MaviO desespero do homem é tão grande, que acaba me desesperando também. Ele nem se quer me deu espaço pra eu tomar um banho ou ao menos prender o cabelo, e já saímos de casa correndo. Ele está impaciente na recepção do hospital, da pra ver de longe enquanto meu nome ainda está longe de ser chamado. Mavi: tá tudo bem, cara. Relaxa. Badá: sangue nunca tá tudo bem. Mavi: você é muito pessimista. Badá: AE! — ele da um grito na recepção que até eu me assunto, a recepcionista olha pra ele assustado — vai demorar muito pra minha mulher ser atendida? Ela tá grávida e sangrando. — deveria ter dito isso quando fez a ficha dela. — ela responde. Badá: que diferença faz agora? É uma emergência de qualquer forma. Ninguém sai de casa essa hora da noite pra passear no hospital, qual foi mano? Tá me tirando?— Senhor, o médico já vai atender ela. Badá: senhor tá no céu. Se demorar mais 10 minutos pra ela ser atendida, vou metralhar essa porra tudo aqui. Mavi: para com isso. — falo entre os
Ele ficou ofendido por ter dito que era do tempo do dinossauro, ou está fazendo isso só pra me provocar. Uma mão fechada em meu pescoço como se fosse a porra de um colar, enquanto sua língua passeia pelo meu pescoço, sinto seus dentes cravar em minha pele ao ponto de doer. Mavi: caraca… — reclamo — sua estava brincando. Badá: Já tá pedindo arrego? — ele sussurra em meu ouvido. Mavi: você sabe que eu nunca peço. Badá: que ótimo. Quero te foder em todas posições possíveis.Ele beija minha boca com uma certa necessidade, que sinto uma ardência no meu lábio inferior quando seu dente arrasta. Ainda estamos vestidos, mas o calor que percorre meu corpo me faz querer ficar pelada mais rápido que nunca. Badá: que vestido do caralho. — ele reclama por ser tão colado ao meu corpo. Irritado, ele rasga o vestido ao meu corpo como se fosse um fino papel, e eu olho para ele incrédula. Mavi: Badá! — ele me olha sorrindo, nada de luz apaga quando o assunto é nós dois — você não pode rasgar min
4 meses depois…Mavi O dia amanheceu quente como o inferno, e com a barriga já crescendo, eu sinto mais calor do que nunca. Tenho uma ultra marcada para semana que vem, pra ver como esse bebê está. Ainda não sei o sexo, e de verdade, também não me importo muito com isso, o que vier para mim, está feito. O ruim disso tudo é a perseguição de Erica quanto a mim. Eu não sei o que se passa na cabeça dela, e também não corro pra tentar entender porque eu não fiz absolutamente nada. Frustração por eu não ter ouvido seus conselhos? Talvez. Mas ela tem que entender que não é minha, não pode interferir em minha e agir como se fosse, até hoje não aceitou o fato de que estou grávida do mesmo homem que é pai do filho dela. O ruim disso tudo é minha relação com Samuel, porque de verdade, eu amo esse menino mais que qualquer coisa. E ela está dificultando meu contato com ele de qualquer forma, mesmo quando Badá teima em trazer ele aqui pra casa, ela não para de ligar um minuto sequer. Pego o c
Um vestido colocado em meu corpo, porque definitivamente nada mais me cabe. Helen sai primeiro do carro, porque já avistou Rangel de longe, e eu saio logo depois esperando Badá. Ele aciona o alarme do carro e entrelaça sua mão a minha, estou preparada para os olhares que cairão em cima de nós dois, mas eu não ligo. Sinto sua mão espalmar minha bunda, abaixando meu vestido a cada passo que eu dou. Mavi: para com isso. Badá: tá muito curto, não tinha outra roupa pra tu vim não?Mavi: não. Seu filho vai ser um gigante feito tu, e aí? Nada me serve!Badá: então amanhã a gente sai pra comprar roupa pra você. Ando com ele antes de chegar na multidão, ele para conversando com uns amigos e Helen vem em minha direção toda sorridente, maior barrigão e andando feito uma pata. Helen: eu já estou fome. Mavi: eu também, quero comer churrasquinho. — Badá escuta de longe, ele pode está muito concentrado na conversa, mas sempre prestando atenção em mim — viu Laura hoje?Helen: Vi mais cedo. Tá
MaviSamuel pula de alegria no banco de trás do carro. Eu nunca vi essa criança tão feliz em toda minha vida. Samuel: Maria, eu gosto muito de ficar com você e meu pai. Mavi: eu também amo ficar com você, meu amor. — me viro encarando sua alegria contagiante — vamos nos divertir muito essa semana, vou fazer bolo pra você, assistir filmes juntinhos. Samuel: Jura?Mavi: Juro, promessa de dedinhos! Samuel: E meu pai?Mavi: Ele também. Badá: Me excluíram e agora lembraram que tô aqui. Que isso, perdendo minha mulher pro meu próprio filho. — Samuel cai na gargalhada e Badá liga o carro — ri não, pela saco. Vai procurar sua novinha. Samuel: A Maria é velha, pai. Mavi: Velho é teu pai! — sinto uma movimentação estranha em minha barriga e reclamo. Badá: Que foi?Mavi: Se mexeu. — pego sua mão colocando em minha barriga e ele para o carro esperando, quando não demora muito pra mexer de novo — sentiu?Badá: caralho… primeira vez que sinto um bebê mexer…Mavi: sério?Badá: papo reto, ant
Nove da manhã, foi a hora que Badá me acordou porque decidiu que faria um churrasco para receber seu então irmão desaparecido, Nem. Samuel já brinca do lado de fora da casa, enquanto eu não consigo sentir o cheiro da fumaça sem que eu faça ânsia de vômito. Os enjoos da gravidez não passa nunca? Cinco meses já. Na próxima semana vou fazer umUltrassom pra ver o sexo, e ainda preciso fazer uma porrada de exame que a médica passou, estou cansada de ser furada todo mês. Exame que não acaba mais. Abro o chuveiro no morno, e entro sentindo minha barriga endurecer quando o bebê mexe. Sorrio. Até dias atrás eu estava surfando por estar grávida, sem saber o que fazer e com um medo absurdo, mas agora estou aqui, ansiosa com a sua chegada, e me sentindo a pessoa mais boba do mundo. Logo faço 19 anos, e parece que já vivi uma eternidade, que nem me dou conta que Badá e eu nos conhecemos a tão pouco tempo, mas parece que somos de outras vidas. A porta do banheiro é aberta, e eu nem preciso o
Nem fudendo. Mavi: meu pai morreu quando eu nem era nascida ainda. — afirmo.Nem: Eu sou teu pai, Maria. Da Laura e Isadora. Mavi: Nem fudendo. Badá: Maria! — ele me encara sério, me repreendendo. Mavi: Maria nada, tá de sacanagem com a minha cara? — pergunto servindo para os dois — você vem aqui com esse papinho furado de que é meu pai. E aí? Isso significa que estou transando com meu próprio tio? Porque vocês são irmãos, e se isso for verdade, é nojento pra caralho. Nem: tu nem espera eu explicar as coisas, po. Que isso!Mavi: explicar o que? Você me olhou com tanta convicção de que sou tua filha, então significa que você sempre soube de nós duas, de mim e da Laura. — Badá me encara de canto, enquanto eu falo — então porque nunca nos procurou? Nunca se preocupou com nenhuma de nós duas, então eu não sou sua filha. Nem: É complicado as coisas, Maria. Eu não sabia que vocês ainda moravam aqui. Mavi: Ah, fala sério. Não mete essa que não desce. É sempre a mesma desculpa de que n
Tinha tudo para dar certo essa noite. Se não fosse o fato de eu ter passado mal ao ponto de vir parar no hospital. Talvez foi a carne do churrasco, ou o calor, não sei. — Você está com anemia, muito forte. É perigoso para sua gestação. — o médico afirma, após ler meu exame de sangue. Mavi: como assim?— você não faz acompanhamento de pré-natal? Badá: claro que ela faz, sempre vou com junto. Como assim anemia?— os exames afirmam, irei fazer uma ultrassonografia para ver como o bebê está. — o homem passa por mim e eu não consigo abrir a boca pra dizer nada, pois só consigo pensar o que de ruim possa acontecer. Ele fecha a porta, deixando eu e Badá sozinhos dentro da sala, e já sinto meus olhos marejarem com as lágrimas. Badá: iiih, qual foi pretinha? Precisar chorar não. — ele me envolve em seus braços e alisa minha barriga delicadamente — nossa cria tá bem, po. Tu vai ver. Mavi: estou com medo. Badá: não vai acontecer nada, fica tranquila. Tô aqui contigo, po. — ele beija minha