CAPÍTULO 4

Eu mal tinha terminado a frase, e já me encontrava no chão, com um chute na boca do estômago que me deixou sem ar.

— Suellen, por favor, me perdoe, eu não sei o motivo de eu ter pronunciado o nome dela.

A Suellen voou em cima de mim com uma força e um ódio que eu nunca tinha visto antes. A medida que ela ia me batendo, ela ia chorando e gritando, como se tudo o que ela quisesse fazer era me matar.

— A quanto tempo você fica comigo pensando nela? Não acredito que você foi capaz de me chamar de Kiara, chega a ser nojento você me beijar e pensar nela. Que tipo de doente é você? Isso só pode ser um pesadelo, eu confiava em você e você acabou com tudo.

Eu aguentei tudo sem segurá-la, eu deixei que ela extravasasse toda a raiva dela em mim, pois eu sabia o quanto aquilo era pesado de se ouvir, eu no lugar dela estaria me sentindo um lixo.

Ela se cansou de me bater e saiu de perto de mim com o rosto vermelho.

Eu me mantive em silêncio, sentado no chão, rasgado do peito até o pescoço, fora as marcas da briga com o urubu do Rubens que eu tinha no rosto. Eu estava só o trapo, mas nada se comparava com a Suellen.

Ela estava chorando incontrolável, com soluços que fizeram eu me sentir o pior homem do mundo.

Naquele momento eu não tinha mais nada pra falar, não existia explicação pra tamanho absurdo.

— Você disse que não sentia nada por ela.

— Eu não sinto Suellen, é só uma coisa de corpo, desejo, não é amor.

Eu já não sabia mais o que eu estava falando.

— Você já conseguiu se escutar Lucas? Você tá falando igual o Rubens. Criticou tanto o comportamento dele, e tá fazendo coisa pior. Você não tem moral pra falar de ninguém, é uma pena que eu me dei conta disso somente agora, eu teria poupado anos da minha vida se eu tivesse visto quem você era de verdade.

— Não me compara com aquele merda Suellen. Falei já exaltado.

A Suellen continuou...

— Pode até ser verdade mesmo que ele seja um merda. Mas é um merda que admite tudo que é perguntado, enquanto você fica escondendo a sujeira toda.

Olha pra tuas atitudes primeiro Lucas, antes de falar da sujeira dos outros.

Quando eu achei que ela tinha acabado, ela saiu quebrando tudo no meu quarto, TV, notebook e tudo o que viu pela frente, eu a segurei pelos braços na tentativa de deter ela, quando a Kiara bateu na porta.

— Gente, que gritaria é essa? Já que a polícia b**e aqui. Abram essa porta agora.

A Suellen se soltou das minhas mãos, abriu a porta e partiu pra cima da Kiara, foram t***s e puxões de cabelo.

— Para sua louca, tá me agredindo porquê? Sua doente. Segura essa maluca Lucas.

Eu corri pra separar as duas, enquanto a Suellen berrava nos meus braços, na tentativa de se soltar...

— Você não sabe sua vadia? Agora você pode se jogar tranquilamente pra cima do Lucas, ele morre de desejos por você. Não é isso que você quer a meses? Fique a vontade e faça bom proveito. Me solta Lucas, você morreu pra mim, maldito foi o dia que eu te conheci.

Eu então a soltei...

E ali eu vi partir o meu amor de anos, carregando um sofrimento que eu já havia prometido pra mim mesmo que jamais a faria passar.

— Que puto covarde eu sou.

— Qual foi o problema?

A Kiara perguntou olhando pra mim.

— O problema é você Kiara, que não consegue se manter em relacionamento nenhum, e sai por aí destruindo o relacionamento dos outros. Eu era feliz e estável até você aparecer na minha vida, na minha casa, e achando que podia ter o controle de tudo, inclusive de mim.

— Eu sou o problema?

Ela veio bem perto de mim, olhou bem nos meus olhos, e continuou...

— O problema é você que a meses tenta negar o que sente por mim, se você tivesse sido leal com você mesmo, teria evitado o sofrimento da sua namoradinha, e teria poupado o meu trabalho de te mostrar que eu sinto o mesmo por você.

Mas isso, antes de eu saber que você é um moleque, um frouxo que não aguenta uma mulher como eu. Tem medo de quê Lucas? De sentir por mim o que você nunca sentiu por ninguém? Vai negar isso até quando? Até eu me cansar de você?

Ela se aproximou mais ainda e falou bem no pé do meu ouvido...

— Você não sabe possuir uma mulher como eu, porque você nunca teve ninguém além da Suellen. O problema não sou eu e sim você, seu frouxo de merda.

A kiara me deu as costas, e eu me segurei pra não puxá-la e mostrar pra ela o frouxo que eu era.

Sem falar nada eu fui pro meu quarto, ele estava parecendo uma zona de guerra, eu limpei tudo, separando o que estava quebrado no canto da parede, enquanto a voz da kiara ecoava na minha mente: "Você não sabe possuir uma mulher como eu".

Era fato que eu nunca havia estado com ninguém além da Suellen. Bom, teve o lance com a Marcela, mas aquilo não podia ser considerado algo relevante, já que só durou alguns minutos.

Tudo aquilo me fez ver uma coisa, eu estava apaixonado pela Kiara, eu só não conseguia aceitar isso, eu tinha realmente medo, pois a kiara era o tipo de mulher capaz de mexer com o psicológico de um homem, mas ela não podia ter o controle dos meus sentimentos, eu me recusava a aceitar aquilo, e estava disposto a virar o jogo e eu mesmo iria acabar com o psicológico dela.

— Ah, isso pode ter certeza que eu vou fazer Kiara, você não perde por esperar.

Falei.

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