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Pov. Sara

Voltando para o dormitório, já estava pensando o que a Samantha  iria achar quando ela descobrir que eu não acabei a entrevista? Quando entro já dou de cara com Samantha .

– Então Sara, como foi a entrevista?

– Foi boa.

– Boa? Só isso que você me diz?

– Há Samantha  o que você queria que eu dissesse? Eu não sabia nada do cara, e outra, você sabe ele é paraplégico?

– Claro que sim!

Então só eu que paguei de burra naquela entrevista por não saber de nada.

– Ok Sara, onde estão as respostas?

Entreguei as coisa pra ela e fui para o meu quarto. Peguei as minhas coisa para estudar, já que esse é o último mês de aula e as provas estão chegando.

Quando estou finalmente concentrada, Samantha  grita.

– Saraaaaaaaa!

Eu já sábia o porquê!!

– O que foi? – Fui em direção do grito.

– Mais aqui não tem quase nada! – Diz ela quase chorando.

– Samantha, o cara tinha uma reunião!

– Mais pelo o que eu entendi ele ia desmarcar! Você que saiu correndo de lá, pelo jeito.

Eu sai correndo? Droga, sim eu sai correndo!!

– E além do mais Sara, ele estava interessado em você!

O que? Em mim? A Samantha só pode estar louca, nada a ver!

– Pare de pensar besteiras Samantha , o cara era muito estranho, chato e frio!

E ele é mesmo, a única emoção que eu vi em seus olhos, foi quando os vi brilhar.

– Mais o que houve com ele Samantha  – pergunto mais calma.

– Ele sofreu um acidente de carro.

– Mas ele estava sozinho?

– Sim!

Deve ser difícil pra ele, eu amo as minhas pernas, e eu não sei o que seria de mim sem elas.

– Ele é jovem Samantha , quando fui na entrevista eu pensei que iria lidar com um homem de cinquenta e três anos, com uma barriga de cerveja!

– Desapontada? – Ela pergunta rindo da minha cara.

– Não, ele é muito bonito!

– Deixa o Jacob saber!

Affs.

– Eu e o Jacob terminamos a mais de um mês Samantha , ele não precisa saber de nada da minha vida!

Comecei a namorar o Jacob no começo desse ano, mais as coisas não estavam dando certo, por que eu não correspondia os sentimentos que ele sentia por mim. A cada vez que ele dizia que me amava, doía em mim não dizer o mesmo, e no fundo eu sabia que isso o machucava. Por isso resolvi terminar com ele, ele merece uma pessoa que o ame. Mais ele realmente não entendeu isso.

– Tadinho do Jacob, ele sofrendo sem você, volta com ele Sara.

– Ele pode até estar sofrendo Samantha , mas eu não tenho o mesmo sentimento que ele, eu o amo mais como um irmão e não como algo a mais...

– Ok, nem vou mais tocar nesse assunto, já que eu não sou a melhor pessoa para dar esse tipo de conselho.

– Com certeza – dia a ela lembrando-a de seu estado, o que me fez ir a entrevista no seu lugar.

Vou para o meu quarto onde pego minha bolsa.

– Onde você vai Sara?

– Vou treinar um pouco.

Chegando ao ginásio, que está totalmente vazio, já que fui bem no horário de aula, mas acabo encontrando Dig praticando alguns movimentos, e assim que me vê para e me cumprimenta.

– Eai Sara, como você está?

– Tudo bem! E você?

– Sem nada pra fazer!

– Eu também, quer treinar comigo?

– Claro o que você quer fazer?

– Treinar com os bastões pode ser? – Ele assente, e assim passamos a tarde toda treinando.

Pov. Gael

– Então filho, como foi hoje na empresa? – pergunta a minha mãe

Vim jantar nas casa dos meus pais junto com o resto da minha família, faço muito isso, já que eu não tenho o que fazer quando chego em casa, e nossa relação está bem melhor depois que conversamos e ela me perdoou.

– Há mãe a mesma coisa, muitas reuniões e muita papelada para revisar.

Minha família sabe que eu não gosto muito de falar, ele se acostumaram e não forçam.

– Não conheceu nenhuma mulher, você fica muito sozinho filho – dessa vez é meu pai que fala comigo.

– O senhor está falando sério comigo pai?

Eles vive me cobrando um relacionamento, mas eles não entende que eu não quero!!

– Como assim filho?

– Estou em uma cadeira de rodas pelo o resto da minha vida!

Olho pra minha mãe e vejo que os seus olhos estão cheios de lagrima, eu odeio quando ela chora, mas o que eu disse é a mais pura verdade.

– Algum dia você vai encontrar o amor meu filho – diz minha mãe

Foda-se o amor, eu não ligo pra ele, é melhor se eu nunca o tiver em minha vida

– Alguém vai te amar pelo o que você é filho – diz o meu pai.

Por muito tempo eu culpei os meus pais pelo acidente, se eles não se intrometessem tanto em minha vida, aquela briga não teria acontecido, eu não iria sair daqui como um transtornado dirigindo que nem um louco e o acidente não teria acontecido. Eu realmente não sei se os culpo ou não, só sei que me conformei com a minha situação e estou bem assim.

– Quem vai amar um aleijado?

– Já chega Gael, você está machucando a sua mãe.

Eu realmente odeio machuca-la, pois apesar de tudo ela me salvou de uma vida de merda.

– Estou indo embora!!

Viro a minha cadeira e vou para a saída, desço a rampa e vou para o carro, saio da cadeira e meu segurança e a guarda.

Em direção ao Point penso na pergunta de meu pai, seu eu tinha conhecido alguém e a primeira imagem que vem a minha cabeça são olhos azuis e cabelos cor de fogo.

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