Eu planejei ficar uma semana no máximo no Nordeste, caso meu pai estivesse vivo, mas mesmo com seu falecimento eu fiquei esperando minha amiga se recuperar por completo. Cristian cumpriu com sua palavra e respeitou todo tempo que fiquei na casa deles. Criei um vínculo tão grande com o Júlio que estava cada vez mais parecido com Bárbara (menino). Eu estava apaixonada pelo garoto. Sempre que o olhava pensava em como seria meu bebezinho.
Bárbara me conhecia tanto que conseguiu perceber que tinha algo além só do casamento. Ela sempre ficava me encarando enquanto eu ninava o bebê e de vez em quando passava a mão na barriga.
Um dia Cristian tinha saído para o trabalho, eu fiz o almoço e colocamos Júlio para dormir e fomos almoçar juntas. Bárbara me encarou por um tempo.
— Que foi amiga? — questionei-a percebendo sua fixação em mim.
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Levantei-me, me enrosquei na toalha, com muita calma. Eu não tinha pressa de sair do meu modo relaxamento. Olhei o celular e tinha chamadas e mensagens tanto de Amber, quanto de Carmen, mas nenhuma do Tony.“me liga” “é urgente”Fiquei assustada e escolhi Carmen para retornar a mensagem, porque, seja o que fosse ela não me esconderia nada.— Suh. Já está em casa? — ela perguntou eufórica.— Sim. Porque? O que aconteceu, parece assustada.— Liga a TV no canal SevenNews. Agora. Estou indo para sua casa.Liguei a TV sem nenhuma expectativa, eu não fazia ideia do que estava acontecendo. O pior na minha vida já tinha acontecido. O que poderia me abalar agora?Ao olhar a manchete, caí de joelhos e fiquei estática. A vida queria mesmo me “foder” completamente. Não consigo acreditar como uma pessoa como eu,
Abri meus olhos ainda embaçados, não tinha ideia de onde estava e nem sei como parei nesse lugar, só ouvia sons com ruídos, tentei ver algo em volta, mas não conseguia mexer meu pescoço, só via o teto branco, e muitos fios, algo que me fez perceber que estava em um hospital, me assustei e tentei reagir, não sabia porque estava ali.Tentei respirar, mas algo tapava minha boca, tentei chamar alguém, mas só saíam gemidos e sentia muita dor.— Suzan, meu amor, você acordou, não se esforce, vou chamar alguém.Não entendo nada que está acontecendo, só fecho os meus olhos na esperança de estar em um sonho e acordar logo.
Treze anos atrásJá quase aos seis anos de idade, eu sentei debaixo de uma goiabeira que tinha atrás da nossa casa, fiquei brincando ali a manhã inteira, até mamãe me chamar.—Suzan minha filha, vem almoçar querida.—Tá bom mãe, já vou.Coloquei minha boneca sentada na cadeirinha de papelão que fiz para ela, e a adverti."—Bibi, você se comporta, e não sai da cadeirinha até eu voltar tá?"Era assim que eu conversava com minha boneca, tratava como uma filha.
Os anos se passavam muito rápidos, talvez por eu estar muito ocupada estudando, eu me tornava cada vez mais estudiosa e focada. Na quinta série, teve um concurso de matemática na escola, e eu, queria muito participar, e ganhar, é claro.Perguntei para a minha atual professora, a Juliane, como eu faria para participar, ela me abraçou e disse.—Como tenho orgulho de você Suzan, você é muito especial e acredito que tem muito potencial para ganhar essa medalha. Bora lá na diretoria, vou fazer sua inscrição.Já era o final da aula, a professora pediu que todos guardassem o material, e seguimos para a diretoria.Depois da inscrição conclu&i
Chegamos ao assustador ensino médio, não foi fácil chegar até aqui, a luta com minha mãe sempre doente, os médicos dizendo que ela tinha um problema de imunidade baixa e falta de vitamina D, passavam vitaminas, mas ela estava sempre com algum problema, e cada vez mais fraca.Eu ainda era a nerd inteligente da escola, era elogiada sempre, por colegas e professores, tinha uma turminha do fundão que não curtia e queria de todo jeito me detonar, mas como não me importava eles ficavam quietos, mas sempre inventavam algo a mando da Jaqueline, a "Jack" para eles. Menina fútil e "burra",na forma mais literal da palavra, tudo para ela era se aparecer e ter seguidores "acéfalos",assim como ela.Infelizmente, no segundo ano tivemos uma not&ia
Continuamos nossa vida aqui em Forquilha, Cristian não perdia a chance de jogar seu charme com aqueles lindos e encantadores olhos verdes para mim, porém a Jack não o deixava se aproximar de mim, achava que ele era propriedade dela, e já que ele não gostava de confusão, dava tempo ao tempo. Ela sempre dizia que eu não era mulher para ele, uma pobre nerd que nem sabia se arrumar.De certa forma, ela tinha razão, o que um "gato", rico e sedutor, iria querer com uma nerd que, a única coisa que fazia bem era estudar? Mas por mais que eu só pensava em estudar, quando Cristian passava do meu lado, meus pentelhos se arrepiavam e, um milhão de borboletas alvoroçavam meu estômago, então eu sempre fugia dele.Dulce ligava todo final de semana
Finalmente o último ano do colégio chegou, muitas coisas aconteceram nessa escola, mas não vejo a hora de me livrar de Jack e sua "galera", é claro que vou sentir falta de todos os professores que sempre foram gentis comigo, da Carmen, que não sei qual será o nosso destino depois do colégio, e vivemos sempre coladinhas, nos vemos todos os dias, e alguém muito especial, o Cristian, que saudade eu terei de suas investidas e seu olhar encantador.Mas o que eu tenho que pensar agora é no Enem, já que não vou poder pagar uma faculdade, meus pais também não, preciso fazer essa prova novamente, ano passado foi difícil fazer a prova preocupada com Dulce, mas esse ano é a oportunidade que tenho para conseguir uma bolsa, e pretendo conseguir cem por cento, não quero que meus pais se preo
Chegou o grande dia e eu não me sentia pronta, mas quem se sente né; levantei muito cedo, preparei tudo que tinha que levar, água não poderia faltar, já tinha comprado um tablete de chocolate para acalmar os ânimos, caneta, lápis, borracha, documento, tudo certo.Para minha surpresa, mamãe estava na cozinha, cantarolando Gonzaguinha, seu ídolo, e preparando um café delicioso que o cheiro espalhava rapidamente pelos pequenos cômodos da casa."Acho que o afago também fez bem a ela". Penso abrindo um leve sorriso.Que alegria ver mamãe assim, alegre, cantarolando e disposta, isso me motiva e inspira.—Bom dia senhora "Gonzaga", sonhou