Ayla deixou a casa de Mason, depois de tentar convencê-los de que a única pessoa capaz de pegar o grimório de Ash era ela. Sama não iria ouvi-los, porque eles não conheceram Ash, eram as duas que compartilhavam algum tipo de ligação com o bruxo, mesmo que ele já estivesse morto, e dentro do que fosse possível, tentaria mostrar a amiga que não seria capaz de fazer qualquer feitiço que ele tivesse criado. Mas, antes de sair para onde quer que a aprendiz de bruxa estivesse, teria que se acalmar, e Stacy e Mason, querendo protegê-la, faziam com que se sentisse sufocada. Tinha certeza que Samarina não faria nada contra ela. Eram amigas, afinal, e acreditava que quais fossem os motivos que a levaram a pegar o livro sem pedir permissão, poderiam falar sobre isso, e tudo seria esclarecido. Antes de passar pelo portão de casa, enviou uma mensagem para Sama. "Eu sei que está com o livro. Estou indo buscá-lo." Nem precisou ver se ela havia visualizado, pegou a chave do carro e seguiu para a casa
Com o grimório aos cuidados de Stacy e Nalyh, Mason tratou de intensificar o treino físico de Ayla, o que para ela não era tão difícil, devido a genética e claro, o fato de que torcedoras costumam ser muito aptas para atividades físicas. Achava Ayla preguiçosa, e então exigia um pouco mais dela quando achava que já tinham corrido o suficiente, ela concordava, reclamando, mas o acompanhava. Sua maior urgência era fazer com que ela manejasse alguma arma com o mínimo de habilidade, e soubesse princípios básicos de defesa pessoal. Não teria tempo suficiente para prepará-la adequadamente, e isso teria que acontecer depois da transição, e sabia que dependesse de quem fosse seu mestre do outro lado da névoa, havia muitos sombrios que gostariam de atormentá-la nesse processo. Fosse por antigas desavenças suas, ou por não a achar digna depois de ter sido criada por humanos. Se no mundo humano, Ayla seria considerada forte, do outro lado da névoa, seria uma presa fácil para qualquer um, e não t
Ayla tentava conversar com a moça, depois de fazê-la sentar-se em um banco de pedra um pouco mais perto das árvores, para evitar que alguém a visse, o parque não era um lugar movimentado aquele horário, mas não queria dar margem à curiosidade de cidade pequena. Ela perguntava pelo "lorde", mas quando Ayla ou Mason tentavam fazer com que falassem quem era esse tal lorde, ela simplesmente não conseguia falar, e seguia balançando o corpo de forma mórbida, como se por alguns momentos estivesse entrando lentamente em um transe, então olhava para Ayla novamente e perguntava sobre o lorde.– Esse lorde – Ayla disse calmamente – é um lobo – viu que ela confirmou com a cabeça – é Lorde Valentim? – não achava que fosse ele, mas tinha que começar por algum lugar, e sabendo que era o título pelo qual Valentim era conhecido em seu mundo, foi sua primeira opção.– Não. Valentim é bom – ela respondeu, a voz era baixa, e sem emoção – o lorde não gosta dele.– Então, o lorde a quem você está falando é
Mason tentou de alguma forma entender que motivo Nick Wolfram teria para enviar lobos para atrás de garotas desse lado da névoa. Para ele não fazia sentido, afinal conhecia bem o sobrinho do rei, e ele não era o tipo de sombrio que se importava com o que acontecia deste lado da névoa. Ainda assim, tinha homens fiéis ao que estivesse propondo, afinal garotas haviam sido encontradas mortas, em sua percepção, era apenas Nick querendo vingança por achar que havia lhe tomado Ayla.Foi até a propriedade Devoe e entrou na mata a fim de ver se conseguia mais alguma informação com a garota, que Stacy havia lhe dito, que voltou para lá. Andou por entre as árvores a vegetação alta seguindo uma trilha por onde geralmente a família costumava passar e também e pessoas usavam como um trajeto mais rápido para o rio aonde podiam se pescar. Porém, quem não conhecesse o caminho poderia facilmente embrenhar-se na mata e até mesmo ter dificuldades para voltar. Já havia liderado algumas buscas de pessoas q
Como Stacy havia dito o ritual para revogar o feitiço de Ash seria realizado na primeira Lua Nova, e a caminho de um lugar já conhecido, ouvia Mason falando sobre o que aconteceria. Ele disse que ao contrário das bruxas humanas, que precisavam de horas para completar um ritual, as vezes até sem certeza de que haviam conseguido, bruxas de trás da névoa não só não precisavam de todo esse tempo, e que seus poderes eram extraordinários.Segundo Stacy, a colocariam em um transe, e quando voltasse a si já estaria livre, e o poder de Ash contido em um receptáculo que deveria voltar para o Alfheim, com Nalyh. Pensava que depois disso, seriam ela e a fera, e tudo que teria que aprender sobre ser uma loba e dentro do carro, indo para a fronteira, tinha a nítida impressão que ela sabia o que estava para acontecer, que em breve seriam livres. Já havia experimentado a dor e o sangue de uma transformação que não podia acontecer, e carregava lembranças muito sombrias do que era antes daquele feitiço
Mason observou o ritual de fora do círculo mágico, porém, como todas as outras vezes pensou ser impossível não ser envolvido pelo poder da Irmandade Boudin, que mesmo sem sua Lady Sombria presente, lideradas por Stacy eram sem dúvida nenhuma a elite das bruxas do outro lado da névoa. Ele sabia que Ayla estava segura e em boas mãos e acompanhando de fora, percebeu que era algo complexo, e que elas estavam também aprendendo com o feitiço criado por Ash Daniels.Não era o tipo ciumento, mas nos últimos dias, percebia a presença forte do bruxo sempre que Ayla adormecia, e pensava se ele podia de alguma forma falar com ela em seus sonhos, porque teve a ligeira impressão de tê-lo ouvido enquanto dormia. Stacy dissera que o feitiço era tudo o que restava de Ash no mundo humano, e que quando o revogassem, Nalyh o devolveria ao Alfheim, esperando que pudesse compensá-lo de alguma forma pela crueldade de sua mãe ao amaldiçoar a família do bruxo. Sabia que Nalyh não tinha responsabilidade por is
Mason observava Ayla saindo do carro, depois de um beijo rápido, ela estava bem-disposta, desde o ritual, acordando mais cedo, treinando sem reclamar, se alimentando melhor, e o mal humor parecia ter reduzido a quase nada. Ela acelerou o passo, e quase correu para alcançar Cassie, enquanto colocava o carro em movimento.Pensava que não tinha certeza de quando a transição de Ayla chegaria ao fim, sendo uma transição que ocorria naturalmente, ainda poderia levar luas, mas com a fera aprisionada a tanto tempo, temia que estivesse com pressa de unir-se a ela. Algumas questões não o deixavam tranquilo, como por exemplo, o fato de que Rose Greenwood estava escondendo algo. E tinha que falar com ela, apesar de preferir evitar discutir com a mãe de sua namorada, então sabendo que ela estaria no hospital naquela manhã, seguiu para lá. O Landon Burkke Hospital, ficava bem localizado, em uma área tranquila, e aparentemente as obras estavam adiantadas depois da colaboração dos cidadãos, em grande
Rose vacilou por um instante, apoiando-se no carro, e Mason a ajudou a sentar-se no banco do motorista. Ela estava pálida, e respirava com dificuldade, como se tudo em que provavelmente havia evitado pensar nos últimos quase dezoito anos de sua vida tivesse vindo à tona subitamente, de uma maneira que ela jamais imaginou. Queria dizer a ela que seria mais fácil agora que sabia quem era a mãe e com quem ela foi acasalada, mas sabendo quem era o pai biológico de Ayla, achava que ele poderia causar problemas. Precisava enviar uma mensagem a Valentim, talvez ele fosse uma das poucas pessoas que pudesse evitar que o lobo poderoso e influente atravessasse a fronteira com alguns dos melhores homens do reino e levasse Ayla com ele.– Ela vai se tornar – ela parecia formar uma imagem em sua mente, aterrorizante sobre o futuro de Ayla – oh, meu Deus, que destino terrível o dela – ela começou a chorar novamente – há cura para isso, como devo chamar, licantropia?– Ayla nasceu de dois lobos puros