DOMINIC
— Querido, adorei sua idéia de reunir todos num jantar. Isso raramente acontece. Sempre está faltando alguém... eu fico radiante quando estamos todos juntos!
Sorrio para minha mãe. Sei que, de certo modo, ela sabe o real motivo de eu ter convocado à todos. Sei que mamãe está feliz e isso me deixa cheio de coragem, afinal, tenho o apoio de uma das pessoas mais importantes da minha vida.
A mesa está farta e toda preenchida. Papai está na ponta, no seu lugar de costume. Ao seu lado, minha mãe. Depois tia Sabrina e tio Aspen. Lexie, Stephan e Sophia, seguidos por Henri, Barbara e Hector. Por fim, eu e Alina. Lado a lado.
Juntos. Prontos para declararmos em voz alta nosso amor.
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ALINA— Então quer dizer que era o Dominic todo esse tempo?— Sim. Tio... Inclusive, quero pedir desculpas, mais uma vez, por ter escondido. Sinto muito... de verdade...!Um sorriso fraco se instala nos lábios de meu tio. Isso faz com que a tensão se esvaia de meu corpo imediatamente.— Desculpas aceitas, querida. Vamos deixar isso no passado. Se quer saber, não poderia ficar mais feliz por saber que meu sobrinho querido e minha... minha filha do coração... estão juntos. Isso me deixa feliz, Alina. Pode ter certeza.— Obrigada, tio Aspen. De verdade. Por ter me acolhido aqui, por cuidar de mim e se preocupar comigo e por agir... como um verdadeiro pai para mim. Nem sei como te agradecer por isso.&md
"Sim, no mundo existem mil pessoas capazes de nos despertar amor, se a gente parar pra sentir"DOMINIC— Dominic, aqui estão as passagens da Alina. Ela viaja hoje às 17h. Pode entregar a ela por mim?Ergo meus olhos para encarar meu tio. Aceno com a cabeça, devagar.Ele me entrega o envelope com as passagens e força um sorriso.— Melhore esta cara, garoto. Ou vai fazê-la se arrepender de ir.— Não se preocupe. Na frente dela eu abrigo meu melhor sorriso nos lábios.Abro um sorriso falso em encenação e meu tio gargalha.— Esse aí? Credo... você é um péssimo ator.
UM ANO DEPOISALINA“Mamãe,Um ano e sete meses sem você e eu daria tudo no mundo para ver o seu sorriso mais uma vez. Bom, físicamente, porque eu sonho com o seu sorriso quase todas as noites. Estou te escrevendo essa carta porque é um dia especial e eu adoraria que você estivesse aqui comigo partilhando desse grande dia. Dominic e eu nos casaremos em alguns minutos. Voltamos ao Brasil para a realização da cerimônia que foi gentilmente e cuidadosamente planejada por Sabrina. Eu ainda não vi nada, ela insistiu em querer me fazer uma surpresa. Eu tentei contestar porque você sabe melhor que qualquer outra pessoa que eu sou extremamente curiosa. Mas tudo bem. Ela insistiu tanto que eu a deixei vencer dessa vez. Ah! New York é incrível. Domi e eu assistimos à Anastasia na tão sonhada B
DOMINICEu não sei vocês, mas quando penso na palavra felicidade consigo associá-la a uma pessoa. Àquela pessoa.Minha Alina.Eu conseguia me lembrar com detalhes do dia de nosso casamento. Ela estava tão linda em um elegante vestido branco comprido. O branco do vestido contrastava bem com o vermelho vivo de seus cabelos e harmonizava tão melhor ainda com o azul de seus olhos. Ela era a mulher mais linda que eu pusera os olhos na vida.Conforme tio Aspen à conduzia até mim, eu não conseguia pensar em outra coisa senão agradecer a Deus por ter ar nos pulmões e ter um coração pulsando dentro do peito. Porque só assim, naque
DOMINIC— Deixe que eu adivinhe! — Henri me analisou através do reflexo do espelho. Dei um sorriso de lado e continuei a alinhar minha camiseta de modo que ela ficasse impecável no corpo. — Vai encontrar a Kate?Meu primo abriu um sorriso divertido e eu o retribui com um na mesma intensidade.— Nós nos desentendemos a uns dias, e...— Como de costume, certo?Sorrio de leve. Assinto, em seguida.— Kate me ama, Henri. Eu sei que me ama. Apenas... bom... eu não sei. Nós temos discutido muito ultimamente. Por isso, pensei na coisa certa a se fazer.— Que seria, exatamente...?Afasto-me do espelho e do bolso da calça, retiro a caixinha com o anel de noivado.
ALINA"Doce Alina,Não quero imaginar o que se passa pela sua cabeça nesse exato minuto. Me dói pensar que enquanto estiver lendo essas palavras pode estar chorando. Me dói pensar, ainda, que, nesses últimos meses é tudo que tem feito: chorar. E, dói bem mais em mim, saber que sou a grande causadora de tanta dor em você, filha.Vou tentar ser breve. Não quero que chore tanto. Tenho alguns últimos pedidos a fazer, Alina. Espero que os possa realizar, sinceramente.À começar pela sua vida, espero que não se deixe vencer pela tristeza. Ela pode parecer mais forte que você na grande maioria das vezes, mas não é. Acredite
DOMINICNoventa dias. Noventa dias e o rosto de Kate Smith simplesmente não desaparecia da minha mente. Ela estava impregnada em mim feito uma doença estigmatizada. Não havia remédio que curasse essa doença que se chamava Kate em minha vida. Eu já havia tentado de tudo.A pior parte é que ela insistia em se fazer presente nos meus sonhos. Ou, melhor, pesadelos.O que mais me irritava era o fato de que eu deveria odiá-la. Ela havia feito a pior coisa que um ser humano pode fazer contra outro: trair.E, ainda assim, mesmo a odiando com todas as minhas forças, eu a amava.Maldita, Kate! Maldita!&n
DOMINICEu estava completamente ferrado. Havia oito mensagens de tio Aspen, cinco de tia Sabrina e pelo menos umas doze ligações de minha mãe, o que, resumindo de modo bem sucinto, significava que eu estava ferrado. Ferrado pra cacete.Quando cheguei no aeroporto, às 17h32, eu sabia que havia pisado na bola. Não apenas sabia, mas sentia-me culpado e envergonhado por isso.Tio Aspen tinha feito um pedido e estava esperando de mim. Se ele realmente quisesse me matar, tinha todos os motivos do mundo para cometer tal ato: sua sobrinha não merecia essa recepção nem um pouco bem admita. A garota havia perdido a mãe há poucos dias, estava se deslocando de sua cidade natal para outra completamente desconhecida, provavelmente estaria super cansada devido a viagem e, Dominic Sant, um grande idiota, tinha esquecido de