Alana não disse mais nada e terminou de beber o chá de hortelã, com o rosto corado.À noite, Murilo já ia embora, mas se lembrou de algo e falou com Alana.— Amanhã de manhã eu venho buscar a Ayla para levá-la à casa do vovô. Obrigado por cuidar dela esses dias. — Disse ele.Alana sorriu de leve.— Eu já considero a Ayla como uma irmãzinha. — Respondeu ela.No dia seguinte, perto do meio-dia, Murilo levou Ayla embora. Alana estava almoçando quando o celular tocou. Era Diego. Ela, por impulso, desligou, mas ele ligou novamente.Alana atendeu de mau humor:— Diego! O que você quer, afinal?— Alana, calma, não desliga. Eu liguei por causa do vovô. — Pediu Diego.— Vovô? O que aconteceu com ele? — A expressão de Alana suavizou. Entre todos da família Arruda, era o avô quem sempre a tratava melhor.— O vovô anda sem apetite. Vou levá-lo para fazer uns exames. Ele sente muita saudade de você. Será que você pode vir e fazer companhia para ele? — Perguntou Diego.Alana pensou por um instante,
— Srta. Telma, venha por aqui. Agora aguarde um instante, vou chamar o Sr. Dario. — O mordomo rapidamente entrou no salão e foi avisar Diego sobre a chegada de Telma.Quando Diego ouviu, ele mudou de expressão e foi imediatamente até onde Telma estava.— Você veio fazer o quê? — Diego perguntou, demonstrando certo incômodo.Telma fingiu naturalidade enquanto sorria:— Ouvi você dizer que o vovô não anda comendo bem, então trouxe umas coisas gostosas para ele. Eu queria vir com você, mas você saiu tão apressado, acabei tendo que vir sozinha.Diego nem olhou para a caixa de comida, apenas respondeu com doçura contida:— Telma, você sabe que o vovô… Talvez seja melhor você voltar para casa.Telma ficou paralisada, olhando para Diego incrédula, os olhos marejados:— Diego, eu vim só por preocupação, e você quer mesmo que eu vá embora levando tudo de volta? Além disso, vamos nos casar em breve. Para o nosso futuro, preciso me dar bem com o vovô. Acredite em mim, por você, eu faço qualquer c
Dario lançou um olhar frio para Telma e falou com voz ríspida:— Eu não ensino ninguém a jogar xadrez. Na verdade, nem sou tão fã assim. Só espero que Alana venha, de vez em quando, fazer companhia para mim e jogue algumas partidas comigo.O olhar de Telma mudou. Ela não conseguiu mais manter a postura elegante. Sendo ignorada daquela forma, ela não entendia o que Alana teria dito a Dario para deixá-lo tão distante dela.Pensando nisso, Telma falou, pela primeira vez, sem esconder a insatisfação:— Vovô, no fim das contas, a Srta. Alana é uma estranha. Eu sou a esposa do Diego, sou parte dessa família.Diego imediatamente interveio:— Telma, que absurdo você está dizendo!— E o que tem, Diego? Eu estou errada? Afinal, é comigo que você vai se casar. — Telma insistiu, teimosa.Dario bateu a peça no tabuleiro com força e falou em tom grave:— Diego, você não tem coisas para resolver na empresa? Então vão embora os dois. Eu estou ótimo, não preciso de ninguém aqui me incomodando.— Vovô,
Dario fez um movimento no tabuleiro e comentou, demonstrando certa insatisfação.— Alana, não venha me enganar, não. Eu percebi faz tempo. Na última partida, você podia ter vencido, mas deixou eu ganhar de propósito.— Vovô, o senhor é muito melhor que eu no xadrez, nunca conseguiria te vencer. Está dizendo isso só para me animar, não é? — Alana respondeu, avançando uma peça enquanto sorria abertamente.— Eu te conheço muito bem! Alana, não dê atenção para aquele idiota do Diego. Só de olhar para ele, já fico irritado! — Dario suspirou.Ele sabia que, apesar de Alana ser uma garota tão boa, ela e a família Arruda estavam destinados a não ficarem juntos. Ele só lamentava que Diego, aquele cabeça-dura, depois do divórcio ainda continuasse... Dario nunca foi tolo. Durante a partida, ele percebeu que Diego não tirava os olhos de Alana nem por um instante. Desde o divórcio, Dario já imaginava que esse dia chegaria.— Vovô, pode deixar, entendi. — Alana respondeu.Ela sabia que Dario realmen
Alana apenas sentiu vontade de rir daquela situação e respondeu com ironia:— Se ele te ama tanto assim, por que você perde tempo falando essas bobagens comigo?Quando Telma ia retrucar, um Cayenne parou na calçada. Murilo desceu do carro e olhou diretamente para Alana.Alana não deu mais atenção a Telma e caminhou até Murilo:— Sr. Murilo, por que me chamou aqui?— Entra no carro, depois conversamos. — Murilo abriu a porta do passageiro para ela.Alana apenas assentiu com a cabeça e entrou no carro sem dizer mais nada.Telma, com os olhos marejados, não se conformou e gritou para Murilo:— Sr. Murilo! Você sabia que a Srta. Alana não para de se envolver com o Diego?Murilo se surpreendeu, virou-se para Telma e respondeu:— Pelo que eu sei, quem sempre procura é o Diego. O nome disso é assédio.Depois disso, ele entrou no carro.Alana comentou com desdém:— Esses dois realmente nasceram um para o outro.— Foi o Diego que te chamou aqui? — Murilo perguntou.Alana confirmou com a cabeça:
Assim que terminou de falar, Alana voltou para o próprio apartamento no andar de baixo. Ela sabia, racionalmente, que não podia se deixar envolver pelo carinho de Murilo e precisava reconhecer o seu lugar. Talvez estivesse na hora de se posicionar de verdade.À noite, Telma voltou para casa completamente abatida. Diego tinha acabado de sair do banho e perguntou:— Por que demorou tanto para voltar?Telma forçou um sorriso:— Minha mãe conversou bastante comigo.— Entendi. Vou para o escritório terminar umas coisas. — Diego passou por ela, sem parar.Telma ficou olhando para as costas dele, os olhos cheios de frustração. Meia hora depois, ela trocou de roupa: vestiu uma camisola de cetim rendada, decote baixo e justa ao corpo, realçando suas curvas. Com os cabelos ainda meio úmidos caindo sobre os ombros, ela borrifou perfume, passou batom e entrou com uma taça de vinho no escritório.Ela se aproximou de Diego e pousou a taça diante dele:— Diego, faz tempo que não conversamos direito.
[Professora Alana, depois daquela nossa conversa, eu me senti muito melhor. Volta logo, preciso te contar mais coisas.][Professora Alana, obrigada por ter mostrado meu artigo para minha ídola. Ela até respondeu meu e-mail!][Professora Alana, todos estão preocupados com você! Volte logo!]Inúmeras mensagens calorosas e cheias de carinho encheram os olhos de Alana de lágrimas. Com os olhos úmidos, ela abriu a porta da sala de atendimento.Tudo continuava como antes. Ela percebeu que o cofre quebrado havia sido recolocado no lugar, mas agora estava consertado.Alana sentou-se em seu lugar, ligou o computador e começou a trabalhar. Os posts maldosos e alarmistas do fórum já tinham sido todos apagados, como se alguém tivesse limpado tudo de propósito. O ambiente virtual voltara a ser dominado por debates acadêmicos, como sempre fora.No departamento de polícia de Huambo.Luana e Telma esperavam diante da sala de detenção. Alguns minutos depois, a porta se abriu e Isadora saiu, escoltada p
Tudo o que aquelas pessoas diziam era mentira! Ela só tinha sido vítima de uma armação da Alana! Mas, sempre que Isadora fechava os olhos, os insultos ecoavam em sua mente, as vozes furiosas martelavam em seus ouvidos.Isadora tapou os ouvidos com força, desesperada:— Eu nunca vou te perdoar, Alana!No dia seguinte, Isadora voltou para a escola. Assim que entrou, percebeu que todos os estudantes olhavam para ela com desprezo.Quando Isadora entrou na sala, os colegas, que conversavam animadamente, se dispersaram rapidamente. Ela foi até Isis e reclamou:— Essas pessoas não sabem distinguir o certo do errado. Eu fui injustiçada!Para sua surpresa, Isis não a apoiou, respondendo com frieza:— Todo mundo viu o que aconteceu naquele dia, saiu até vídeo nas notícias. Você ainda quer dizer que foi injustiçada?Isadora lançou um olhar furioso para Isis:— Então agora você também vai defender a Alana? Não esqueça de quem você é! Sempre te tratei bem, e agora você não me ajuda!— Isadora, agor