Pov. Sara
– Senhorita Ventura pode entrar, o Senhor Devenuto lhe aguarda- diz a loira
Me levanto pego a bolsa e me dirijo até a porta, a loira me dá uma aceno com a cabeça, acho que é para mim entrar, eu faço o mesmo gesto a ela e entro.
Quando entro a primeira coisa que vejo são artes nas paredes, mais são artes tristes, uma imagem de um deserto morto, um homem em agonia, plantas mortas e etc. Isso é macabro.
Olho para o restante da sala e ela é austera e fria, enquanto meus olhos passeia pela sala, eles param e fixa em um homem sentado, mas o problema é que ele não é apenas um homem, e sim o mais lindo que eu já vi em minha vida!
Ele tem os cabelos cor de cobre e profundos olhos azuis, olhos que estão olhando pra mim agora, olhos inquisitivos.
– Senhorita Ventura eu presumo- ele diz com uma voz gelada que eu até me arrepio.
– Sim.
– O que houve com a senhorita Carter que não pode vir a entrevista?
– Ela está doente – Digo, pois parte é verdade
– E você veio em seu lugar? – Será que ele é burro?
– Bem, sim já que sou eu que estou aqui e não ela – Respondo.
– Vamos começar!
– Claro.
Pego o gravador e as perguntas, ajusto o gravador em cima da mesa, e o papel com as perguntas e começo a entrevista.
–O senhor é muito jovem para ter construído um império deste porte. Como conseguiu esse sucesso?
Ele dá um suspiro como se estivesse entediado, acho que ele já ouviu essa pergunta milhares de vezes.
– Eu sou bom em avaliar as pessoas, saber o que elas gostam e almeja e trabalho em cima disso.
– Acha que possui um imenso poder?
– Emprego mais de quarenta mil pessoas senhorita Ventura, isso me dá certo senso de responsabilidade, ou poder, se quiser chamar assim.
Claro que ele tem poder, ele tem mais de quarenta mil pessoas que depende dele. Isso dá um certo poder.
– O senhor compartilha a presidência com outro CEO?
– A empresa é minha. Não tenho que responder a alguém.
Ele é seco em suas respostas, responde quase no automático e isso me dá até certa raiva, mas me controlo, não quero que Samantha me mate.
– O senhor tem algum interesse fora o seu trabalho?
– Tenho interesses, como passar tempo com a minha família ou praticar algum exercício.
– O senhor investe em manufaturas. Por que?
– Gosto de construir coisas e saber como elas funcionam, o que faz com que funcionem, como construí-las e desconstruí-las e tenho adoração por navios.
Vejo um brilho em seus olhos, mas apenas por um instante, pois eles somem rápido.
– Parece o seu coração falando senhor Devenuto!
Ele me dá um pequeno sorriso que me enternece, realmente ele é muito bonito, e por trás de seu terno posso ver que ele é muito musculoso. Sinto que meu coração vai sair pela boa, e com essa sensação o meu rosto está quente, MERDA! Por que eu fui puxar esse rubor da minha mãe?!
– É possível. Embora muitas pessoas dizem que eu não tenho coração senhorita Ventura.
– E por que diriam isso?
– Por que me conhecem bem!
Vejo em seus olhos um homem quebrado, que provavelmente passou por muito na vida.
– Você tem um coração, mais provavelmente o senhor já passou por várias coisas ruins em sua vida. – Merda não era pra mim ter dito isso, é sempre assim, eu nem acabo de pensar e as palavras já saem da minha boca grande sem eu mandar, de todos os meus defeitos esse é o maior deles. Com o que eu disse ele olha surpreso pra mim.
– Por que você diz isso senhorita Ventura?
E agora? Droga de boca grande que não obedece aos meus comandos!
– Por que eu vejo em seus olhos senhor Devenuto.
Vejo ele engolir em seco, acho que fui longe de mais, não deveria ter dito nada...
– Me desculpe senhor Devenuto, fui longe de mais, vamos voltar as perguntas – eu murmuro para ele.
Leio as próximas perguntas e vejo que é do mesmo assunto e vou passar, Samantha que se dane, eu nem queria estar aqui. Mas olhando para o senhor Devenuto pode até valer a pena se ele não fosse tão... rabugento!
Olho a próxima pergunta e esbugalho os olhos e fico com o rosto quente na hora, por que diabos a Samantha iria querer saber se ele é gay, eu também vou passar essa, eu não teria coragem de perguntar isso a ele.
– Está tudo bem senhorita Ventura?
Acho que ele perguntou isso por que estou demorando demais.
– Sim.
– Essas perguntas são suas Sara? – É a primeira vez que ele me chama de Sara e meu nome saindo de sua boca é como veludo, macio... sinto o meu corpo formigar, Deus, o que está havendo comigo?
– Não, elas são dá minha amiga, como eu disse, ela está doente.
– E você já me conhecia antes dessa entrevista? – Ele deve estar perguntando se eu o conheço de alguma manchete de jornais ou revistas.
– Não, na verdade nunca tinha ouvido falar do senhor – E é verdade nunca tinha ouvido falar de seu nome, muito menos visto alguma foto.
Uma batida na porta é ouvida e umas das loiras aparece.
– Senhor Devenuto, desculpe interromper, mas a próxima reunião é em cinco minutos.
– Ainda não terminamos aqui. Por favor, cancele a próxima reunião.
A loira hesita e vejo o senhor Devenuto ficar furioso e olha pra ela como estivesse dizendo "anda logo, saia daqui". A mulher fica vermelha e sai rapidamente.
Sinto que estou atrapalhando o seu dia de trabalho e começo a pegar minhas coisas.
– Onde nós estávamos senhorita Ventura?
– Senhor Devenuto, obrigado pela entrevista, mais eu já vou indo, é obvio que o senhor é muito ocupado e não quero mais desperdiçar o seu tempo.
Acabo de juntar as minhas coisas e as guardo. Me dirijo até ele para apertar a sua mão e o que eu vejo me dá um aperto no coração, vejo ele sentado em uma cadeira de rodas, coisa que eu não vi quando estava do outro lado da mesa. Olho firme para ele, tentando não demonstrar nada em meu rosto.
Um homem lindo e aparentemente jovem está em uma cadeira de rodas, e nesse momento entendo aquela pequena luz em seus olhos no meio da entrevista, agora entendo um pouco da dor que ele transmite.
Aperto a sua mão e sinto uma corrente elétrica passa por mim que me fez até estremecer, olho para ele e parece que ele sentiu o mesmo pois também arregala os olhos.
– Tem tudo o que precisa?
– Sim senhor Devenuto – minto, eu sei que não tenho nem a metade e que a Samantha vai me matar por isso – Mais uma vez obrigado pela entrevista.
– De nada!
Pego minha bolsa e me dirijo ao elevador e entro. Vejo Gael em sua cadeira na porta do seu escritório, ele dá um aceno de cabeça para mim, e eu sorrio em resposta, e as portas do elevador se fecham.
Pov. Devenuto
Seu nome é Sara Ventura, a garota que veio me entrevistar. Ela é tão bonita, não, ela é linda... Seus lábios carnudos, seu cabelo cor de fogo e o corpo mais espetacular que eu já vi em toda a minha vida!
Quando ela veio se despedir, eu não vi os seus olhos cheios de pena como eu estou acostumado a ver, ela apenas me olhou firme e quando foi embora ela deu um sorriso que apenas valorizou os seus lindos olhos azuis.
Me lembro como se fosse ontem o acidente de carro que quase tirou a minha vida e consequentemente me deixou paraplégico, isso só ocorreu por conta de briga estupida com a minha família que nunca deveria ter acontecido.
Meu acidente foi quando eu tinha vinte e dois anos, e hoje eu tenho vinte e sete, quando eu soube da notícia que eu não poderia mais andar, eu fiquei inconformado não queria mais viver... Mas se passaram cinco anos e hoje acho que conformado.
E também faz cinco anos que eu nunca mais tinha sentido desejo por uma mulher, sempre me mantive sozinho, mas quando vi Sara foi como se o desejo que estivesse acumulado voltasse tudo à tona.
Ela é uma mulher linda, com certeza terá um futuro brilhante... e eu sou apenas um homem que está preso nesta cadeira de rodas.
Pov. SaraVoltando para o dormitório, já estava pensando o que a Samantha iria achar quando ela descobrir que eu não acabei a entrevista? Quando entro já dou de cara com Samantha .– Então Sara, como foi a entrevista?– Foi boa.– Boa? Só isso que você me diz?– Há Samantha o que você queria que eu dissesse? Eu não sabia nada do cara, e outra, você sabe ele é paraplégico?– Claro que sim!Então só eu que paguei de burra naquela entrevista por não saber de nada.– Ok Sara, onde estão as respostas?Entreguei as coisa pra ela e fui para o meu quarto. Peguei as minhas coisa para estudar, já que esse é o último mês de aula e as provas estão chegando.Quando estou finalmente concentrada, Samantha grita.– Saraaaaaaaa!Eu já sábia o porquê!!– O que foi? – Fui em direção do grito.– Mais aqui não tem quase nada! – Diz ela quase chorando.– Samantha, o cara tinha uma reunião!– Mais pelo o que eu entendi ele ia desmarcar! Você que saiu correndo de lá, pelo jeito.Eu sai correndo? Droga, si
Pov. Sara– Pra que você vai no shopping Sara?– Não sei se você reparou Samantha , mas a minha bolsa de ginástica está em pedaços, de tanto tempo que tenho ela!!Uso essa bolsa desde que eu comecei a minha faculdade, e ela já passou por muita coisa, quase foi roubada, já pegou chuva, está cortada e definitivamente ela tem que ser trocada.– E eu posso ir com você?COMIGO definitivamente NÃO!!– Não Samantha , eu vou sozinha.– E por que você não quer que eu vá?Ela realmente está fazendo essa pergunta pra mim? Ela sabe o porquê que ela não vai ao shopping comigo.– Samantha , toda vez que você vai ao shopping comigo você quer compra tudo e eu acabo sempre carregando tudo pra você!!Até hoje eu nunca vi uma pessoa ser tão consumista igual a ela, quando saímos pra comprar qualquer coisa, ela sempre quer levar o shopping inteiro, e eu fico como a sua carregadora particular.– Ok, ok já entendi sem shopping pra mim – Ela diz com uma cara de cachorro sem dono.– Talvez na próxima vez! – e
Pov Sara– cadê a mochila Sara?Era só o que me faltava.Queria apenas chegar, cair na minha cama e desmaiar e encontro Jacob com Samantha conversando.Isso mesmo, Jacob, meu ex- namorado.– não achei nada que eu queria.– e por que você esta com essa cara de merda, de quem comeu e não gostou.Deve ser isso mesmo. Eu comi e não gostei.– nada Samantha , apenas estou exausta.Olho para Jacob e sei que seria falta de educação não cumprimenta-lo, apesar de tudo ainda o quero como meu amigo.– Jacob.–Sara.Ainda agimos como dois estranhos, como se não fossemos capazes de ser amigos.Antes de tudo éramos grandes amigos, Jacob quis algo mais e eu aceitei, mas não deu certo, acho que não era para nunca termos passado de amigos, agora parecemos dois estranhos.– o Jacob veio falar com você Sara.Samantha nem me da chance de falar, pega seus cadernos e sai do quarto.Traidora!!!– e então, o que você veio falar comigo?Eu quero que ele va logo embora, para eu ficar sozinha e pensar no que a
Pov SaraColoquei meu vestido de formatura, um lindo vestido azul escuro que eu vi na liquidação e que ficou lindo em mim. Na verdade meus pais me mandaram dinheiro, falaram para eu comprar um lindo vestido que ficasse perfeito em mim, pois eles iriam tirar bastante fotos para guardar de recordação, agora vou ter que tirar as fotos e mandar para eles.Desde minha conversa com minha mãe ontem eu fiquei chateada, quer dizer, quem não ia ficar? Eu queria pelo menos que os meus pais me vissem na formatura, mas como sempre Richmond mete o pé na jaca, sempre se mete onde não é chamado e sempre quebra algo, isso é simplesmente incrível.A única coisa que me salva nesse dia é que vou ver Gael Devenuto, não sei nem por que estou tão excitada assim por vê-lo.Vou em direção ao estádio da faculdade e me sento junto com minha turma deste ano, todos estão alegres por estar se formando e eu também estou. Pois isso significa:ADEUS ESCOLA!!!Olho para o palco e vejo uma rampa, com certeza é para o s
Vou acompanhando Gael ate seu carro. Ele passa da cadeira o banco do carro com muita facilidade. Seu motorista abre a porta para eu me sentar e vejo que ele foi guardar a cadeira. Viro-me para Gael e o vejo olhando para mim.– tem certeza que sua mãe não ira ficar brava?– eu acho bem difícil.No caminho até a casa de sua mãe foi calma, não conversamos e não sentimos necessidade de conversar, era como se nós dois estivéssemos discutindo internamente.Quando o portão da casa dos seus pais se abrem vejo que a família Devenuto é realmente muito rica. A primeira coisa que vejo é um extenso gramado verde muito bem cuidado, olho para frente e dou de cara com uma casa palaciana, linda ,paredes com cores brancas e amarelas, e vejo que a casa tinha sido modificada pois havia muitas rampas, com certeza para Gael andar de um lado para o outro, simplificando, a imagem da casa transmitia paz.Nash parou em frente a uma das rampas, abriu a porta para mim e foi pegar a cadeira de Gael.Logo Gael apa
Pov Sara– Gael?O que será que Gael Devenuto faz aqui?– Sara que prazer em revê-la. Você trabalha aqui- ele não diz isso como uma pergunta e sim afirmação, como se estivesse contente por eu estar trabalhando aqui, que estranho.– sim. Eu comecei hoje- ele franze a testa com se pensando em algo.– primeiro dia e sai tarde desse jeito?– eu tinha muito trabalho.– e o senhor, o que veio fazer aqui?– eu sou o dono Sara.A merda, será que ele me contratou?– não sabia que essa empresa era sua.– se você tivesse feito pesquisas, você iria saber que essa empresa é minha.Ai esta o problema, não sabia quem ele era quando o entrevistei, não sabia que essa empresa era sua, será que ele esta pensando que eu sou alguma idiota? Pois eu ne sinto assim!Gael olha para mim, acho que tentando decifrar o que eu estou sentindo.– eu preciso ir, mas vamos que eu vou te dar uma carona ate sua casa, ja esta noite.Ahhh não, não mesmo! Ja que não vim com meu carro, que admito esta uma armadilha mortal,
Pov SaraAcordo com meu despertador apitando, levanto e vou para o banheiro e paro para olhar meu rosto no espelho. Olho e assusto com minha própria visão! Se ontem estava meio amarelo e roxo hoje esta roxo e preto, eu estou horrível!!!Vou para o Box e abro o chuveiro e entro na água, sinto meu corpo ficando leve me lembrando de ontem, suas caricias e seu roçar em meus lábios, espero que seja algo já que Gael disse que mais tarde iria vir me ver.Desligo o chuveiro, me seco e me enrolo na toalha, pego uma saia preta social e uma blusa azul aberta nas costas. Olho para o relógio e consto que tenho que me arrumar correndo.Saio do quarto arrumada e vou para a sala e não vejo Samantha, deve ter ido dormir com o namorado. Pego minha bolsa saio atrás do meu amado carro desmantelada e rezo para ele não dar problema hoje.Chego na G e entro no saguão, varias pessoas me olhando e não é para minha roupa.Pego o elevador para ir para o escritório do meu chefe que é no terceiro andar.Chegando
5 anos atrás– Soraya, eu não quero mais isso, o que nós estamos fazendo é errado.Faz anos que eu estou nessa relação doentia que eu e Soraya temos, eu percebi que Soraya não me ajuda, Soraya apenas empurra meus problemas para dentro de mim.– Gael você não pode- Soraya diz em sua voz de comando, mas o que ela não entende é que eu não quero ela mais, nunca mais vou abaixar minha cabeça para ninguém!– acabou Soraya, acabou a muito tempo, você apenas não sentiu isso.Soraya me olha revoltada por não ter acarretado sua ordem.– Gael, você é meu submisso e isso é uma ordem, se você não cumpri-la será pior para você- apesar de sua ordem e sua ameaça, vejo que sua pode dominante esta escorregando.– não escuto mais ordens suas Soraya, muito menos ameaças!- sua pose escorregou e vejo quem Soraya realmente é, ela esta com medo.Me lembro de pensar um tempo atrás que eu talvez tivesse me apaixonado por ela, que engano. Soraya me batia, espancava, fazia coisas inimagináveis comigo, e quando e