Eu passei boa parte da noite acordado olhando Giovanna dormir. O subir e descer do seu peito me acalmava. Depois de tanto tempo afundado em medo, dor e culpa, eu me sentia leve. Ela fazia isso comigo. Trazia calma, paz, equilíbrio. Como eu disse antes, eu tinha um propósito na minha vida agora e este era amar e proteger essas duas vidas que estavam aqui nos meus braços e eu iria fazer isso da melhor maneira que eu pudesse.Eu achava que eu amava Anabela, mas a paz que eu sinto agora não pode ser confundida com o que eu sentia por Anabela. Alguém disse que a paixão é euforia, enquanto o amor é calmaria. Pra mim, agora, isso faz todo o sentido. Eu me sinto em paz ao lado de Giovanna, enquanto eu vivia angustiado ao lado de Bela, eufórico por algo que nunca chegava. Era como um desespero. Eu sentia por nós dois, tanto que era eu a cuidar unilateralmente da nossa relação e não me importar tanto se ela não correspondia. Eu sabia, de algum modo, que com Giovanna seria diferente.
Quando nossas respirações se normalizaram e os tremores do nosso clímax deixaram nossos corpos eu me levantei e fui até o banheiro preparar um banho para nós dois. De volta ao quarto eu a peguei nos braços e a levei comigo. Na banheira, lavei cada parte do seu corpo com uma toalhinha e depois nós ficamos apenas abraçados aproveitando o momento. Suas costas na minha frente, minha mão deslizando por sua barriga ainda plana – Não vejo a hora de sua barriga crescer.- Oh! Você diz isso por que não é com você. Além disso, eu vou ficar horrível. Uma bola.- Ei, não diga isso. Você é linda. Perfeita. E vai ficar incrivelmente sexy com o nosso filho aí dentro. Nada vai me dar mais prazer do que desfilar por aí com vocês dois.- Você só está sendo gentil.- Não. Eu estou sendo sincero. Você vai ficar ainda mais bonito com um barrigão. Obrigado por me deixar fazer parte disso.- É o seu direito e é um prazer pra mim. Eu estava realmente determinada a levar isso sozinha, Matteo. Mas confesso que
Giovanna- Oi! Bem-vinda de volta – Matteo falou quando eu abri meus olhos. Eu demorei um tempo para reconhecer onde eu estava, mas depois percebi que eu estava de volta ao quarto de Matteo.- Oi.- Como você se sente?- Um pouco cansada e com fome – eu comecei a me levantar, mas Matteo me impediu.- Fique deitada. Vou pedir a Sra. Montecino para preparar alguma coisa pra você. O que você gostaria de comer?- Eu estou bem Matteo. Eu posso descer e comer alguma coisa lá na cozinha mesmo.- Se eu deixar você sair dessa cama a minha mãe vai me matar.- Que ótima impressão que eu causei no meu primeiro dia aqui.Ele se inclinou sobre mim e encostou seus lábios nos meus – Você está carregando um Mazza, o primeiro neto dos meus pais. Quer impressão melhor do que essa. Não se preocupe com isso. Agora, diga-me, o que você gostaria de comer?- Tem bolo? Eu queria um bolo de laranja com calda de chocolate.- Isso é um desejo?- Não. Mas se dizer que é vai fazer o bolo chegar até aqui eu posso d
A vista era mesmo de tirar o fôlego. Do alto, além das vinhas que cobriam a maior parte da terra, a mansão de pedra era ainda mais bonita do que vista do chão. O complexo onde ficava a cantina, onde os barris de vinho eram armazenados para envelhecerem e onde ficava o escritório e o restaurante, tinha um formato circular e, assim como a mansão, também foi construído em pedra.O piloto, a pedido de Matteo, nos levou até o outro lado da propriedade, onde fizemos o nosso piquenique às margens do rio e onde ficava a cocheira. Por fim, retornamos para as proximidades da mansão e aterrissamos em um heliporto que eu nem sabia que existia atrás da cantina. Um homem, que eu reconheci como Andrei, se aproximou e nos cumprimentou.- Benvenuti, Signore e signora.Eu acenei de volta e Matteo segurou a minha mão – Obrigado, Andrei. Como estão as coisas por aqui?- Mais ou menos, Signore. Talvez fosse bom dar uma passada no escritório. Temos um problema com um dos clientes. Além disso, as coisas fi
Matteo Quando eu abri os olhos na manhã seguinte, Giovanna ainda dormia nos meus braços. Seus longos cabelos escuros estavam espalhados sobre o travesseiro e cheiravam deliciosamente. Eu queria acordá-la e me enterrar dentro dela até que eu não tivesse mais forças. Mas nós fomos dormir muito tarde na noite passada e eu a havia cansado o suficiente. Ela está grávida e precisa dormir mais do que o normal. Além disso, eu tinha um grupo de futuros clientes chegando essa manhã por volta das oito horas e eu não confiava em Alícia para recebê-los. Eu nem mesmo sabia se ela viria trabalhar hoje depois da crise nervosa que ela teve ontem. Andrei tinha um carregamento de vinho para cuidar e parte da equipe estava de férias. Os demais eram trabalhadores braçais, que não estavam acostumados a providenciar a recepção dos visitantes e toda a logística que a situação exigia. Eu odiava sair sem falar com ela, mas era necessário. Eu pensei que se ela acordasse antes das oito e meia, talvez
Giovanna Eu precisei de um esforço extra para me manter conectada à conversa à mesa de café-da-manhã. Minha cabeça ainda estava na conversa que eu tive com Matteo no escritório. Eu deveria ter contado tudo pra ele. A cada dia que passava ficava mais complicado falar a verdade e mais difícil seria ele me perdoar depois. Os clientes não estavam apenas de passagem, mas ficariam hospedados com as suas esposas por um par de dias no anexo da mansão que era utilizado para este fim. Com a ajuda de Guilhermina eu me desdobrei em atenção para com os convidados e organizei passeios e refeições.Felizmente Alícia se manteve distante, o que era um alívio pra mim. Mas de algum modo eu sabia que era uma questão de tempo até que ela me confrontasse. Ela não me parecia como alguém que aceita as coisas de bom grado. Eu ouvi boa parte da sua conversa com ele. Ela estava insinuando... Não. Ela disse com todas as letras que eu engravidei para segurar Matteo e que ele estava se casando comigo a
Exausta nem chegava perto de definir como eu me sentia. Apesar de Matteo se desdobrar para me poupar de tanta atividade, era impossível com três grandes eventos acontecendo em menos de dois meses. Faltava apenas dois dias para a Festa da Uva, dali a mais quinze dias seria o lançamento do meu livro e quinze dias depois seria o meu casamento. Sendo que no que diz respeito ao meu livro, era um sofrimento completamente solitário. Pois eu, apesar de tentar, não encontrei uma maneira de falar pra ele uma coisa aparentemente tão simples. Na maioria das vezes eu pensava que estava exagerando, mas então eu relia cada conversa no chat do Facebook e me sentia uma mentirosa e manipuladora. Eu definitivamente não me orgulhava do que eu fiz. No instante em que eu percebi que Matteo e Teo Pain eram a mesma pessoa, deveria, por uma questão de fato, ter dito a ele toda a verdade. Agora, eu me sentia a pior pessoa do mundo. Não ajudou o fato de ele ter que viajar a negócios por
- Qual o seu problema com Antony? – Perguntei a Penny dois dias depois. A festa estava sendo um sucesso. Havia em torno de duas centenas de convidados, sendo que pelo menos trinta deles estavam hospedados na propriedade. Isso sem contar os familiares de Matteo e meus. Felizmente a casa era imensa e havia um anexo apenas para os hóspedes. A nossa família estava hospedada no prédio principal e eu estava adorando toda aquela movimentação. Embora meus pés estivessem me matando e Matteo aproveitasse cada pequena oportunidade para me fazer sentar.- O problema – ela arqueou as sobrancelhas e deu um olhar mortal na direção dele – é que ele é um idiota.- Mas você era louca para pegar esse contrato.- Sim, por que era grande, desafiador, uma excelente experiência para a minha empresa que está apenas começando e precisava de um cliente de prestígio com a Mazza telecom. Além do mais, pagava bem e eu sabia que podia fazê-lo. Mas eu não tinha ideia do quanto era difícil trabalhar com esse... hom