CAPÍTULO 5

— Estou impressionado. — Ele elogia, acomodando-se na cadeira. — Já me disseram que ela é mais durona que o pai, mas vê-la é outro nível.

 — Ele me dá um sorriso casto. — Ser mulher num mundo de homens não é fácil. — Explico, tomando meu café. — Então, você aceita? — Pergunto, esperando que a reunião acabe logo, tenho mais assuntos para resolver. 

 — Com uma condição. — Meu corpo fica tenso com suas palavras.

Observo-o em silêncio, sem demonstrar nenhum sinal de expressão. Quero que você me dê sua “condição”. 

Não quero prolongar mais isso. Mas Eduardo não fala, ele somente examina meu rosto em silêncio. Ele é um homem enigmático e muito bonito, deve ter uns trinta e poucos anos. Ele pode ter qualquer mulher que quiser, não há como negar sua beleza masculina, porém meus olhos buscam algo mais do que um rosto bonito, parece que gosto de idiotas como Victor. 

 — Qual deles, Sr. Eduardo? — Eu quebro o silêncio. — Diga-me, Jessica. — Não vejo problema algum em me pedir para chamá-lo pelo nome, penso, um tanto confuso. — Não é impedimento, eu posso fazer isso, se você quiser, Jessica. 

— Coloquei a xícara na minha mesa. — Então, se essa é a condição do nosso acordo, você pode…

— Não. — Ele me interrompe, fazendo minha testa franzir em perplexidade. — Jessica, quero jantar com você. Meus olhos se arregalam. — Vou ser sincero, eu ia embora. Não gosto de atrasos, como você disse, e não há desculpas. Se aceitei, é porque sua beleza me deixou deslumbrado.

— Não sei o que dizer. — Murmurei, irritado. — Mas entendo que o acordo não funciona para você.

— Faço uma careta com os lábios. — Não estou à venda, Eduardo — Volto ao tratamento impessoal.

Eu me levanto e ele faz o mesmo. Posso ver a frustração em seu rosto. Eduardo é bonito e, em outro contexto, eu teria aceitado o jantar, nem é pecado dividir comida com um homem bonito.

— Não me entenda mal e peço desculpas se o ofendi. —Cruzo os braços, esperando por mais palavras lisonjeiras. — Eu ainda assinarei o acordo, independentemente de você concordar em jantar comigo ou não. Foi para isso que vim. — Ele declara.

Eu pisco, confusa. Esse homem é um estranho para mim e suas ações me deixam um pouco intrigada. Inclino a cabeça para um lado e seguro a ponta do nariz, querendo me acalmar e falar com calma.

— Deixe-me entender, Eduardo, finalmente falo. — Você vai assinar? — Acena com a cabeça.

— Estou aqui para fazer negócios, e o fato de você me parecer uma mulher forte e atraente é um ponto positivo. — Estou sem palavras, não sei o que dizer, eu acho. — Amanhã parece bom para você? — Me tira dos meus pensamentos.

— Que coisa? — Eu nem sei mais do que você está falando.

— Da assinatura do contrato. — Sorri de lado. — Agora, se você quiser jantar, pode ser hoje à noite. — Ele insiste sutilmente.

Fixo meus olhos nos dele. Não há graça em suas palavras, ele realmente quer jantar comigo e eu não sou de recusar. Por que dizer não? Eu já sei por que ele não é a pessoa que eu quero me convidar. Prestes a responder quando a porta se abre e Victor entra como se fosse o dono do escritório. Eduardo se vira na direção dela, parecendo tão surpreso quanto eu com a intrusão.

 

 

— Devo interromper? — ele fala num tom grosseiro. — Acho que não, já que o Sr.Eduardo está aqui para fazer negócios e a empresa pertence aos dois, Jessica. — E desde quando esse cara fala comigo com tanto carinho? Eu me pergunto, observando como ele assassina Jessica com seu olhar.

 

 

— O negócio já está fechado, Eduardo Chances. E é aqui que fico sem palavras. — Meu pai manda lembranças. — Para que eles se conheçam.

 

 

— Aparentemente, você quebrou o ovo. Estava na hora de você sair do ninho. Não achei que viveria para ver isso. — Victor diz arrogantemente.

 

 

— Alguns de nós nascemos com estrelas e outros nascem sem estrelas. — Lança-lhe um olhar sugestivo.

 

 

Victor dá um passo na direção dela. Tenho certeza de que ele vai dar uma surra nele. Qualquer pessoa que conheça o parceiro do meu pai sabe que não se brinca com ele. Ele não tem senso de humor, na verdade, acho que Luna sorri mais que Victor.

 

 

“Victor”, eu chamo, fazendo-o olhar para mim com seus olhos frios. — Comporte-se. — Eu o repreendo como se ele fosse uma criança.

 

 

Ele olha fixamente por alguns segundos. Eduardo fica atordoado e eu não sei por quê. Victor olha para meu parceiro e levanta uma das sobrancelhas ao vê-lo dar um passo para trás do que havia encurtado. Ambos travam uma batalha de olhares. Esses dois não se dão bem, tem alguma coisa que não faz sentido para mim.

 

 

— Tenho que ir, Jessica. — Eduardo olha para mim. — Você concorda em jantar comigo esta noite? — Ele é mau, está fazendo isso para irritar Victor.

 

 

Não olho para aquele Victor e arrogante, não consigo encará-lo, principalmente depois do que digo.

 

 

— Tudo bem. — Suspira. — Te ligo mais tarde para dizer onde vamos jantar. — Nem pense que ele vem me procurar, eu não sou uma princesa. — Ótimo. — Ele parece feliz. — Adeus, Jessica. — Ele levanta a mão e me cumprimenta. — Eduardo. — Ouço-o dizer, mas ignoro ambos.

 

 

Sento-me novamente na cadeira, deixando Eduardo ir embora. Não quero continuar com o contato visual. A tensão pode ser cortada no ar. A porta se fecha e, quando estou sozinha, solto alguns palavrões. — Pelo amor de Deus! — exclamei para o vazio.

Victor.

Saio batendo a porta. O sangue ferve dentro das minhas veias. Por que estou tão bravo? É simples, Jessica vai sair para jantar com o tosador de gato horrível do Eduardo. O cara é um mulherengo de primeira, um filhinho de papai, que sacrificou pouco para estar onde está, e lá está ela, toda tranquila e tranquila, aceitando um jantar com ele. Será que ele gosta de minhocas? Não entendo por que ela diz "sim". Jessica não é de aceitar passeios; ela prefere trabalhar do que comparecer a jantares idiotas.

Entro no meu escritório e bato a porta novamente. Nesse ritmo, terei que comprar portas novas. Após dizer a ele que estava com problemas e ver sua cara confusa, me virei e fui embora. Eu não conseguia ficar ali e mostrar a ele qual era meu maior drama. É isso que não me deixa sentar confortavelmente na minha cadeira. Eu a teria feito minha naquela mesa. Ele me desafia constantemente e isso me fortalece. Jessica é uma mulher com muita personalidade, você não consegue domá-la, ela faz isso com você e é por isso que eu sempre fujo dela.

Eu poderia facilmente me tornar um tolo por aquela garotinha. Fecho os olhos enquanto viro a cadeira para o lado e a afasto entre as pernas, ajustando minha protuberância e imaginando que seja ela. Pareço um adolescente fazendo isso, mas não consigo me controlar. Instintivamente, abaixo a braguilha e procuro desesperadamente meu membro sob a cueca que estou vestindo. Pego-o em minhas mãos e, num momento de lucidez, me pergunto:

— O que estou fazendo? — Meus olhos não dão fé e minha mente, menos ainda.

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