Ao entrar, percebi que ele estava inquieto. Sentamos, e pude notar que algo o incomodava.— O que te abate? Está inquieto. — Perguntei, já conhecendo bem meu amigo. Ricardo é uma das pessoas mais controladas que conheço, junto com a Melissa. Ver ele nervoso assim não é comum, então algo sério deve estar acontecendo.— Então, cara, tô mesmo preocupado. Ontem sua mãe veio falar comigo e me deixou inquieto com o rumo da conversa. Sei que ela conhece meu irmão e tudo mais, mas nunca imaginei que fossem próximos assim. Nem sabia que sua mãe se lembrava do Edu. — Como assim? Ela sabe que o Edu é seu irmão, e isso já faz tempo. — Pois é, mas sua mãe me disse que serei o novo diretor da empresa. — Ele gesticulava, como se relembrasse a cena. — Isso é ótimo, irmão. Eu mesmo falei para ela que você seria a melhor escolha. Você conhece cada detalhe do que acontece lá. — Ela mencionou isso, mas o que me surpreendeu foi o seguinte: quem vai ocupar o meu cargo é o Edu. Meu irmão será o braç
MelissaEu, Bárbara e Lennon conversamos por um tempo, mas ele logo anunciou que sua visita seria breve, pois tinha outros compromissos. Antes de sair, deixei Mia com Dora e segui para minha loja. Tinha uma série de coisas a resolver: precisava assinar alguns papéis e avaliar os planos para mudar a loja de lugar. O espaço atual já não comporta o fluxo crescente de clientes, e sinto que chegou a hora de encontrar um local que reflita melhor a minha identidade e o sucesso que estamos construindo. Bárbara aproveitou a carona e, como sempre, não perdeu a oportunidade de comentar sobre Angra. — Obrigada pela carona, mana. E vê se não me inventa desculpas para fugir de Angra, hein. Vou te atormentar até chegarmos lá! — Pode deixar, Bárbara. Não vou deixar o Henry invadir meus pensamentos, se é isso que você está insinuando. — Olha, se fosse para vocês se resolverem de vez, eu até diria para você reconsiderar, mas já que as coisas continuam iguais, não tem por que não ir. — Sua mãe
Continuação...Caminhei com Eduardo pela avenida. Fomos conversando até a loja, onde ele comprou bombons e chocolates para completar a cesta. O resultado ficou maravilhoso, e confesso que fiquei impressionada com o cuidado dele. Ao sairmos da loja, ele me convidou para tomar um suco. — Ah, Edu, desculpe, mas realmente preciso ir. — Falei, tentando recusar educadamente, mas ele fez uma careta de decepção que me desarmou. — Só um suco. Queria comemorar minha admissão na ST Technologic. — Ele disse, me pegando de surpresa. — Admissão? Nossa, não sabia! Que incrível, Edu. Parabéns! — Dei um abraço curto nele, e ele abriu um sorriso largo. — Obrigado! Vamos, só um suco. Ontem você já me deixou devendo. — Está bem. Você venceu. Mas preciso ser rápida, hein. — Obrigado, Melissa. Não sabe o quanto me deixa feliz. Confesso que Eduardo é bem diferente do que eu imaginava. Antes, eu só o via como um mulherengo, sempre cercado por mulheres e interessado apenas em aventuras. Mas ho
Durante o dia, resolvi alguns problemas que surgiram na loja, questões rotineiras que não podiam ser adiadas. Depois, desci para observar o movimento no salão de vendas e até atendi alguns clientes. Esse contato direto é algo de que gosto bastante, ainda mais nesse ambiente novo para mim.Enquanto andava pelo salão, notei que Rose e Cristal estavam sentadas perto da mesa de café, conversando animadamente. Aproximei-me para pegar um pouco da bebida, já que a garrafa estava ao lado delas, e aproveitei para interagir.— Posso pegar um copo? — Perguntei educadamente.— Claro, Henry. Fique à vontade. Está tudo bem com você? — Cristal respondeu com um sorriso amigável.— Estou, sim, obrigado. — Percebi que está tossindo. Já procurou um médico? — Ela continuou, demonstrando preocupação.— É só um resfriado. Obrigado por perguntar. Cristal sorriu e apontou para um prato na mesa. — Guardei um pedaço de bolo para você. Se quiser, esquento e comemos juntos. Que acha? Faço companhia. — Ob
Continuação— Cale essa boca imunda… e não ouse tocar no nome da minha filha! — Gritei, apontando um dedo para ela enquanto tentava controlar meu ímpeto. — Você usa essa porcaria de feminilidade como arma, atacando e manipulando as pessoas como fez com o porteiro do meu prédio. Mas comigo isso não cola, entendeu? — Dei um passo para trás, tentando criar distância antes que fizesse algo que me arrependesse.Ela cruzou os braços e me encarou com deboche, inclinando levemente a cabeça.— Não te reconheço mais, Renata. — Minha voz saiu mais baixa, mas ainda carregada de indignação. — Eu tentei, de verdade, manter um convívio civilizado com você. Mas está claro que você perdeu qualquer senso de razão. Pare com isso. Pare de invadir minha vida, meu prédio, meus espaços… Pare!Renata estreitou os olhos e, com uma expressão que misturava orgulho e arrogância, respondeu:— É simples, Henry. Basta você voltar pra mim, e todos os seus problemas desaparecem.Eu ri novamente, dessa vez um riso inc
SEMANAS ATRÁSMelissa VenezaEu estava determinada a finalmente ter uma conversa amigável com Henry, algo que não acontecia há muito tempo. Saí da minha loja e segui para a ST TECHNOLOGIC, a empresa dele. O prédio imponente e espelhado sempre chamou minha atenção, e, como sempre, admirei sua beleza ao me aproximar. Mesmo sendo esposa do presidente da empresa, minha presença ali era incomum, o que justificava os olhares curiosos que recebi ao atravessar a recepção.Meu nome é Melissa Veneza, tenho 26 anos, e o homem com quem estou prestes a discutir o divórcio é Henry Stuart, herdeiro de tudo isso. Ele mal aparecia em casa ultimamente, e não havia mais motivos para mantermos um vínculo sem futuro. Enquanto esperava o elevador, meu coração estava calmo, ou pelo menos eu tentava manter a tranquilidade. Quando a porta se abriu, entrei, e o reflexo do espelho me mostrou uma mulher decidida, mas com um turbilhão interno. Era horário de almoço, o prédio estava quase vazio. Passei pela mesa d
Agora posso dizer com certeza: estamos em processo de separação. Foram apenas três anos de casados, e o que parecia ser um conto de fadas acabou mais rápido do que eu imaginava. No começo, foi uma paixão avassaladora, mas com o tempo, a chama foi se apagando. É isso que acontece quando você se deixa levar por um fogo de palha: ele logo se extingue. Henry me decepcionou da mesma maneira que eu o decepcionei. Eu adorava provocar seu ciúme — e ele era muito ciumento. Dançava com meus amigos, rebolava na frente dele, sabendo que o deixava furioso, só para vê-lo perder o controle. No fim, tudo sempre terminava no mesmo lugar: na cama. Infantilidade, eu sei. Mas o que eu nunca imaginei era que tudo acabaria assim, com a descoberta da traição dele. Não sei por que eu achava que ele seria fiel. Sua mãe fez questão de colocar Renata, sua afilhada e ex-namorada, na empresa, e era ela quem eu encontrei no colo dele, aos beijos. Já estávamos em crise, e vê-la trabalhando ao lado dele só piorou
Para o meu desgosto, Henry ficou mais tempo do que eu imaginava, esperava que ele fosse ver a Mia, mas logo fosse embora, ela é bebê, o máximo que faz é rir de suas palhaçadas e chorar de cansaço ou dor, o que ele tanto faz la em cima? Só falta ter dormido. Agora me pergunto, onde estão suas viagens repentinas? Seu trabalho dia e noite, porque era isso que vivíamos nos últimos dias de casamento, um distanciamento total entre casal, nada mais mudava o nosso humor gélido um com o outro, odeio admitir isso, mas é a realidade, não nascemos um para o outro se é que existe isso, dou graças a Deus que tive uma mãe sabia e como ela mesma diz, ninguém morre de amor.Fiz hora na cozinha esperando ele ir embora, mas nada, já era hora da Mia jantar e ele ainda estava com ela no quarto, não teve jeito, tive que intervir. Subi as escadas e fui até o quarto me deparando com ele deitado com ela ouvindo músicas infantis. Pigarreei e ele me olhou de imediato.— Sei que está com saudades dela, mas está