumular em sua testa. Quando ela levantou a mão para enxugá-lo, Murilo apareceu com um pedaço de papel e limpou o suor para ela.— Obrigada. — Disse Alana, em voz baixa.Murilo jogou o papel no lixo, limpou as próprias mãos e começou a cortar os vegetais. Suas mãos eram claras, com ossos elegantes, e a faca de aço em suas mãos parecia uma extensão natural, quase uma obra de arte. Sob o contraste dos vegetais verdes, suas mãos pareciam ainda mais brancas. Alana olhou para ele por um momento. Ela ainda sentia o toque da mão dele em sua testa, e sem perceber seu rosto ficou vermelho. Ela retirou a carne da panela e disse: — Murilo, pode lavar os pimentões para mim? — Claro. — Murilo respondeu imediatamente, colocando a faca de lado e pegando os pimentões par
Telma já estava esperando em casa há bastante tempo. Assim que Diego chegou, ela pegou com delicadeza a pasta de documentos e a caixa de doces que ele carregava. Seus olhos brilharam ao ver o nome da marca estampado no pacote. — Você foi comprar doces dessa confeitaria? Já ouvi falar muito sobre a Procurar Sabor de Huambo, mas nunca tive a oportunidade de experimentar. Comprou especialmente para mim? — Perguntou Telma, com um sorriso animado. Diego hesitou por um momento, sentindo-se um pouco desconfortável, mas acabou assentindo:— Se você gostar, da próxima vez eu levo você até lá.— Combinado. — Disse Telma, colocando a caixa sobre a mesa. Enquanto Diego subia as escadas, Telma abriu a embalagem com um sorriso doce no rosto. Ela se sentia aliviada, pensando que suas preocupações recentes eram desnecessárias. Diego, afinal, parecia ser o mesmo de antes. Porém, ao retirar os doces da caixa, algo chamou sua atenção: um pequeno tubo de pomada estava preso no fundo. Ela franziu o
Alana não disse mais nada e terminou de beber o chá de hortelã, com o rosto corado.À noite, Murilo já ia embora, mas se lembrou de algo e falou com Alana.— Amanhã de manhã eu venho buscar a Ayla para levá-la à casa do vovô. Obrigado por cuidar dela esses dias. — Disse ele.Alana sorriu de leve.— Eu já considero a Ayla como uma irmãzinha. — Respondeu ela.No dia seguinte, perto do meio-dia, Murilo levou Ayla embora. Alana estava almoçando quando o celular tocou. Era Diego. Ela, por impulso, desligou, mas ele ligou novamente.Alana atendeu de mau humor:— Diego! O que você quer, afinal?— Alana, calma, não desliga. Eu liguei por causa do vovô. — Pediu Diego.— Vovô? O que aconteceu com ele? — A expressão de Alana suavizou. Entre todos da família Arruda, era o avô quem sempre a tratava melhor.— O vovô anda sem apetite. Vou levá-lo para fazer uns exames. Ele sente muita saudade de você. Será que você pode vir e fazer companhia para ele? — Perguntou Diego.Alana pensou por um instante,