"Sim, no mundo existem mil pessoas capazes de nos despertar amor, se a gente parar pra sentir"
DOMINIC
— Dominic, aqui estão as passagens da Alina. Ela viaja hoje às 17h. Pode entregar a ela por mim?
Ergo meus olhos para encarar meu tio. Aceno com a cabeça, devagar.
Ele me entrega o envelope com as passagens e força um sorriso.
— Melhore esta cara, garoto. Ou vai fazê-la se arrepender de ir.
— Não se preocupe. Na frente dela eu abrigo meu melhor sorriso nos lábios.
Abro um sorriso falso em encenação e meu tio gargalha.
— Esse aí? Credo... você é um péssimo ator.
UM ANO DEPOISALINA“Mamãe,Um ano e sete meses sem você e eu daria tudo no mundo para ver o seu sorriso mais uma vez. Bom, físicamente, porque eu sonho com o seu sorriso quase todas as noites. Estou te escrevendo essa carta porque é um dia especial e eu adoraria que você estivesse aqui comigo partilhando desse grande dia. Dominic e eu nos casaremos em alguns minutos. Voltamos ao Brasil para a realização da cerimônia que foi gentilmente e cuidadosamente planejada por Sabrina. Eu ainda não vi nada, ela insistiu em querer me fazer uma surpresa. Eu tentei contestar porque você sabe melhor que qualquer outra pessoa que eu sou extremamente curiosa. Mas tudo bem. Ela insistiu tanto que eu a deixei vencer dessa vez. Ah! New York é incrível. Domi e eu assistimos à Anastasia na tão sonhada B
DOMINICEu não sei vocês, mas quando penso na palavra felicidade consigo associá-la a uma pessoa. Àquela pessoa.Minha Alina.Eu conseguia me lembrar com detalhes do dia de nosso casamento. Ela estava tão linda em um elegante vestido branco comprido. O branco do vestido contrastava bem com o vermelho vivo de seus cabelos e harmonizava tão melhor ainda com o azul de seus olhos. Ela era a mulher mais linda que eu pusera os olhos na vida.Conforme tio Aspen à conduzia até mim, eu não conseguia pensar em outra coisa senão agradecer a Deus por ter ar nos pulmões e ter um coração pulsando dentro do peito. Porque só assim, naque
DOMINIC— Deixe que eu adivinhe! — Henri me analisou através do reflexo do espelho. Dei um sorriso de lado e continuei a alinhar minha camiseta de modo que ela ficasse impecável no corpo. — Vai encontrar a Kate?Meu primo abriu um sorriso divertido e eu o retribui com um na mesma intensidade.— Nós nos desentendemos a uns dias, e...— Como de costume, certo?Sorrio de leve. Assinto, em seguida.— Kate me ama, Henri. Eu sei que me ama. Apenas... bom... eu não sei. Nós temos discutido muito ultimamente. Por isso, pensei na coisa certa a se fazer.— Que seria, exatamente...?Afasto-me do espelho e do bolso da calça, retiro a caixinha com o anel de noivado.
ALINA"Doce Alina,Não quero imaginar o que se passa pela sua cabeça nesse exato minuto. Me dói pensar que enquanto estiver lendo essas palavras pode estar chorando. Me dói pensar, ainda, que, nesses últimos meses é tudo que tem feito: chorar. E, dói bem mais em mim, saber que sou a grande causadora de tanta dor em você, filha.Vou tentar ser breve. Não quero que chore tanto. Tenho alguns últimos pedidos a fazer, Alina. Espero que os possa realizar, sinceramente.À começar pela sua vida, espero que não se deixe vencer pela tristeza. Ela pode parecer mais forte que você na grande maioria das vezes, mas não é. Acredite
DOMINICNoventa dias. Noventa dias e o rosto de Kate Smith simplesmente não desaparecia da minha mente. Ela estava impregnada em mim feito uma doença estigmatizada. Não havia remédio que curasse essa doença que se chamava Kate em minha vida. Eu já havia tentado de tudo.A pior parte é que ela insistia em se fazer presente nos meus sonhos. Ou, melhor, pesadelos.O que mais me irritava era o fato de que eu deveria odiá-la. Ela havia feito a pior coisa que um ser humano pode fazer contra outro: trair.E, ainda assim, mesmo a odiando com todas as minhas forças, eu a amava.Maldita, Kate! Maldita!&n
DOMINICEu estava completamente ferrado. Havia oito mensagens de tio Aspen, cinco de tia Sabrina e pelo menos umas doze ligações de minha mãe, o que, resumindo de modo bem sucinto, significava que eu estava ferrado. Ferrado pra cacete.Quando cheguei no aeroporto, às 17h32, eu sabia que havia pisado na bola. Não apenas sabia, mas sentia-me culpado e envergonhado por isso.Tio Aspen tinha feito um pedido e estava esperando de mim. Se ele realmente quisesse me matar, tinha todos os motivos do mundo para cometer tal ato: sua sobrinha não merecia essa recepção nem um pouco bem admita. A garota havia perdido a mãe há poucos dias, estava se deslocando de sua cidade natal para outra completamente desconhecida, provavelmente estaria super cansada devido a viagem e, Dominic Sant, um grande idiota, tinha esquecido de
ALINADepois do jantar, todos foram se dispersando. A casa era enorme, talvez nem devesse chamar de casa, mas sim mansão. Tudo era muito bonito e sofisticado, porém, apesar de tanto luxo, nunca tinha conhecido pessoas tão humildes de coração como eles. Os Sant pareciam ser ótimas pessoas. Talvez não fosse tão difícil assim me adaptar a tudo isso com toda essa receptividade da parte deles. Eu poderia me sentir em caso sem dificuldade alguma.Era estranho dizer isso. Sentir-me em casa.Há uma semana atrás eu ainda estava em Carolina, no Maranhão, cuidando de mamãe e, mal podia prever tudo que estava por vir.Mas talvez essa seja também a beleza da vida: o mistério dela. N&
DOMINICEstava tranquilo no meu sono profundo, quando a luz solar invadiu o quatro e penetrou meus olhos sem dó nem piedade. Faço uma careta de imediato. Olho para frente e, feito uma alma penada, tio Aspen está me encarando não muito contente.— Bom...— Espero que dessa vez honre com sua palavra. Alina e Sophia já estão te esperando. É melhor se levantar e ir logo, Dominic.— Eu... é claro que eu vou. Só... — fiz outra careta, rolei meu olhos por todo o quarto.— Já está tarde se é o que quer saber. Bom... vou deixar você sozinho. Desça em dez minutos, tá legal? Sem atrasos, dessa vez.Embora tenha soado como uma pergunta, eu sabia que aquilo que tio Aspen tinha dito estava mais para uma afirmação. Eu teria de descer em dez minutos e pronto. Sem contestaçã