CAPÍTULO 1

— Que bom! — Eu exclamo monotonamente.

Eles felizes e eu torturado pela beleza de sua filha, ótimo!

— Jessica vai comportar-se. — Ane tem a minha atenção, pois me guia até à grande sala de jantar. — A minha filha prometeu ser gentil contigo, sei que não gosta — arranco uma das minhas sobrancelhas e ela sorri. — Não tem de ser um gênio para ver as faíscas entre vocês. — Virou a cara.

A esposa do meu amigo tem um olhar indecifrável no rosto e estou prestes a descobrir o que ela quer dizer quando o marido entra na sala de jantar.

— Victor, você chegou. — Ele diz, aproximando-se de mim.

— Não, continuo na empresa. — Vire os olhos, enquanto me dá um pequeno abraço. — Como está com as férias? — Começo uma conversa trivial.

— Aposentadoria. — Corrige-me. — Acostume-se, Victor. — Nem respondo, não quero pensar que não o vou ver mais.

Felizmente, a Ane traz o jantar e sentamo-nos para comer. Ela fala sobre Clara o tempo todo, a pequena é a adoração de todos e até eu gosto dela. Ela é uma garota muito bonita. A conversa se espalha, até que a porta da frente é ouvida.

Meu corpo aperta, posso sentir como determinados passos caminham até onde estamos e não preciso me virar para reconhecer o dono desses passos, o aroma de seu perfume de morango chega onde estou.

— Família! Boa noite! Ela e sua felicidade invadem o lugar. Eu viro o meu rosto na direção dela e lá está ela com aquele sorriso que a caracteriza. — Eles eram bons. — formando uma careta com os lábios.

Ela parece impecável e jovem naquelas calças rasgadas, tênis, um suéter branco correndo suas coxas e cabelos em um rabo de cavalo alto. Pena que seu olhar é de total desprezo, quando ela me vê com desgosto.

— Filha, não seja rude. — Gustavo, seu pai, fala. — Sente-se para jantar conosco. — Encomendas num tom suave.

— Não estou com fome. 

— Não foi uma pergunta, Jessica. — O meu amigo está rapidamente incomodado quando se trata das suas filhas. — Não gosta de comidas prontas e come sempre aqui quando anda na estrada. — A menina solta maldições entre os dentes. — Por que é que hoje seria diferente? — Assistiu com a cara.

Ela me dá um olhar lateral. Todos nós compreendemos plenamente que não sou do seu agrado. Nunca nos damos bem. Meus motivos são claros, eu desejo a ela, no entanto, eu não entendo por que ela me odeia. Eu somente a ignoro e a trato distante, posso incomodá-la ocasionalmente com sua pequena estatura ou compará-la ao animal de estimação que ela possui, mas não mais.

— Porque a comida vai ficar doente em mim. — a vomitar, a andar para a cadeira ao lado da mãe. — Desde que o meu lugar foi roubado —dá-me um olhar sugestivo. — Vou sentar-me aqui, mãe. — Beija a cabeça da mãe assim que ele a tem ao lado dele.

— Eu posso ir. — Sem suportar.

Ela levanta uma de suas sobrancelhas e cai na cadeira, cruza os braços e levanta o queixo, desafiando tudo na frente dela.

— Jessica, pare com isso. — Ane tem vergonha da atitude de sua filha. — Deixe Victor em paz. É sempre o mesmo contigo. — Repreenda-a.

Eu aperto meus lábios para não rir. Eu posso ver a frustração que ele tem, seu rosto se contrai e suas bochechas ficam vermelhas. Ela odeia ser repreendida e não conseguir ganhar uma discussão.

Ele não fala novamente e eu agradeço a ele, tudo o que ele diz me tira do meu conforto e meu corpo sofre muitos espasmos.

(...)

O jantar acabou e Jessica não tira os olhos do telefone. Ela sorri para o estúpido dispositivo, uma maravilha diante de seus olhos e um incômodo diante do meu. Não entendo o que pode ser tão divertido.

Eu olho para longe dela e estou prestes a sair, foi demais para uma noite. Entre ter de suportar o seu perfume de morango e aqueles sorrisos, a minha paciência acabou e já não quero partilhar o mesmo espaço que a Jessica, já a terei à minha disposição, por isso o destino ou estou disposto a tolerar.

— Tenho que ir. — Levanto-me. — Ane, obrigado pelo jantar. — Dá-me um sorriso caloroso. — Gustavo, nos vermos na segunda-feira. — Ele levanta-se e estende a mão na minha direção.

— Claro, para a mudança. Olhe para a Jessica e depois para mim. — Espero que uma nova etapa venha ser boa. — Você pergunta tanto, eu acho. — E que a nossa amizade não seja interrompida pelas suas diferenças. — Eu deixo de lado o aperto do meu amigo.

Estou procurando a pessoa responsável pelos meus desconfortos e lá está ela com seu olhar afiado na minha direção. Bonita, louca, simples, explosiva e filha do meu parceiro.

Uma garota proibida, que me fará saber o que é pecado carnal.

Jessica.

Ser mulher numa sociedade machista não é fácil, nem impossível. Hoje estou aqui para demonstrar a mim mesmo e àquela bola inepta que sou melhor do que você imagina. Eu vou te ensinar do que eu sou feita. Eu não me importo com a aparência reprovadora que recebo. Eles não estão confortáveis comigo e valem pouco e nada para mim.

Meu pai tinha filhas do sexo feminino e seu império é herdado para elas, só que seus sócios, acionistas e funcionários não veem bem que as mulheres assumem as empresas. Pena para eles, porque o primeiro que reclamar será demitido. Eu não estou aqui para me deixar pisar na minha cabeça, mas para ser a chefe e eu levo meu papel como um tirano muito a sério.

Estou entusiasmado por ter a posição do meu pai. Eu me sacrifiquei muito para estar aqui. Eu sabia há muito tempo que seria meu. Bruna nunca quis isso, ela prefere a harmonia do lar, seu marido, família e ser secretária de Jairo, em vez de carregar tanto. Então, o pai sempre colocou todas as suas expectativas em mim e estou orgulhoso de poder mostrar a ele que ele não estava errado quando me escolheu.

Por outro lado, estou incomodado. Eu sabia que me sentiria assim, era mais do que óbvio. Trabalhar com Victor não é uma coisa agradável, o cara, além de acreditar em si um Deus russo, é insuportável com seu mau-humor e sarcasmo estúpido, que ele só usa para me irritar. Eu nunca o vi tendo “brincadeira” com ninguém além de mim. E não sei se devo ser lisonjeada ou ofendida.

O meu pai disse-me que o Victor tentou convencê-lo a ficar no comando da empresa. Gustavo acha que faz isso para sempre, que seu amigo vai se sentir sozinho sem ele, mas o que ele não percebe é que ele faz isso por mim. Não me tolera e sempre que pode prová-lo. Não acredite no grande negócio, eu também não tolero isso e não é por isso que estou mal-humorado com a vida.

Victor é um cara misterioso, ele sempre parece esconder alguma coisa. Seu olhar escuro, seu cabelo loiro e um corpo grande lhe dão um mistério que não pode ser resolvido, ele é enigmático sem dúvida. E ele é o homem que roubou mais suspiros e pensamentos de mim desde que percebi que continuei a vê-lo demais. 

Tantas noites a pensar nisso, que já não me lembro quando foi a última que adormeci sem imaginar comigo ao lado. Por causa dele e seu olhar penetrante, eu sofro de insônia. Ele vê como uma garotinha e é o que eu mais não gosto em ter pensamentos impuros com ele.

— Perdido nos seus pensamentos? — Dou uma pausa na cadeira do meu pai e levanto a cabeça para conhecer o Gustavo. — Olá, Jessica. — Cumprimenta-me, entrando no escritório.

— Pai! — Grito de medo. — Quase me matou. Coloquei as duas mãos no peito.

— O que acha que da realidade? — Levanta uma das sobrancelhas, sentando-se à minha frente.

— Se você soubesse que rolariam muitas cabeças. — Suas rugas de expressão.

— Melhor não me dizer. — Mudar de assunto.

Sorria e sente-se. Eu sou mesmo que haja pontos que eu não gosto, só que nada ofusca a minha felicidade. Não aquele mal-humorado, frio e despótico.

— Sim. — Solto com certeza. — É o que sonhei e pelo que me sacrifico. — Embora ele saiba melhor do que ninguém, digo-lhe o mesmo.

— Você não tem medo de nada, é mais eles temem você. — Deixe-se ir com orgulho. — Você é meu retrato vivo, enquanto…

— Bruna é da mãe. — Eu termino a frase para ele. — Eu sei, pai. Todo mundo fala sobre o mesmo. — Eu vejo meus olhos.

— Eles são o meu orgulho, ambos. Muito diferentes, mas ocupam o mesmo lugar no meu coração.

Gustavo é brega com três mulheres em sua vida. A minha mãe, a Bruna e eu. Ninguém mais ouviu palavras como essa sair de sua boca.

— Pai, põe o teu lado bonito de lado e diz-me o que estás fazendo aqui? — Eu lancei uma das minhas sobrancelhas enquanto cruzo os braços. — Vem se despedir? — pergunta, sabendo que sim.

— Conhece-me muito bem. — Suspira. — Sim. A posição é sua, todos já sabem que você é o CEO em conjunto com Victor — esse nome, acho que sem mostrar reação. — E é hora de eu ir, eu preciso de umas férias.

— Ouves mais velho do que é, mas sim. Está na hora de você e a mãe serem felizes. — Levanta-se e vê. — Vai pedir um braço? — O brilho dos olhos dele diz-me sim. — Bem, só um.

— Nunca mude, Jessica. — Eu me levanto.

E quando eu menos penso nisso, ele já me tem nos braços, enchendo meu rosto de beijos. Gustavo é extremamente amoroso, estou sempre satisfeito e cheio de amor. Ele é o melhor pai que se pode ter. Eu não consigo encontrar falhas nele, ou então eu acho que até que eu sinto uma clareira. Ele tem uma falha e é o amigo irritante que ele possui.

Eu me separo do meu pai e procuro o dono dessa voz bem conhecida. Victor tem o olhar fixo em nós, caminha com seus alunos de mim para o meu pai e acaba ficando neste. Ele sorri para mim e eu sou atingido por um raio. Eu odeio isso! Eu exclamo mentalmente.

— Desculpe interromper, Gustavo, eu não sabia que a sua filha já estava na sua posição. — Diz isso irritantemente. — Ela vinha almoçar. — Em nenhum momento você me vê e mais raiva eu levo.

— Sim. — Meu pai aceita de bom grado.

Eu me afasto dele e sento na minha cadeira. Não me apetece ser um mau terceiro nessa amizade. Para mim, escolha, você pode ir para o quinto inferno e não voltar. Eu começo a ler a pilha de papéis na mesa, eu aprecio que meu pai deixou tudo atualizado e que sua secretária é um pão de Deus.

Continuo lendo, até notar o silêncio no escritório. Eu levanto a cabeça para ver se eles se foram e eu não percebo, mas ambos os homens me veem. Meu pai tem uma de suas sobrancelhas em cima e Victor parece me ameaçar com seus olhos. Eu franzi a testa.

— O quê? — Solto perdido.

— E se almoçar conosco? — Gustavo — Onde está a sua cabeça hoje? Parece perdido. Eu falo contigo e você nem me ouve. — Este último é uma reivindicação.

— Já disse, que se soubesse o que penso, muitas cabeças rolavam. — A cara dele contraiu.

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