Giovanna- Oi! Bem-vinda de volta – Matteo falou quando eu abri meus olhos. Eu demorei um tempo para reconhecer onde eu estava, mas depois percebi que eu estava de volta ao quarto de Matteo.- Oi.- Como você se sente?- Um pouco cansada e com fome – eu comecei a me levantar, mas Matteo me impediu.- Fique deitada. Vou pedir a Sra. Montecino para preparar alguma coisa pra você. O que você gostaria de comer?- Eu estou bem Matteo. Eu posso descer e comer alguma coisa lá na cozinha mesmo.- Se eu deixar você sair dessa cama a minha mãe vai me matar.- Que ótima impressão que eu causei no meu primeiro dia aqui.Ele se inclinou sobre mim e encostou seus lábios nos meus – Você está carregando um Mazza, o primeiro neto dos meus pais. Quer impressão melhor do que essa. Não se preocupe com isso. Agora, diga-me, o que você gostaria de comer?- Tem bolo? Eu queria um bolo de laranja com calda de chocolate.- Isso é um desejo?- Não. Mas se dizer que é vai fazer o bolo chegar até aqui eu posso d
A vista era mesmo de tirar o fôlego. Do alto, além das vinhas que cobriam a maior parte da terra, a mansão de pedra era ainda mais bonita do que vista do chão. O complexo onde ficava a cantina, onde os barris de vinho eram armazenados para envelhecerem e onde ficava o escritório e o restaurante, tinha um formato circular e, assim como a mansão, também foi construído em pedra.O piloto, a pedido de Matteo, nos levou até o outro lado da propriedade, onde fizemos o nosso piquenique às margens do rio e onde ficava a cocheira. Por fim, retornamos para as proximidades da mansão e aterrissamos em um heliporto que eu nem sabia que existia atrás da cantina. Um homem, que eu reconheci como Andrei, se aproximou e nos cumprimentou.- Benvenuti, Signore e signora.Eu acenei de volta e Matteo segurou a minha mão – Obrigado, Andrei. Como estão as coisas por aqui?- Mais ou menos, Signore. Talvez fosse bom dar uma passada no escritório. Temos um problema com um dos clientes. Além disso, as coisas fi
Matteo Quando eu abri os olhos na manhã seguinte, Giovanna ainda dormia nos meus braços. Seus longos cabelos escuros estavam espalhados sobre o travesseiro e cheiravam deliciosamente. Eu queria acordá-la e me enterrar dentro dela até que eu não tivesse mais forças. Mas nós fomos dormir muito tarde na noite passada e eu a havia cansado o suficiente. Ela está grávida e precisa dormir mais do que o normal. Além disso, eu tinha um grupo de futuros clientes chegando essa manhã por volta das oito horas e eu não confiava em Alícia para recebê-los. Eu nem mesmo sabia se ela viria trabalhar hoje depois da crise nervosa que ela teve ontem. Andrei tinha um carregamento de vinho para cuidar e parte da equipe estava de férias. Os demais eram trabalhadores braçais, que não estavam acostumados a providenciar a recepção dos visitantes e toda a logística que a situação exigia. Eu odiava sair sem falar com ela, mas era necessário. Eu pensei que se ela acordasse antes das oito e meia, talvez
Giovanna Eu precisei de um esforço extra para me manter conectada à conversa à mesa de café-da-manhã. Minha cabeça ainda estava na conversa que eu tive com Matteo no escritório. Eu deveria ter contado tudo pra ele. A cada dia que passava ficava mais complicado falar a verdade e mais difícil seria ele me perdoar depois. Os clientes não estavam apenas de passagem, mas ficariam hospedados com as suas esposas por um par de dias no anexo da mansão que era utilizado para este fim. Com a ajuda de Guilhermina eu me desdobrei em atenção para com os convidados e organizei passeios e refeições.Felizmente Alícia se manteve distante, o que era um alívio pra mim. Mas de algum modo eu sabia que era uma questão de tempo até que ela me confrontasse. Ela não me parecia como alguém que aceita as coisas de bom grado. Eu ouvi boa parte da sua conversa com ele. Ela estava insinuando... Não. Ela disse com todas as letras que eu engravidei para segurar Matteo e que ele estava se casando comigo a
Exausta nem chegava perto de definir como eu me sentia. Apesar de Matteo se desdobrar para me poupar de tanta atividade, era impossível com três grandes eventos acontecendo em menos de dois meses. Faltava apenas dois dias para a Festa da Uva, dali a mais quinze dias seria o lançamento do meu livro e quinze dias depois seria o meu casamento. Sendo que no que diz respeito ao meu livro, era um sofrimento completamente solitário. Pois eu, apesar de tentar, não encontrei uma maneira de falar pra ele uma coisa aparentemente tão simples. Na maioria das vezes eu pensava que estava exagerando, mas então eu relia cada conversa no chat do Facebook e me sentia uma mentirosa e manipuladora. Eu definitivamente não me orgulhava do que eu fiz. No instante em que eu percebi que Matteo e Teo Pain eram a mesma pessoa, deveria, por uma questão de fato, ter dito a ele toda a verdade. Agora, eu me sentia a pior pessoa do mundo. Não ajudou o fato de ele ter que viajar a negócios por
- Qual o seu problema com Antony? – Perguntei a Penny dois dias depois. A festa estava sendo um sucesso. Havia em torno de duas centenas de convidados, sendo que pelo menos trinta deles estavam hospedados na propriedade. Isso sem contar os familiares de Matteo e meus. Felizmente a casa era imensa e havia um anexo apenas para os hóspedes. A nossa família estava hospedada no prédio principal e eu estava adorando toda aquela movimentação. Embora meus pés estivessem me matando e Matteo aproveitasse cada pequena oportunidade para me fazer sentar.- O problema – ela arqueou as sobrancelhas e deu um olhar mortal na direção dele – é que ele é um idiota.- Mas você era louca para pegar esse contrato.- Sim, por que era grande, desafiador, uma excelente experiência para a minha empresa que está apenas começando e precisava de um cliente de prestígio com a Mazza telecom. Além do mais, pagava bem e eu sabia que podia fazê-lo. Mas eu não tinha ideia do quanto era difícil trabalhar com esse... hom
Matteo - Bom dia, pessoal. – Um bom dia coletivo soou na varanda. Apesar de a festa ter ido até tarde a noite passada, a maioria dos nossos familiares acordaram cedo.- Querido, onde está Giovanna? – mamma quis saber.- ainda dormindo, mamma.- Eu também dormia bastante quando estava grávida – A mãe de Giovanna contou – e também enjoava bastante. Para mim foi a fase mais complicada – Então ela começou a contar um pouco sobre a sua própria gestação.Eu me sentei na outra extremidade da mesa, já que o meu pai sentou-se na outra ponta. O clima era bastante animado. O cheiro de café fresco impregnava o ar misturando-se ao dos ovos mexidos, suco de laranja e outras delícias. Havia chovido, o que podia ser perfeitamente comprovado pelo cheiro de terra molhada e pelas gotas de chuva que ainda caíam do beiral. Eu não podia deixar de pensar no tempo que eu não reparava nessas coisas. Durante anos eu apenas trabalhei e me lamentei. Eu só conseguia enxergar o quanto a minha vida era
Enquanto meus irmãos e Penélope saíram para cavalgar, meus pais levaram os meus futuros sogros para um passeio pela vinícola. Embora eu adorasse fazer isso, eu adorava ainda mais, ficar com Giovanna. Sobretudo quando ela não está falando comigo. Quando todos saíram, ela se levantou, mexeu na pilha de correspondência, pegou um embrulho e entrou na casa sem dizer uma palavra. Eu esperei alguns minutos para que ela se acalmasse e só então fui atrás dela.O embrulho estava sobre a mesinha lateral e ela estava deitada de lado olhando para ele.- Oi – eu comecei, por que não sabia como agir quando ela estava assim. em regra, ela era calma, doce, nãos e irritava com facilidade. Eu não estava habituado a lidar com Giovanna temperamental.- Oi – ela respondeu secamente.- O que é isso?- Apenas um livro.- Você não vai abrir.- Mais tarde.Eu caminhei até a cama e sentei-me na beira da cama – Posso ver?Ela hesitou um pouco e eu imaginei que ela deveria estar com muita raiva para não querer fa