LUCA
Eu gostava de observar a noite através da janela de vidro, as luzes da cidade muito abaixo de mim e a imensidão de pessoas que sempre passavam por ali. Eu estava muito bem localizado no centro, na cobertura do prédio mais alto, com todo o conforto que nunca tinha imaginado ter.
No entanto eu andava pensando cada vez mais frequentemente em encontrar aquele bando de Ully. E cada vez que eu pensava sentia uma onda de raiva percorrer meu corpo, me estimulando, me impulsionando para a frente. Terminar o que eu tinha começado com Anton.
Escutei um movimento atrás de mim e me virei, apenas para ver Sarita se acomodando melhor em meio ao grande edredom cinza, entregue ao sono mais profundo com uma ex
ULLY Quando saí de casa na manhã seguinte, Dana e Lorian, que agora dividiam uma casa, vieram na minha direção, provavelmente saindo de um pouco de exercício entre as árvores. - Cansadas? – perguntei mirando minha mãe com olhos provocativos. - Ainda temos muita potência, menina. – ela retrucou com um sorriso sarcástico. Me aproximei mais e baixei o tom de voz: - Tem algo que quero perguntar. Minha mãe fez sinal para que Lorian seguiss
LUCA O homem estava em frangalhos, sentado na sala escura, e totalmente disposto a dizer qualquer coisa. Tinham passado a noite toda com ele, e com certeza não tinha sido para dormir, e me chamado logo cedo apenas porque eu era intimidador. - Qual seu nome? – perguntei friamente. - Tom. – sua voz estava fraca, o sangue escorria pelo rosto e pingava no chão. Andei de um lado para o outro, sem muita pressa, e apenas para que ele sentisse ainda mais medo. - Ouvi dizer que você participou de uma fuga há cerca de um ano? – falei casualmente, como
ULLY Pulei pela janela e aterrissei dentro do quarto com um giro desnecessário. Anton riu imediatamente, passando as pernas pela janela com bem menos classe. - Exibida. – provocou. Eu andava elaborando um pouco mais nas corridas e saltos. Queria forçar um pouquinho além do meu limite, ir um pouco mais longe. Isso me fazia voltar bem mais cansada para casa, mas também bem mais satisfeita. - Queria falar uma coisa com você. – ele se aproximou, sorrindo. - O quê? – perguntei ansiosamente, esperando alguma coisa terrível.
LUCA - Vai me tratar com frieza para sempre? – perguntei rispidamente enquanto Adriane comia em silêncio. Depois de mais de um ano eu esperava que ela voltasse ao normal. Nossa relação não era exatamente boa, mas imaginei que poderia ser reconstruída nesse novo lugar, com conforto e sem medo. - O que quer que eu diga? – ele perguntou com aquela voz sem emoção, sem me olhar. Adriane fazia muito isso. Na verdade, raramente ela me olhava e, se precisasse olhar, era rapidamente e com olhos muito vazios. - Que está grata por
ULLY Depois da discussão com Anton fiquei horas sentada em cima de uma árvore, abraçando os joelhos e deixando as lágrimas escorrerem, até que me acalmei e resolvi voltar para a casa. Ele estava sentado me esperando, visivelmente perturbado, e o alivio foi claro quando me viu ali dentro. - Quase pensei que você não voltaria. – ele andou até mim e me puxou para um abraço. Não resisti, precisava tanto daquele conforto quanto ele. Enterrei o rosto em seu peito por um longo tempo, estudando o que eu poderia falar, mesmo que no final eu soubesse o que iria acontecer.&nbs
LUCA Eu sentia ondas de excitação conforme marchava pela floresta, com vários homens atrás de mim. Tinha sido difícil encontrar a localização da nova moradia, mas nada era impossível quando se tinha uma determinação inabalável e um homem com dinheiro por trás. Artur tinha usado uma câmera, pelo que entendi, e achou alguma movimentação estranhas entre árvores. Eu não tinha visto as imagens, mas só podiam ser eles dentro daquela mata fechada e afastada. Era perto de um povoado humano, o que fazia sentido, e longe o bastante da cidade para não correr riscos. Era o lugar mais seguro que já tinham es
ULLY Quando Lorian caiu senti um crescente desespero, a sensação de impotência por sermos em número menor e estarmos todos amarrados de joelhos. Mas quando Luca matou Violetta com as próprias mãos, o pânico me tomou completamente, deixando minha capacidade de raciocínio inútil. Ele estava nos olhando de novo, sádico, e tudo que eu conseguia pensar era em Anton e em como eu não sabia onde ele estava e quando apareceria. A última vez que o tinha visto tinha sido pela manhã, e isso parecia quase em outra vida agora. - Onde está seu querido, Ully? – Luca se aproximou de mim novamente.&n
LUCA Era tão satisfatório finalmente colocar toda minha raiva diretamente para quem a merecia. Eu estava muito melhor do que da última vez que combatemos, podia perceber pelas expressões de Anton a cada golpe que eu investia ou bloqueava, o quanto ele estava impressionado. - Vou acabar com você. – ri, avançando em sua direção. - Vou gostar de ver você tentar. – ele retrucou, arfando e dando passos para trás. Avancei outra vez, completamente extasiado por cada impacto dos meus punhos ou pés contra ele. Não que ele não revidasse bem, eu já esperava que si