MelissaFiquei muito feliz ao ver o Henry aqui logo cedo. Acho difícil encontrar um pai mais dedicado do que ele. Adoro o jeito como ele assume o papel de paizão, talvez porque eu mesma nunca tive um pai presente. Desde que descobrimos a gravidez, Henry prometeu que seria o melhor pai do mundo. Como homem, ele já me decepcionou, mas como pai, não tenho nada a reclamar. Ele é presente, paciente e amoroso, exatamente como toda criança merece.Eu me sentia bem com ele por perto e não queria que ele fosse embora daquele jeito. Percebi que ficou chateado por não conseguir me convencer de que era melhor eu não ir nessa viagem. Ele é superprotetor, e eu entendo isso. Até acho válido, já que em Angra tem praia, e sei que bebidas e praia não combinam. Mas considerei a viagem como uma distração, não para beber. Afinal, quando Mia está comigo, sei que sou a responsável por ela, e nunca bebo nessas condições. Mesmo assim, a preocupação de Henry fazia sentido, e eu entendia.Descemos as escadas de
HenryParti da casa da Melissa tentando, a todo custo, enfiar na cabeça que só me resta me acostumar com a ideia de outros homens perto dela. Não tenho mais o que fazer. Ela tem sua própria vida, os próprios amigos, e é direito dela tê-los. Mas não vou mentir, isso me incomoda demais. Não consigo me conformar com essa situação, principalmente porque um desses caras é o ex-namorado dela. Se ele quer só amizade? Duvido muito, ainda mais depois daquele episódio que vi. Não que seja errado ele querer algo mais — é até compreensível, considerando que Melissa é linda, além de incrivelmente amável. Mas tenta enfiar isso no meu subconsciente fodido. Não quero bancar o ex-chato, então resolvi sair antes mesmo dele entrar na casa. Não quero saber do papo deles, muito menos se estão se dando bem. Penso que devem estar, ou ele não apareceria lá assim. O jeito é engolir minha raiva e dúvidas, e seguir para o trabalho. Ainda pretendo ir à casa dela mais tarde para ver a Mia. Será que já estou send
Ao entrar, percebi que ele estava inquieto. Sentamos, e pude notar que algo o incomodava.— O que te abate? Está inquieto. — Perguntei, já conhecendo bem meu amigo. Ricardo é uma das pessoas mais controladas que conheço, junto com a Melissa. Ver ele nervoso assim não é comum, então algo sério deve estar acontecendo.— Então, cara, tô mesmo preocupado. Ontem sua mãe veio falar comigo e me deixou inquieto com o rumo da conversa. Sei que ela conhece meu irmão e tudo mais, mas nunca imaginei que fossem próximos assim. Nem sabia que sua mãe se lembrava do Edu. — Como assim? Ela sabe que o Edu é seu irmão, e isso já faz tempo. — Pois é, mas sua mãe me disse que serei o novo diretor da empresa. — Ele gesticulava, como se relembrasse a cena. — Isso é ótimo, irmão. Eu mesmo falei para ela que você seria a melhor escolha. Você conhece cada detalhe do que acontece lá. — Ela mencionou isso, mas o que me surpreendeu foi o seguinte: quem vai ocupar o meu cargo é o Edu. Meu irmão será o braç
MelissaEu, Bárbara e Lennon conversamos por um tempo, mas ele logo anunciou que sua visita seria breve, pois tinha outros compromissos. Antes de sair, deixei Mia com Dora e segui para minha loja. Tinha uma série de coisas a resolver: precisava assinar alguns papéis e avaliar os planos para mudar a loja de lugar. O espaço atual já não comporta o fluxo crescente de clientes, e sinto que chegou a hora de encontrar um local que reflita melhor a minha identidade e o sucesso que estamos construindo. Bárbara aproveitou a carona e, como sempre, não perdeu a oportunidade de comentar sobre Angra. — Obrigada pela carona, mana. E vê se não me inventa desculpas para fugir de Angra, hein. Vou te atormentar até chegarmos lá! — Pode deixar, Bárbara. Não vou deixar o Henry invadir meus pensamentos, se é isso que você está insinuando. — Olha, se fosse para vocês se resolverem de vez, eu até diria para você reconsiderar, mas já que as coisas continuam iguais, não tem por que não ir. — Sua mãe
Continuação...Caminhei com Eduardo pela avenida. Fomos conversando até a loja, onde ele comprou bombons e chocolates para completar a cesta. O resultado ficou maravilhoso, e confesso que fiquei impressionada com o cuidado dele. Ao sairmos da loja, ele me convidou para tomar um suco. — Ah, Edu, desculpe, mas realmente preciso ir. — Falei, tentando recusar educadamente, mas ele fez uma careta de decepção que me desarmou. — Só um suco. Queria comemorar minha admissão na ST Technologic. — Ele disse, me pegando de surpresa. — Admissão? Nossa, não sabia! Que incrível, Edu. Parabéns! — Dei um abraço curto nele, e ele abriu um sorriso largo. — Obrigado! Vamos, só um suco. Ontem você já me deixou devendo. — Está bem. Você venceu. Mas preciso ser rápida, hein. — Obrigado, Melissa. Não sabe o quanto me deixa feliz. Confesso que Eduardo é bem diferente do que eu imaginava. Antes, eu só o via como um mulherengo, sempre cercado por mulheres e interessado apenas em aventuras. Mas ho
HenryDurante o dia, resolvi alguns problemas que surgiram na loja, questões rotineiras que não podiam ser adiadas. Depois, desci para observar o movimento no salão de vendas e até atendi alguns clientes. Esse contato direto é algo de que gosto bastante, ainda mais nesse ambiente novo para mim.Enquanto andava pelo salão, notei que Rose e Cristal estavam sentadas perto da mesa de café, conversando animadamente. Aproximei-me para pegar um pouco da bebida, já que a garrafa estava ao lado delas, e aproveitei para interagir.— Posso pegar um copo? — Perguntei educadamente.— Claro, Henry. Fique à vontade. Está tudo bem com você? — Cristal respondeu com um sorriso amigável.— Estou, sim, obrigado. — Percebi que está tossindo. Já procurou um médico? — Ela continuou, demonstrando preocupação.— É só um resfriado. Obrigado por perguntar. Cristal sorriu e apontou para um prato na mesa. — Guardei um pedaço de bolo para você. Se quiser, esquento e comemos juntos. Que acha? Faço companhia.
Continuação— Cale essa boca imunda… e não ouse tocar no nome da minha filha! — Gritei, apontando um dedo para ela enquanto tentava controlar meu ímpeto. — Você usa essa porcaria de feminilidade como arma, atacando e manipulando as pessoas como fez com o porteiro do meu prédio. Mas comigo isso não cola, entendeu? — Dei um passo para trás, tentando criar distância antes que fizesse algo que me arrependesse.Ela cruzou os braços e me encarou com deboche, inclinando levemente a cabeça.— Não te reconheço mais, Renata. — Minha voz saiu mais baixa, mas ainda carregada de indignação. — Eu tentei, de verdade, manter um convívio civilizado com você. Mas está claro que você perdeu qualquer senso de razão. Pare com isso. Pare de invadir minha vida, meu prédio, meus espaços… Pare!Renata estreitou os olhos e, com uma expressão que misturava orgulho e arrogância, respondeu:— É simples, Henry. Basta você voltar pra mim, e todos os seus problemas desaparecem.Eu ri novamente, dessa vez um riso inc
MelissaAcionei o portão e entrei com o carro. Sem muita emoção, estacionei, peguei a cesta e saí. Mas, enquanto caminhava, sentia meu coração acelerado, como se estivesse prestes a ter um ataque. A simples ideia de me magoar novamente por causa do Henry fazia meu peito apertar. Porém, decidi que era melhor encarar a verdade, por mais dolorosa que fosse. Sempre preferi a honestidade a viver em meio a mentiras. Se Henry realmente estivesse envolvido com a Renata, ele que ficasse com ela — e bem longe de mim.Coloquei a mão na maçaneta e abri a porta, mas fui surpreendida. Dei de cara com o Henry, que vinha na direção oposta, me desequilibrei e quase fui ao chão. A cesta que carregava, porém, não teve a mesma sorte e foi direto para o chão. Percebi que ele falava no telefone, mas assim que me viu tropeçando, largou o celular para me segurar.— Melissa, está bem? — Perguntou, segurando-me com firmeza.— Quase me atropela. — Respondi, rindo da situação. — Seu celular. — Peguei o aparelho