Acordei para mais um dia de trabalho, preocupada com minha amiga, confusa com meus sentimentos sobre Cristian e Tony.
"Se esses dois se encontrarem, será uma barra, preciso evitar isso" Pensei enquanto me encarava no espelho do banheiro.
Com um emaranhado na minha cabeça, nem notei que Bárbara não estava mais na cama, estranhei, pois ela sempre dorme até mais tarde. Decidi que ligaria para ela durante o café.
Me arrumei com calma, peguei todos os meus apetrechos de trabalho e escola e desci para o restaurante do hotel, antes de me sentar ouço meu nome aos berros, olho para o lado e vejo minha colega me acenando para sentar com ela.
—Amiga, acordou cedo, que milagre. —Tentei
Foquei essa semana em ajudar tirar meu pai da cadeia, consegui um advogado indicado por Dona Nicole e toda vez ele perguntava dela, mas eu não sabia o que dizer, pois realmente eu não tinha noção do que estava acontecendo nessa família.Bárbara insistiu para eu procurar uma forma de saber da minha ex patroa, mas eu não tinha como fazer isso, essa briga era de gigantes e Sr. Araújo já tinha conseguido prender meu pai, não sabia do que esse homem era capaz.Entre um contato e outro, envio de currículos, telefonemas, andamento de processos e faculdade, recebi uma ligação, eu não estava com cabeça para namorado, amante ou seja lá o que for.—Cristian? —Atendi sem muit
Caminhei perdida em pensamentos e observando os prédios altos daquelas ruas que eu nunca tinha percebido antes pois só passava as pressas, acabei passando em frente ao prédio que eu trabalhava, espelhado e gigante se destacava na avenida. Minha raiva aumentou e acelerei os passos.Entrei em um beco qualquer e vi que tinha um bar na esquina com poucas pessoas, ou melhor, dois caras com semblantes caídos e olhar de pinguço. Eu não tive medo, sentei na banqueta alta e pedi uma bebida que Bárbara tinha me apresentado.— Por favor, me serve uma margarita mexicana? — Falei séria observando o balconista acima do peso e com idade avançada.Percebi que todos me encararam, mas não sabia por que. O senhor me deu um leve sorriso e se virou para pegar a bebida. Ainda de costas com um pano jogado no ombro eu senti um arrepio, comecei a pensar na bobagem que eu poderia estar fazendo em um boteco
Acordei em um sofá que eu não conhecia, com um lençol cobrindo minhas pernas e um copo de água numa mesinha de centro. Olhei em volta e não vi ninguém e nem reconheci a casa e nada do que tinha nela.Com paredes mal-acabadas, a tinta das paredes soltando como se tivesse absorvido umidade, o sofá tinha o aspecto velho de cor vinho manchado. Não consegui pensar em ninguém que pudesse ter me trazido para um lugar tão velho e sujo. Decidi explorar o local, ao levantar o lençol senti um peso no meu pé, pensei que estivesse dormente por causa da posição que eu estava.Quando olhei quis gritar, minha garganta fez um nó, eu não sabia como reagir àquilo. Sentei-me e abri a boca para gritar por socorro, mas fui interrompida.— Oi, você acordou? Até que enfim, bela adormecida.— Vo-vo-cê? — Gaguejei, minha voz fa
Acordamos com um barulho na porta, nos sentamos rapidamente e olhamos uma para outra assustadas e com medo. Claro que pensamos que era seu Rodolfo para nos colocar mais pressão psicológica, mas a pessoa do lado de fora não conseguia abrir a porta e isso nos fez concluir que não era ele.Até que a pessoa do lado de fora arrombou a porta, e tivemos certeza que não era ele.— Estamos salvas dona Nicole. — eu olhei para ela com os olhos já marejados. Ela só abriu um leve e cansado sorriso, como se não acreditasse mais em uma salvação.Mas eu acreditava, e tinha certeza que as forças do bem nos salvaria. Comecei a gritar por socorro e o vi entrando, meu coração se explodiu de felicidade, nunca fiquei tão feliz em ver um rosto conhecido.— Cristian, nos salve, por favor. — eu agarrei-o no pescoço com o resto de força que
Eu fiquei perdida por um tempão, observando todas aquelas pessoas à minha volta que eu não fazia ideia de quem era. Tentei forçar meus pensamentos para saber quem eu era, mas nada vinha a minha mente. Um rapaz bonito e elegante dizendo ser meu noivo, médicos dizendo que eu bati a cabeça, mas eu não me lembrava de absolutamente nada.— Finalmente vamos para casa meu amor. — O rapaz bonito me disse com um lindo sorriso no rosto.Se não fosse a sensação de conforto que sinto ao lado dele, não teria coragem de ir para qualquer lugar com ele. Seguro em sua mão e sigo para não sei onde.— Para onde vamos? — perguntei ainda confusa.— Primeiro vamos no seu apartamento pegar algumas roupas e coisas suas, depois vamos para a minha casa.— Porque não posso ficar no meu apartamento?— O médico falou que voc&
Eu já estava ficando angustiada. Muito tempo em uma casa que eu não conhecia, eu não via minha mãe e ninguém que estava ali era meu parente sequer.Uma semana se passou e eu já me sentia muito melhor. Tony sempre estava ao meu lado o tempo todo, não forçava nada, não gritava comigo, sempre tinha paciência quando eu o xingava e até o agredia com palavras. A calma dele estava me deixando encantada, eu me sentia segura ao lado dele, eu já estava até cogitando a possibilidade de ele ser meu namorado de verdade.— Suzan, bom dia. — A enfermeira Flor entrou sem bater trazendo meu café da manhã e meus remédios como todos os dias.— Bom dia, Flor. — Olhei-a nos olhos fixamente e ela correspondeu meu olhar. — Você pode conversar comigo hoje? Eu me sinto muito sozinha. Sem saber quem sou ou onde estou, isso está me deixando angustiada.— Claro, minha querida. Faz o seguinte, hoje é dia de terapia cognitiva. Vamos fazer diferente, ao invés de uma sala fechada, vamos par
Esperei Tony chegar de onde quer que fosse, para sentar com ele e perguntar tudo o que eu queria saber. Ele demorou um pouco e acabei caindo no sono, acordei somente no dia seguinte com Flor levando meu café da manhã. E para minha surpresa, Tony estava com ela. Essa era a minha oportunidade de chama-lo para uma conversa.— Bom dia, princesa, como está se sentindo hoje? — ele todo simpático me cumprimenta. O respondo como se tivesse tudo certo, como estava, sobre as minhas dores, mas a ansiedade de me lembrar de alguma coisa sobre mim era tão grande que estava acabando comigo por dentro.Tony tomou café ao meu lado, me confortando e se colocando a disposição para o que eu quisesse, busquei as palavras para iniciar uma conversa, mas não foi tão fácil encontrar, estava tudo preso na minha garganta que quase não consigo tomar o café.— Tony, preciso conversar
Não sabia se conseguiria dormir com tantas informações borbulhando na minha mente. Minha memória estava sendo ativada aos poucos e esse turbilhão estava me ajudando, mas me deixou muito cansada.Tomei meu remédio e pedi a Flor e Tony que me deixasse sozinha, eu precisava recuperar minhas energias. Fiquei ali, na cama gigante e espaçosa preenchida com todos os meus pensamentos sobre tudo.Mesmo com o efeito do remédio comecei a recapitular tudo que Bárbara me disse, definitivamente não conseguia dormir. Levantei e fui até o banheiro para lavar o rosto, e ao olhar no espelho mil e um pensamentos passaram na minha mente, mas nenhum que fizesse sentido. Mas percebi algo preso no armário do espelho, peguei imediatamente cheia de curiosidade. Tinha meu nome escrito por fora do papel.Corri para a cama, deitei-me de barriga para baixo de uma forma que ficasse confortável e abri o