ULLY
A expressão de Anton era irritada, muito diferente de todas que tinha mostrado desde o reencontro. Luca era um ponto sensível que ambos estávamos ignorando com a ideia de que ele não apareceria de novo, na opinião de Anton, ou tão cedo, na minha opinião.
- Eu não sei bem... – olhei nervosamente para os lados.
- Está com medo que ele nos veja? – ele estreitou os olhos.
- Claro que não. – protestei – Estou pensando em Dana.
Anton respirou fundo e apoiou as costas na árvore.
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ULLY Os dias seguintes foram, no mínimo, complicados. Enquanto Anton e eu trocávamos olhares, sem que conseguíssemos nos controlar completamente, Luca nos observava a distância, e eu ficava completamente sem graça quando meus olhos cruzavam com os seus. E ainda tinha o problema de não ter conseguido ficar sozinha com Anton depois que chegamos. Sentia tanta falta dele, de poder conversar sem precisar pensar em cada palavra, que estava a ponto de abrir a situação para todos. Dana também me observava com interesse. Devia achar muito estranho meu silêncio resignado, a falta de perguntas de como poderia melhorar a situação. A verdade é que eu ainda
ULLY Eu não enxergava absolutamente nada do lado direito. Anton tinha gritado tanto que todo mundo apareceu para ver a briga entre os dois enquanto fui colocada gentilmente com as costas apoiadas contra um tronco de árvore. Não consegui ouvir nada que Luca dizia, principalmente depois que outras pessoas surgiram e Dana entendeu o que se passava. Houve uma segunda briga, entre Dana e a mãe de Luca, que não consegui acompanhar porque a dor estava me vencendo uma segunda vez. Quando tudo se acalmou Dana e Anton me disseram que Luca e Adriane estavam em outra caverna mais adiante, sozinhos, e me levaram para a nossa caverna, ond
LUCA Sentado no canto da nossa caverna eu me sentia engaiolado. Havia tanta raiva e irritação dentro de mim... Mas também muita culpa que eu não conseguia colocar para fora porque estava proibido de chegar perto de Ully. - Acho que nós devíamos ir embora. – minha mãe parecia mais conformada do que eu. Não que estivesse feliz, isso tinha sido quando podia ficar entre seu povo, mas depois de brigar comigo pelo que eu tinha feito, parecia conformada em aceitar que teríamos que nos virar por nós mesmos. Eu ainda não tinha parado de brigar comigo mesmo pelo que tinha feito, mas por
SEGUNDA PARTELUCA Acordei e sentei na minha cama, sentindo o lençol escorregar pelo meu tronco nu, para me espreguiçar esticando os braços acima da cabeça. Pude ver o sol nascendo pela parede lateral do quarto, que era toda de vidro e as cortinas estavam completamente abertas, enquanto me levantava. A primeira coisa do dia era tomar o café da manhã que alguém já deveria ter servido. Eu adorava ser servido, mas odiava encontrar estranhos pelo meu apartamento. Isso era rigorosamente respeitado, depois que ameacei um dos homens o pendurando pela janela por apenas um minuto. Realmente tudo estava lá, cuidadosamente co
ULLY Acordei, mas estava tão confortável que apenas me aconcheguei mais ao corpo de Anton. Ele passou o braço gentilmente ao meu redor, enfiou o nariz entre meus cabelos e puxou o ar suavemente. - Bom dia. – falei escondendo o rosto em seu peito. - Bom dia. – seus lábios tocaram minha testa. Nunca pensei que seria tão bom estar com alguém dessa forma, indo dormir e acordando todos os dias juntos, mas com Anton era fácil. Nós nos encaixávamos muito bem, entendíamos um ao outro e conseguíamos respeitar as diferenças. Mas o principal é que nós confi&aacu
ULLY - Você estava realmente habilidosa hoje. – Anton me elogiou quando paramos em cima de uma árvore, ambos ofegantes. - Você também não estava nada mau. – sorri. Ele se inclinou para me beijar por um momento, depois ficou sério e me olhou diretamente dentro dos olhos. - Aconteceu algo hoje? Hesitei. Anton não gostava de Luca, principalmente depois que ele tinha me feito perder a visão, e nunca se sentia muito confortável em conversar sobre ele. Era sempre um ponto sensível.&
LUCA Eu gostava de observar a noite através da janela de vidro, as luzes da cidade muito abaixo de mim e a imensidão de pessoas que sempre passavam por ali. Eu estava muito bem localizado no centro, na cobertura do prédio mais alto, com todo o conforto que nunca tinha imaginado ter. No entanto eu andava pensando cada vez mais frequentemente em encontrar aquele bando de Ully. E cada vez que eu pensava sentia uma onda de raiva percorrer meu corpo, me estimulando, me impulsionando para a frente. Terminar o que eu tinha começado com Anton. Escutei um movimento atrás de mim e me virei, apenas para ver Sarita se acomodando melhor em meio ao grande edredom cinza, entregue ao sono mais profundo com uma ex
ULLY Quando saí de casa na manhã seguinte, Dana e Lorian, que agora dividiam uma casa, vieram na minha direção, provavelmente saindo de um pouco de exercício entre as árvores. - Cansadas? – perguntei mirando minha mãe com olhos provocativos. - Ainda temos muita potência, menina. – ela retrucou com um sorriso sarcástico. Me aproximei mais e baixei o tom de voz: - Tem algo que quero perguntar. Minha mãe fez sinal para que Lorian seguiss