CAPÍTULO 2

Eu dei as costas pra ela sentindo cara vibração do meu corpo, era como se além da minha mente ele também tivesse possuído pelo espírito de vingança.

Pelo vidro da sala eu via a reação dela, pasma e ao mesmo tempo sem entender o que eu quis dizer.

Meu padrasto e minha mãe trabalhavam juntos em uma empresa que tinha filiais espalhadas por 13 países. Suas funções obrigavam eles a passarem mais tempo viajando, do que em casa, e aconteceu deles precisarem viajar logo quando eu iria começar o meu processo de vingança.

Eu não chegava a ser um deus grego, mas existiam umas garotas que viviam dando em cima de mim, e por eu estar solteiro, eu estava disposto a dar uma chance pra elas, a começar pela Marcela.

Eu a chamei pra ir na minha casa a noite, bem na hora da novela da Kiara, claro que o meu convite foi algo especial que eu havia preparado pra Kiara.

Quando a kiara percebeu que se tratava da melhor amiga dela, ela teve um ataque de fúria e começou a gritar comigo e com ela. Foi épico.

— Vocês estão de brincadeira comigo? Você não me disse nada Marcela. Desde quando você está gostando do Lucas? E quem você pensa que é Lucas pra chamar ela pra nossa casa sem falar comigo?

— Calma Kiara, ele me chamou a pouco tempo, eu nem tive chance de falar com você antes, sem contar que eu já te encontraria aqui mesmo. Eu não sabia que isso seria um problema, afinal somos amigas, achei que você ficaria feliz com a novidade.

A Marcela respondeu pra Kiara, porém ela estava decidida a fazer a Marcela desistir de ficar comigo.

— Esse imbecil vai só te usar Marcela, ele acabou de terminar com a namorada dele e você vai ser só um consolo.

Eu sabia que a Kiara usaria isso pra manipular a Marcela contra mim, mas eu já havia me antecipado e deixei tudo às claras pra ela.

— Ele já me disse isso, e pra mim está tudo bem kiara, eu estou querendo conhecer ele melhor.

Enquanto isso, eu fiquei de braços cruzados, vendo as duas brigarem, enquanto meu subconsciente me avisava que eu tinha dado um golpe certeiro. Eu estava rindo muito por dentro.

— Vamos subir Marcela, vamos dar um tempo pra Kiara se acostumar com a ideia.

— Vocês não vão subir de jeito nenhum. Fica aqui Marcela.

— Por favor kiara, você não é minha mãe.

A Marcela falou antes de dar as costas pra ela.

— Alvo atingido com sucesso. Pensei.

Eu Levei a Marcela pro meu quarto, coloquei um filme, comprei chocolates, refri, vinho, fiz pipoca, deixei tudo no ponto pra não errar em nada. Mas ela não quis saber de filme nenhum, e foi logo me beijando e eu retribuí.

Eu não podia negar que enquanto eu estava beijando a Marcela, era na Kiara que eu pensava, e aquilo só me deixava com mais raiva, afinal porque eu estava pensando em alguém que havia destruído o meu relacionamento e estava acabando com o meu psicológico?

Eu tentei me concentrar naquele momento, e aprofundei as coisas com a Marcela, que parecia querer me devorar.

Eu tinha deixado a porta destrancada, pois eu tinha certeza que a kiara iria lá, e quando eu e a Marcela estávamos quase chegando naquele intenso momento esperado, com nossos corpos suados, e com nossas respirações descompassadas, a Kiara apareceu furiosa e começou a gritar.

— Que merda, vocês não foram tão longe. Eu não acredito nisso. Veste tua roupa agora Marcela, que aqui não é motel e vai embora.

A Marcela com vergonha, se vestiu rapidamente, e antes de ir embora deu um aviso pra kiara.

— Não fala mais comigo Kiara. Nossa amizade termina aqui.

Por um segundo eu achei que as palavras da Marcela iriam abalar a Kiara, afinal a amizade deveria ser importante pra ela, mas a kiara olhou bem pra minha cara, deu um sorrisinho que eu vi como uma ameaça e me deu as costas.

A frieza dela me fez ter calafrios, eu já tinha visto aquele sorriso antes, e eu tinha certeza que ela iria aprontar algo muito pior do que eu aprontei.

— Droga!

Falei sentindo o peso da ameaça não pronunciada.

Mulheres que sabem que tem o poder mas mãos não precisam de palavras, um olhar, um sorrisinho de canto de boca já são suficientes pra fazer um homem reconhecer os riscos.

Eu fui tomar um banho, e decidi não sair mais do quarto pra evitar o confronto.

O dia amanheceu, e eu não vi a kiara em nenhum compartimento da casa, e eu cheguei a conclusão que ela não havia saído do quarto ainda.

Eu tomei o meu café, e nada dela descer, o que foi estranho, pois ela sempre acordava cedo.

Fui pra aula e não consegui me concentrar direito, eu não sabia ao certo o que me assombrava, se era o fato de repassar o sorrisinho diabólico dela na cabeça ou de acreditar que ela estava planejando algo bem pior do que aquilo que eu fiz.

Quando eu cheguei em casa, eu novamente não vi nenhum sinal dela, então eu resolvi ir até o quarto dela, e dessa vez tive o cuidado de bater. Ninguém respondeu.

Eu abri a porta bem devagar, e me assustei ao ver o quarto vazio.

— Afinal, onde essa louca foi? Foda-se, ela já é maior de idade.

Eu fui pro meu quarto e tentei não pensar mais nela, tomei banho, deitei na cama e acabei pegando no sono.

Quando eu acordei, parecia que a casa havia virado um bordel, eu ouvi gritos e palavrões que me fizeram ficar em posição de alerta.

— O que está acontecendo?

Perguntei a mim mesmo e coloquei o meu ouvido na parede e tive a certeza que todo aquele grito estava vindo do quarto da Kiara, e eu fiquei possesso.

Eu já tinha sentido muitas coisas ao me deparar com situações desafiadoras, mas jamais pensei em viver o desafio de conter a minha fúria daquela forma.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo