Com o vestido escolhido, data marcada, salão pago. Eu tinha que ir ver o meu pai e quem sabe já trazê-lo para morar comigo. Conversei com Tony sobre a possibilidade, ele não hesitou em me apoiar no que fosse preciso. Inclusive se colocando totalmente à disposição para cuidar das coisas enquanto eu viajava para o Nordeste. Deixei tudo alinhado com ele, Carmen e Amber que cuidaria de tudo até que eu voltasse. O próximo voo disponível seria no dia seguinte, meu medo de chegar o dia seguinte e saber que meu pai morreu era gigantesco, mas como diz a autora Rhonda Byrne no livro The Secret. Os pensamentos positivos atraem coisas positivas. Eu estava me apegando a esse mantra poderoso que sempre tinha dado certo em minha vida conturbada.
O voo estava marcado para 11h da manhã. Levantei-me as 06h, fiz as ligações necessárias, organizei o que precisava, fiz minhas malas e Tony já es
Com os planos seguindo. Encontrei Bárbara que já estava com uma barriga enorme, pronta para explodir a qualquer momento. Cristian continuava gato, porém, agora mais maduro e com mais responsabilidade. Ele cuidava da minha amiga como uma boneca de porcelana. O que ela realmente era. Delicada, linda e sensível. Eles se prontificaram a me auxiliar em tudo o que fosse preciso no velório e enterro do meu pai. Mais uma vez eu enterrando um ente da minha família.No dia do enterro teve tanta gente presente que meu coração se alegrou. Por mais que meu pai estivesse sem mim, ele nunca esteve só. Praticamente toda a população de Forquilha estava presente. Alegrei-me em receber as condolências daquelas pessoas que estimavam tanto o meu paizinho. Era bom saber que as pessoas ali o amavam tanto. Enquanto estávamos no velório observando o corpo do meu pai ser emerso para dentro da terra, ouvi u
Eu planejei ficar uma semana no máximo no Nordeste, caso meu pai estivesse vivo, mas mesmo com seu falecimento eu fiquei esperando minha amiga se recuperar por completo. Cristian cumpriu com sua palavra e respeitou todo tempo que fiquei na casa deles. Criei um vínculo tão grande com o Júlio que estava cada vez mais parecido com Bárbara (menino). Eu estava apaixonada pelo garoto. Sempre que o olhava pensava em como seria meu bebezinho.Bárbara me conhecia tanto que conseguiu perceber que tinha algo além só do casamento. Ela sempre ficava me encarando enquanto eu ninava o bebê e de vez em quando passava a mão na barriga.Um dia Cristian tinha saído para o trabalho, eu fiz o almoço e colocamos Júlio para dormir e fomos almoçar juntas. Bárbara me encarou por um tempo.— Que foi amiga? — questionei-a percebendo sua fixação em mim.&
Levantei-me, me enrosquei na toalha, com muita calma. Eu não tinha pressa de sair do meu modo relaxamento. Olhei o celular e tinha chamadas e mensagens tanto de Amber, quanto de Carmen, mas nenhuma do Tony.“me liga” “é urgente”Fiquei assustada e escolhi Carmen para retornar a mensagem, porque, seja o que fosse ela não me esconderia nada.— Suh. Já está em casa? — ela perguntou eufórica.— Sim. Porque? O que aconteceu, parece assustada.— Liga a TV no canal SevenNews. Agora. Estou indo para sua casa.Liguei a TV sem nenhuma expectativa, eu não fazia ideia do que estava acontecendo. O pior na minha vida já tinha acontecido. O que poderia me abalar agora?Ao olhar a manchete, caí de joelhos e fiquei estática. A vida queria mesmo me “foder” completamente. Não consigo acreditar como uma pessoa como eu,
Abri meus olhos ainda embaçados, não tinha ideia de onde estava e nem sei como parei nesse lugar, só ouvia sons com ruídos, tentei ver algo em volta, mas não conseguia mexer meu pescoço, só via o teto branco, e muitos fios, algo que me fez perceber que estava em um hospital, me assustei e tentei reagir, não sabia porque estava ali.Tentei respirar, mas algo tapava minha boca, tentei chamar alguém, mas só saíam gemidos e sentia muita dor.— Suzan, meu amor, você acordou, não se esforce, vou chamar alguém.Não entendo nada que está acontecendo, só fecho os meus olhos na esperança de estar em um sonho e acordar logo.
Treze anos atrásJá quase aos seis anos de idade, eu sentei debaixo de uma goiabeira que tinha atrás da nossa casa, fiquei brincando ali a manhã inteira, até mamãe me chamar.—Suzan minha filha, vem almoçar querida.—Tá bom mãe, já vou.Coloquei minha boneca sentada na cadeirinha de papelão que fiz para ela, e a adverti."—Bibi, você se comporta, e não sai da cadeirinha até eu voltar tá?"Era assim que eu conversava com minha boneca, tratava como uma filha.
Os anos se passavam muito rápidos, talvez por eu estar muito ocupada estudando, eu me tornava cada vez mais estudiosa e focada. Na quinta série, teve um concurso de matemática na escola, e eu, queria muito participar, e ganhar, é claro.Perguntei para a minha atual professora, a Juliane, como eu faria para participar, ela me abraçou e disse.—Como tenho orgulho de você Suzan, você é muito especial e acredito que tem muito potencial para ganhar essa medalha. Bora lá na diretoria, vou fazer sua inscrição.Já era o final da aula, a professora pediu que todos guardassem o material, e seguimos para a diretoria.Depois da inscrição conclu&i
Chegamos ao assustador ensino médio, não foi fácil chegar até aqui, a luta com minha mãe sempre doente, os médicos dizendo que ela tinha um problema de imunidade baixa e falta de vitamina D, passavam vitaminas, mas ela estava sempre com algum problema, e cada vez mais fraca.Eu ainda era a nerd inteligente da escola, era elogiada sempre, por colegas e professores, tinha uma turminha do fundão que não curtia e queria de todo jeito me detonar, mas como não me importava eles ficavam quietos, mas sempre inventavam algo a mando da Jaqueline, a "Jack" para eles. Menina fútil e "burra",na forma mais literal da palavra, tudo para ela era se aparecer e ter seguidores "acéfalos",assim como ela.Infelizmente, no segundo ano tivemos uma not&ia
Continuamos nossa vida aqui em Forquilha, Cristian não perdia a chance de jogar seu charme com aqueles lindos e encantadores olhos verdes para mim, porém a Jack não o deixava se aproximar de mim, achava que ele era propriedade dela, e já que ele não gostava de confusão, dava tempo ao tempo. Ela sempre dizia que eu não era mulher para ele, uma pobre nerd que nem sabia se arrumar.De certa forma, ela tinha razão, o que um "gato", rico e sedutor, iria querer com uma nerd que, a única coisa que fazia bem era estudar? Mas por mais que eu só pensava em estudar, quando Cristian passava do meu lado, meus pentelhos se arrepiavam e, um milhão de borboletas alvoroçavam meu estômago, então eu sempre fugia dele.Dulce ligava todo final de semana