O olhar da Kiara ficou cada vez mais frio, a coluna ereta dela, e a calma com que ela pronunciava todas aquelas palavras, já deixavam claro que todas as atitudes dela foram calculadas antecipadamente.— Em algum momento passou pela sua cabeça me perdoar de verdade?— Sim, mas querer nem sempre é poder, eu queria Lucas, mas não podia.— Não podia porque?Perguntei tentando controlar a minha voz já desgastada pelos gritos e a dor daquele momento.— Porque perdoar significava dar pra você o direito de continuar errando comigo, você pegou mais de duas décadas de casamento e colocou em jogo por uma mulher que destruiu o meu psicológico no passado, qual o respeito eu teria por mim mesma se deixasse tudo isso passar com tanta facilidade? Eu passei praticamente todo o nosso casamento colocando a nossa família como prioridade, eu fui sua amiga, sua parceira, e fui fiel, e na primeira oportunidade você me apunhalou pelas costas, e por mais que você diga que foi decisão minha sair de casa, eu te
O salão estava impecavelmente decorado, com flores brancas e luzes suaves criando um ambiente de celebração e romance. Eu ajustei a gravata enquanto olhava para Kiara ao meu lado, nós estávamos nos esforçando pra manter uma fachada de normalidade, mas a dor e a tensão eram palpáveis, nós sabiamos que não podíamos permitir que nossas emoções arruinasse o grande dia de Léo e da Vitória.A Kiara, estava vestida em um elegante vestido azul-marinho, ela mantinha a postura firme e o olhar distante, eu sabia que cada sorriso que ela esboçava era forçado, cada gesto era meticulosamente calculado para não levantar suspeitas sobre o que realmente acontecia entre a gente.A cerimônia começou, e nós nos posicionamos nos lugares reservados para os pais dos noivos. Antes que a Vitória entrasse na igreja, a Viviane apareceu entrando pela porta lateral, rapidamente eu desviei o meu olhar pra outro ponto, ao perceber que a Kiara estava me observando, certamente ela queria ver a minha reação ao rever
Conseguimos disfarçar bem, fomos falar com o Léo que estava acompanhado da recém esposa e do André, e eu evitei demonstrar o quanto estava incomodado com a presença dele.Quando o Léo olhou pra Kiara, ele estranhou os olhos dela vermelhos.— Estava chorando mãe?— É claro Léo, que mãe não choraria no casamento de um filho?Ele sorriu, e eu também, mas por dentro eu estava triste por saber que aquelas lágrimas foram causadas pela nossa conversa.— Obrigada por deixar tudo lindo Kiara, eu sei que você fez o papel de uma mãe, e apesar de eu ficar triste por não ter tido a minha mãe por perto nesse momento tão importante, eu estou feliz por você ter tornado esse momento possível, e pode ter certeza que eu farei o seu filho muito feliz.A Vitória tinha uma delicadeza na voz, e uma emoção no olhar, e isso fez a Kiara voltar a chorar e abraça-la.— A sua mãe saiu sem falar com vocês, Vitória?O André perguntou.— Sim papai, eu não vi mais ela depois dos votos, a gente se enterteu falando com
O meu primeiro destino foi Paris. A cidade do amor parecia um bom começo, embora tivesse deixado o meu amor pra trás.Depois de hospedado em um bom hotel, com excelente localização, eu pensei em como viveria aquele ano deixando claro pra Kiara as minhas intenções e que em nenhum momento pensava em desistir dela.Foi então que a ideia surgiu na minha mente de forma natural, ela precisava se sentir amada, e foi exatamente isso o que eu fiz, em todos os momentos, pois em todos os lugares que eu ia, eu pensava nela.Eu liguei pra uma Floricultura perto da nossa casa, e encomendei rosas vermelhas e mandei que escrevessem um cartão, mandei entregar a noite, pois eu sabia que ela estaria em casa nesse horário...Meu amor...Fazem apenas alguns dias, e eu já estou morrendo de saudades, principalmente por visitar lugares que você gosta e não ter você aqui comigo.Hoje eu caminhei pelos Jardins de Luxemburgo, senti a magia da Torre Eiffel iluminada à noite, e me perdi nas galerias do Louvre.
Algumas semanas após o incidente em Praga, minha vida parecia um redemoinho. O peso do que aconteceu com Viviane ainda pairava sobre mim, e eu mal conseguia dormir, o mais difícil foi ignorar todas as ligações do Léo e da Viviane, eu não queria ter que lidar com os olhares supostamente acusatórios deles, embora já tivesse sido confirmado que a culpa não era minha, eu não deixava de senti culpa, e o meu ano sabático havia se tornado em um pesadelo.Meus pensamentos estavam sempre com Kiara, e eu até cheguei a pensar que ela me ligaria, mas ela foi a única a não ligar, e eu também não mandei mais nenhum buquê de rosas, afinal, depois da morte da Viviane eu voltei pra Paris, e não visitei mais nenhum outro lugar, eu estava praticamente vegetando e sentindo pena de mim mesmo.Dois meses depois, eu decidi finalmente atender as milhares de ligações que o Léo fazia por dia, e a minha voz quase não saía.— Oi filho.— Pai? Meu Deus pai, por onde o senhor anda? Como você some desse jeito?— De
Ali estava ela, Kiara, com um olhar misto de expectativa e determinação.— Kiara, meu amor...A minha voz saiu rouca, carregada de tudo o que eu sentia naquele momento, era algo inexplicável, eu não conseguiria definir o que senti nem se eu tentasse.— Eu senti tanto a sua falta, Lucas. Ela disse, caminhando em minha direção e envolvendo os braços ao redor do meu pescoço.Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto eu a abraçava com força, sentindo o calor e a familiaridade de seu corpo contra o meu. Finalmente, ela estava comigo.— Eu realmente preciso de você nessa viajem.Falei no ouvido dela, e ela se afastou um pouco e olhou no fundo dos meus olhos, o amor estava lá, eu reconheceria aquele olhar mesmo com a passagem de um trilhão de anos.— Eu vou pra qualquer lugar que você for.Ela disse com um sorriso nos lábios.Eu a beijei com toda a minha saudade acumulada, até sermos interrompidos pelo taxista que pigarreou...Nós começamos a rir e eu ajudei a colocar a mala dela no táxi.
Acho que quando um cara chega na fase adulta, tudo o que ele deseja é não sair por aí fazendo merda, e eu bem que tentei seguir um padrão de vida consciente, e longe de bucetas e bundas que não fossem da minha namorada. Mas a evolução dos anos fizeram das mulheres seres absurdamente perigosos e de atitudes, que por muitas vezes colocam o homem em uma situação bastante difícil, afinal como um homem iria conseguir fugir de uma mulher obstinada a tê-lo? Principalmente quando essa mulher mora na mesma casa que ele?Definitivamente a minha mãe deveria continuar exercendo o papel de onça protetora, mas ela estava longe de descobrir que estava colocando uma predadora dentro da nossa casa.Ter uma meia irmã não parecia algo ruim, eu até que gostei da idéia, mas eu não sabia que ser homem nessa geração de mulheres malucas iria fazer de mim alguém que eu sempre lutei pra não ser, um verdadeiro inconsequente. Chegou o dia do casamento da minha mãe com um amor da juventude dela, eles já moravam
Eu dei as costas pra ela sentindo cara vibração do meu corpo, era como se além da minha mente ele também tivesse possuído pelo espírito de vingança.Pelo vidro da sala eu via a reação dela, pasma e ao mesmo tempo sem entender o que eu quis dizer. Meu padrasto e minha mãe trabalhavam juntos em uma empresa que tinha filiais espalhadas por 13 países. Suas funções obrigavam eles a passarem mais tempo viajando, do que em casa, e aconteceu deles precisarem viajar logo quando eu iria começar o meu processo de vingança. Eu não chegava a ser um deus grego, mas existiam umas garotas que viviam dando em cima de mim, e por eu estar solteiro, eu estava disposto a dar uma chance pra elas, a começar pela Marcela.Eu a chamei pra ir na minha casa a noite, bem na hora da novela da Kiara, claro que o meu convite foi algo especial que eu havia preparado pra Kiara.Quando a kiara percebeu que se tratava da melhor amiga dela, ela teve um ataque de fúria e começou a gritar comigo e com ela. Foi épico. —