Telma já estava esperando em casa há bastante tempo. Assim que Diego chegou, ela pegou com delicadeza a pasta de documentos e a caixa de doces que ele carregava. Seus olhos brilharam ao ver o nome da marca estampado no pacote. — Você foi comprar doces dessa confeitaria? Já ouvi falar muito sobre a Procurar Sabor de Huambo, mas nunca tive a oportunidade de experimentar. Comprou especialmente para mim? — Perguntou Telma, com um sorriso animado. Diego hesitou por um momento, sentindo-se um pouco desconfortável, mas acabou assentindo:— Se você gostar, da próxima vez eu levo você até lá.— Combinado. — Disse Telma, colocando a caixa sobre a mesa. Enquanto Diego subia as escadas, Telma abriu a embalagem com um sorriso doce no rosto. Ela se sentia aliviada, pensando que suas preocupações recentes eram desnecessárias. Diego, afinal, parecia ser o mesmo de antes. Porém, ao retirar os doces da caixa, algo chamou sua atenção: um pequeno tubo de pomada estava preso no fundo. Ela franziu o
Alana não disse mais nada e terminou de beber o chá de hortelã, com o rosto corado.À noite, Murilo já ia embora, mas se lembrou de algo e falou com Alana.— Amanhã de manhã eu venho buscar a Ayla para levá-la à casa do vovô. Obrigado por cuidar dela esses dias. — Disse ele.Alana sorriu de leve.— Eu já considero a Ayla como uma irmãzinha. — Respondeu ela.No dia seguinte, perto do meio-dia, Murilo levou Ayla embora. Alana estava almoçando quando o celular tocou. Era Diego. Ela, por impulso, desligou, mas ele ligou novamente.Alana atendeu de mau humor:— Diego! O que você quer, afinal?— Alana, calma, não desliga. Eu liguei por causa do vovô. — Pediu Diego.— Vovô? O que aconteceu com ele? — A expressão de Alana suavizou. Entre todos da família Arruda, era o avô quem sempre a tratava melhor.— O vovô anda sem apetite. Vou levá-lo para fazer uns exames. Ele sente muita saudade de você. Será que você pode vir e fazer companhia para ele? — Perguntou Diego.Alana pensou por um instante,
— Srta. Telma, venha por aqui. Agora aguarde um instante, vou chamar o Sr. Dario. — O mordomo rapidamente entrou no salão e foi avisar Diego sobre a chegada de Telma.Quando Diego ouviu, ele mudou de expressão e foi imediatamente até onde Telma estava.— Você veio fazer o quê? — Diego perguntou, demonstrando certo incômodo.Telma fingiu naturalidade enquanto sorria:— Ouvi você dizer que o vovô não anda comendo bem, então trouxe umas coisas gostosas para ele. Eu queria vir com você, mas você saiu tão apressado, acabei tendo que vir sozinha.Diego nem olhou para a caixa de comida, apenas respondeu com doçura contida:— Telma, você sabe que o vovô… Talvez seja melhor você voltar para casa.Telma ficou paralisada, olhando para Diego incrédula, os olhos marejados:— Diego, eu vim só por preocupação, e você quer mesmo que eu vá embora levando tudo de volta? Além disso, vamos nos casar em breve. Para o nosso futuro, preciso me dar bem com o vovô. Acredite em mim, por você, eu faço qualquer c
Dario lançou um olhar frio para Telma e falou com voz ríspida:— Eu não ensino ninguém a jogar xadrez. Na verdade, nem sou tão fã assim. Só espero que Alana venha, de vez em quando, fazer companhia para mim e jogue algumas partidas comigo.O olhar de Telma mudou. Ela não conseguiu mais manter a postura elegante. Sendo ignorada daquela forma, ela não entendia o que Alana teria dito a Dario para deixá-lo tão distante dela.Pensando nisso, Telma falou, pela primeira vez, sem esconder a insatisfação:— Vovô, no fim das contas, a Srta. Alana é uma estranha. Eu sou a esposa do Diego, sou parte dessa família.Diego imediatamente interveio:— Telma, que absurdo você está dizendo!— E o que tem, Diego? Eu estou errada? Afinal, é comigo que você vai se casar. — Telma insistiu, teimosa.Dario bateu a peça no tabuleiro com força e falou em tom grave:— Diego, você não tem coisas para resolver na empresa? Então vão embora os dois. Eu estou ótimo, não preciso de ninguém aqui me incomodando.— Vovô,
Dario fez um movimento no tabuleiro e comentou, demonstrando certa insatisfação.— Alana, não venha me enganar, não. Eu percebi faz tempo. Na última partida, você podia ter vencido, mas deixou eu ganhar de propósito.— Vovô, o senhor é muito melhor que eu no xadrez, nunca conseguiria te vencer. Está dizendo isso só para me animar, não é? — Alana respondeu, avançando uma peça enquanto sorria abertamente.— Eu te conheço muito bem! Alana, não dê atenção para aquele idiota do Diego. Só de olhar para ele, já fico irritado! — Dario suspirou.Ele sabia que, apesar de Alana ser uma garota tão boa, ela e a família Arruda estavam destinados a não ficarem juntos. Ele só lamentava que Diego, aquele cabeça-dura, depois do divórcio ainda continuasse... Dario nunca foi tolo. Durante a partida, ele percebeu que Diego não tirava os olhos de Alana nem por um instante. Desde o divórcio, Dario já imaginava que esse dia chegaria.— Vovô, pode deixar, entendi. — Alana respondeu.Ela sabia que Dario realmen
Alana apenas sentiu vontade de rir daquela situação e respondeu com ironia:— Se ele te ama tanto assim, por que você perde tempo falando essas bobagens comigo?Quando Telma ia retrucar, um Cayenne parou na calçada. Murilo desceu do carro e olhou diretamente para Alana.Alana não deu mais atenção a Telma e caminhou até Murilo:— Sr. Murilo, por que me chamou aqui?— Entra no carro, depois conversamos. — Murilo abriu a porta do passageiro para ela.Alana apenas assentiu com a cabeça e entrou no carro sem dizer mais nada.Telma, com os olhos marejados, não se conformou e gritou para Murilo:— Sr. Murilo! Você sabia que a Srta. Alana não para de se envolver com o Diego?Murilo se surpreendeu, virou-se para Telma e respondeu:— Pelo que eu sei, quem sempre procura é o Diego. O nome disso é assédio.Depois disso, ele entrou no carro.Alana comentou com desdém:— Esses dois realmente nasceram um para o outro.— Foi o Diego que te chamou aqui? — Murilo perguntou.Alana confirmou com a cabeça:
Assim que terminou de falar, Alana voltou para o próprio apartamento no andar de baixo. Ela sabia, racionalmente, que não podia se deixar envolver pelo carinho de Murilo e precisava reconhecer o seu lugar. Talvez estivesse na hora de se posicionar de verdade.À noite, Telma voltou para casa completamente abatida. Diego tinha acabado de sair do banho e perguntou:— Por que demorou tanto para voltar?Telma forçou um sorriso:— Minha mãe conversou bastante comigo.— Entendi. Vou para o escritório terminar umas coisas. — Diego passou por ela, sem parar.Telma ficou olhando para as costas dele, os olhos cheios de frustração. Meia hora depois, ela trocou de roupa: vestiu uma camisola de cetim rendada, decote baixo e justa ao corpo, realçando suas curvas. Com os cabelos ainda meio úmidos caindo sobre os ombros, ela borrifou perfume, passou batom e entrou com uma taça de vinho no escritório.Ela se aproximou de Diego e pousou a taça diante dele:— Diego, faz tempo que não conversamos direito.
[Professora Alana, depois daquela nossa conversa, eu me senti muito melhor. Volta logo, preciso te contar mais coisas.][Professora Alana, obrigada por ter mostrado meu artigo para minha ídola. Ela até respondeu meu e-mail!][Professora Alana, todos estão preocupados com você! Volte logo!]Inúmeras mensagens calorosas e cheias de carinho encheram os olhos de Alana de lágrimas. Com os olhos úmidos, ela abriu a porta da sala de atendimento.Tudo continuava como antes. Ela percebeu que o cofre quebrado havia sido recolocado no lugar, mas agora estava consertado.Alana sentou-se em seu lugar, ligou o computador e começou a trabalhar. Os posts maldosos e alarmistas do fórum já tinham sido todos apagados, como se alguém tivesse limpado tudo de propósito. O ambiente virtual voltara a ser dominado por debates acadêmicos, como sempre fora.No departamento de polícia de Huambo.Luana e Telma esperavam diante da sala de detenção. Alguns minutos depois, a porta se abriu e Isadora saiu, escoltada p