Mavi Mavi: você sabia disso? — pergunto ao meu pai, sentado na minha mesa me encarando desde a hora que chegou — sabia dessa merda toda e não me contou? Quem Uirá?Nem: Eu quis matar o Badá por tu, Maria. Acha que se eu soubesse, tinha feito toda aquela encenação? O caralho. — ele toma um gole de café e suspira — Uirá é tenente da BOPE, eu não fazia ideia que ele fosse irmão da sua mãe. Nem ela sabia!Minha mente está uma bagunça só, desde a hora que sai do presídio ontem e voltei para o rio. Inevitável pensar no que aconteceu antes, desde a bala que tomei até eu voltar para o morro. Mas ainda sim, tem coisas que não entra na minha cabeça. Quem quer que seja esse tenente, não me mataria se quisesse tanto que eu não seguisse o mesmo destino que minha mãe, até por que, que serventia eu teria morta?Analisando toda situação, me pego mais fodida do que antes. Hellen era minha melhor amiga e acabou se apaixonando pelo meu homem. Pela carência de está sozinha sem Rangel. Mas 2 meses, porra
Não sei como consegui dormir, mas me acordo rapidamente quando meu celular começa a tocar sem parar. Olho para a cama de Lavínia ainda dormindo, ainda escuro lá fora então é madrugada e no visor, o nome de Isadora. Mavi: Oi? Aconteceu alguma coisa?Isadora: Desculpa te ligar essa hora, mas é importa. Eu e Leonardo estamos indo aí agora, precisa arrumar as coisas da Lavínia e ela vai vim comigo. Mavi: O que? — me levanto no impulso e me sento — do que tá falando?Isadora: Sem tempo agora, Maria Vitória. Só arruma as coisas dela, Badá está chegando e precisa de você. E ela desliga o telefone. Mavi: merda — levanto rápido da cama e olho a hora, quase cinco da manhã e Lavínia dorme em um sono profundo. Acendo a luz colocando algumas peças de roupa dela dentro da pequena mochila, e quase não consigo raciocinar o que porra tá acontecendo. Isadora já chegou lá fora, sei disso porque ouvi o carro pagar. Corro pra cozinha e espero ela entrar, mas é outra pessoa que entra. Mavi: O que? —
Sinto meu corpo em brasa e fico moldada a ele. Quando sua boca retorna para mim, meu corpo todo está pulsando em pura vida. Meu corpo se movimenta mais, colando ao seu, friccionando meu seio em seu peito. Apenas percebo aonde estamos indo quando o colchão se afunda embaixo das minhas costas, com o nosso peso. Badá se ergue sobre mim e deixa sua mão escorregar em meu corpo, subindo-a lentamente e levando a barra da camisa para cima, deixando meus seios à mostra quando ele a tira de mim. Existe luxúria em seus olhos. Mavi: Badá… — eu arfo seu nome — espera…Badá: Que foi? Quer parar?Sim, queria. Mas não por não querer ter isso com ele agora, mas só por saber que depois disso, não vai voltar a ser como antes. Eu não vou mais odiar ele, por que não existe motivo e por mais que eu minta para mim mesma, ter o corpo pesado dele em cima do meu, me faz lembrar somente dos bons momentos que tivemos juntos, e é por isso que estamos aqui agora. Mavi: esquece…Badá: Ele nunca vai ser como eu, M
Não tive tempo para racionar o que ele queria que eu fizesse, e quando me dei conta já estava em cima de uma laje com um fuzil silenciado apontado para um ponto que ele mesmo escolheu. A favela está silenciosa por ainda ser bem cedo, o sol mal nasceu e eu estou pique bandido treinado aqui em cima, com um fone nos ouvidos para me comunicar com ele. Mavi: isso não vai dar… — falo baixinho e suspiro fundo. Badá: Vai sim, pretinha… — a voz dele ressoa do outro lado em um cochicho — mas precisa confiar em mim agora. Mavi: Tem um fuzil na minha mão, quase maior que eu. E eu não sei o porque disso, então não tem como confiar. Vou precisar matar alguém?Badá: Não. Te expliquei onde tem que atirar se algo acontecer. — o estrondo o caveirao que sempre me fazia assustar quando ainda era criança, pode ser ouvido de longe. Sei que eles estão subindo — Maria, presta atenção. Não vai matar ninguém, atira na perna só pra imobilizar, estou desarmado, é só até eu ter tempo. Mavi: mas é se eu atira
MariaUma mente bagunça pode te levar a loucura, e nesse momento estou a ponto de surtar por não fazer absolutamente nada. É a primeira vez que venha no na Penha depois que tudo aconteceu, e eu ainda não sei o que vim fazer aqui, de fato. Minha ex sogra fez questão de me ver, ex porque ainda não defini o que eu e Badá voltamos a ter, mas a real é que eu não me sinto nem um pouco confortável aqui. Badá sumiu alguns minutos, e conversar com a família dele me faz sentir sufocada. Parece que são pessoas totalmente desconhecidas para mim, e apesar de está presente aqui, minha mente está longe.Rose: Lavínia está com quem, Maria? — minha ex sogra pergunta. Mavi: com a minha irmã, vou pegar ela hoje à tarde. — ela afirma com a cabeça, o primo de Badá, Bira, me encara desde a hora em que eu cheguei aqui, e ainda não sei o motivo pra ter vindo — eu vou dar uma volta até a casa que era da minha mãe, daqui a pouco eu volto. Rose: Fica aqui, menina. Espera Roger pra ir contigo!Mavi: Eu nem s
Eu pensei que um mesmo coração não pudesse ser quebrado tantas vezes. Mas ele é capaz, afirmo isso depois de juntar os cacos e voltado para casa, sozinha, semanas atrás quando encontrei Badá conversando com quem ele jurou de pés juntos, não ter mais contato. LK: O que foi que tu tá pensativa, aí? — LK pergunta, alisando minhas costas nua com o meu rosto virado para o lado contrário — quer falar sobre isso?Mavi: Não é nada. Só estou cansada de organizar as coisas do aniversário da Lavínia, quero que fique perfeito. Lk: E vai, po. Menorzinha vai se amarrar, tu vai ver. Mavi: Uhum…Lk: Eu vou pra casa — afirma — tenho que fazer um bagulho amanhã cedinho. Mavi: Vai voltar a noite para o aniversário da Lalá?Lk: Sei não, preta. Não quero conflito com Badá por ele ter sido um mano meu — solto um suspiro frustrada e me levantando, sentando — cai nos teus encantos e me rendi a isso, por que de início te achava uma adolescente rebelde pra caralho, tá ligado? Mas quando fui perceber, a gen
Badá Uma bala pode matar de 3 formas.A primeira: Nas extremidades. Sem uma arterial principal terá de 10 a 20 minutos, antes de sangrar até morrer.A segunda forma, em qualquer lugar da caixa torácica, centro do peito. A bala resvala, ossos são partidos o coração ou uma artéria é atingida, e a pressão sanguínea cai pra zero. A última forma é o tiro fatal, centro do crânio, qualquer ângulo. Como uma marionete com as cordas cortadas, você morre antes do seu cérebro saber o que houve. Armas mudam tudo, e uma bala é pra sempre.- Bob Lee Swagger(...)Sou filho de mãe solo, e nunca me importei com isso. Minha coroa junto com minha vó sempre batalhou pra me criar. Eu não conhecia meu pai, até 15 anos atrás quando finalmente bati de frente com ele.Minha mãe sempre me contou o quanto ele negava minha existência, e até ofereceu dinheiro para o aborto quando ela contou que estava grávida.A vida tem muitas circunstâncias, e todas elas voltam no início de onde você saiu, sempre pra te cobrar
Maria Vitória Eu já não estou mais aqui, cada célula do meu corpo pede socorro, minha mente agoniza em puro desespero... Mas não se pode salvar algo que já está morto.E eu morria aos pouco vendo minha mãe sofrer naquela de hospital, necessitando de uma transplante de rin e eu sem poder fazer nada, era angustiante.Eu sempre quis retribuir tudo que ela já fez por mim... E nem que eu vivesse mil anos, não conseguiria.Somos eu, ela e a Laura, minha irmã mais velha. Apesar de ser bem doidinha na maioria das vezes, era ela quem me acalmava em casa quando ficava aflita. Minha mãe já está no hospital há quase um mês, e na fila de transplante há anos. Ela sempre tinha crises, mas era coisa rápida de passar 2 dias internada e depois ia pra casa, mas dessa vez não, ela precisava do transplante o mais rápido possível e esperar por um doador na saúde pública, não era viável. Cada dia que passava parecia um cronômetro da vida dela diante dos meus olhos, eu não tô vivendo, tô me arrastando pra