Como Stacy havia dito o ritual para revogar o feitiço de Ash seria realizado na primeira Lua Nova, e a caminho de um lugar já conhecido, ouvia Mason falando sobre o que aconteceria. Ele disse que ao contrário das bruxas humanas, que precisavam de horas para completar um ritual, as vezes até sem certeza de que haviam conseguido, bruxas de trás da névoa não só não precisavam de todo esse tempo, e que seus poderes eram extraordinários.Segundo Stacy, a colocariam em um transe, e quando voltasse a si já estaria livre, e o poder de Ash contido em um receptáculo que deveria voltar para o Alfheim, com Nalyh. Pensava que depois disso, seriam ela e a fera, e tudo que teria que aprender sobre ser uma loba e dentro do carro, indo para a fronteira, tinha a nítida impressão que ela sabia o que estava para acontecer, que em breve seriam livres. Já havia experimentado a dor e o sangue de uma transformação que não podia acontecer, e carregava lembranças muito sombrias do que era antes daquele feitiço
Mason observou o ritual de fora do círculo mágico, porém, como todas as outras vezes pensou ser impossível não ser envolvido pelo poder da Irmandade Boudin, que mesmo sem sua Lady Sombria presente, lideradas por Stacy eram sem dúvida nenhuma a elite das bruxas do outro lado da névoa. Ele sabia que Ayla estava segura e em boas mãos e acompanhando de fora, percebeu que era algo complexo, e que elas estavam também aprendendo com o feitiço criado por Ash Daniels.Não era o tipo ciumento, mas nos últimos dias, percebia a presença forte do bruxo sempre que Ayla adormecia, e pensava se ele podia de alguma forma falar com ela em seus sonhos, porque teve a ligeira impressão de tê-lo ouvido enquanto dormia. Stacy dissera que o feitiço era tudo o que restava de Ash no mundo humano, e que quando o revogassem, Nalyh o devolveria ao Alfheim, esperando que pudesse compensá-lo de alguma forma pela crueldade de sua mãe ao amaldiçoar a família do bruxo. Sabia que Nalyh não tinha responsabilidade por is
Mason observava Ayla saindo do carro, depois de um beijo rápido, ela estava bem-disposta, desde o ritual, acordando mais cedo, treinando sem reclamar, se alimentando melhor, e o mal humor parecia ter reduzido a quase nada. Ela acelerou o passo, e quase correu para alcançar Cassie, enquanto colocava o carro em movimento.Pensava que não tinha certeza de quando a transição de Ayla chegaria ao fim, sendo uma transição que ocorria naturalmente, ainda poderia levar luas, mas com a fera aprisionada a tanto tempo, temia que estivesse com pressa de unir-se a ela. Algumas questões não o deixavam tranquilo, como por exemplo, o fato de que Rose Greenwood estava escondendo algo. E tinha que falar com ela, apesar de preferir evitar discutir com a mãe de sua namorada, então sabendo que ela estaria no hospital naquela manhã, seguiu para lá. O Landon Burkke Hospital, ficava bem localizado, em uma área tranquila, e aparentemente as obras estavam adiantadas depois da colaboração dos cidadãos, em grande
Rose vacilou por um instante, apoiando-se no carro, e Mason a ajudou a sentar-se no banco do motorista. Ela estava pálida, e respirava com dificuldade, como se tudo em que provavelmente havia evitado pensar nos últimos quase dezoito anos de sua vida tivesse vindo à tona subitamente, de uma maneira que ela jamais imaginou. Queria dizer a ela que seria mais fácil agora que sabia quem era a mãe e com quem ela foi acasalada, mas sabendo quem era o pai biológico de Ayla, achava que ele poderia causar problemas. Precisava enviar uma mensagem a Valentim, talvez ele fosse uma das poucas pessoas que pudesse evitar que o lobo poderoso e influente atravessasse a fronteira com alguns dos melhores homens do reino e levasse Ayla com ele.– Ela vai se tornar – ela parecia formar uma imagem em sua mente, aterrorizante sobre o futuro de Ayla – oh, meu Deus, que destino terrível o dela – ela começou a chorar novamente – há cura para isso, como devo chamar, licantropia?– Ayla nasceu de dois lobos puros
Ayla estava indo para o laboratório de biologia quando ouviu Cassie chamando-a, a garota parecia preocupada, e foi logo perguntando se tinha alguma notícia de Anne, o que a fez parar e prestar atenção antes de entrar na sala. Fazia dois dias que Anne não ia a escola, mas tinham conversado no grupo, e ela havia dito que estava resfriada, e que voltaria assim que se sentisse melhor. Porém, Ayla notou que ela não visualizou as mensagens, nem mesmo os arquivos com alguns resumos que ela e Cassie fizeram, para ajudá-la.– Desde ontem, não consigo falar com ela – disse Cassie – não tem ninguém na casa dos Wells, Annie não atende as chamadas, nem mesmo tem lido as mensagens – ela parecia muito preocupada.– Acha que pode ter acontecido algo grave? – Ayla pensou em perguntar a Mason se ele tinha ideia do que podia acontecer.– Eu não sei... – Cassie parecia estar incomodada, e talvez estivesse certa, afinal conhecia Anne a vida toda, cresceram juntas – se tivesse acontecido algo, não acha que
O xerife saiu da viatura, pensando que devia ter perdido o celular enquanto fazia uma busca em mais uma propriedade local que havia sido vandalizada, não achava que tivesse algo de sobrenatural, mas havia um bando de desordeiros que bastante ativos, que incomodavam e deixavam apreensivos os moradores da região, então pensou por um momento que seria bom deixar o lobo dar um belo susto naqueles meliantes. Duvidava muito que voltassem a perturbar depois de alguns minutos fugindo de um lobo furioso, e, pelo menos, deixariam as pessoas em paz.– Xerife – disse Sylvie, assim que o viu entrar na delegacia, entregando a ele o celular tocando – faz uns trinta minutos que não para de tocar.– Achei que tinha perdido – disse ele, atendendo a ligação de Stacy logo em seguida – Ei, Stay!– Aí está você! – Ela surgiu na porta, olhos arregalados – venha comigo! Precisamos encontrar Ayla!– O que houve? Onde ela está? – segurou Stacy pelos braços – Stacy, onde está Ayla?– Alfa, precisa vir comigo –
Ayla notou a comoção ao seu redor, e ouviu veículos se aproximando, mas sentia-se tão exausta que não teve o menor problema em apoiar-se em Mason, que imediatamente a segurou em seus braços, então a conexão com a loba diminuiu lentamente, e seus olhos voltaram a cor habitual. Ouvia a voz do padre Simon, dizendo que deveriam retornar, e descansar, aproximando-se deles enquanto Mason levava Ayla para um dos carros, para que retornassem para a cidade, sua prioridade era que ela descansasse.– Alfa, estive a algumas horas na casa dos Greenwood – disse ele parando ao lado do carro enquanto Stacy se acomodava ao lado de Ayla, perguntando se ela precisava de algo.– Meu pai – disse ela, olhando para o padre – como ele está?– Sua mãe prestou os primeiros socorros, e ele estava estável, mas a senhora Rose preferiu levá-lo ao hospital – ele explicou – ele está bem, mas ainda em observação.– É um ferimento mágico? – perguntou, olhando do padre para Stacy.– Temos que avaliar, Luna – a bruxa re
Ayla talvez nunca fosse compreender como conseguiu contar aos pais sobre o que se passava com ela desde que haviam se mudado para Helltown, mas tinha uma certeza, não importava que rumo sua vida tomasse daquele dia em diante, eles nunca deixariam de apoiá-la. Ouviu de Rose e Aidan a verdade sobre as circunstancias do seu nascimento, e mesmo dizendo que já sabia sobre ser adotada, percebeu o quanto eles queriam que soubesse, que teriam feito tudo novamente. Agora, depois de passar pela transição, sentia-se completa e consciente de suas atitudes, a falta de conexão com a fera, coisa para qual ela não havia sido preparada, e a bem pouco tempo nem sequer achava que conseguiria, talvez fosse em parte, uma grande parte, a causa de seus rompantes, desajustes e problemas, mas tinha certeza, que também tinha sua parcela de culpa. Pediu desculpas aos pais por tudo o que tinham passado por sua teimosia, impetuosidade e péssimo gênio.Rose chorava novamente, dizendo que deveria ter procurado quem