Continuação...Caminhei com Eduardo pela avenida. Fomos conversando até a loja, onde ele comprou bombons e chocolates para completar a cesta. O resultado ficou maravilhoso, e confesso que fiquei impressionada com o cuidado dele. Ao sairmos da loja, ele me convidou para tomar um suco. — Ah, Edu, desculpe, mas realmente preciso ir. — Falei, tentando recusar educadamente, mas ele fez uma careta de decepção que me desarmou. — Só um suco. Queria comemorar minha admissão na ST Technologic. — Ele disse, me pegando de surpresa. — Admissão? Nossa, não sabia! Que incrível, Edu. Parabéns! — Dei um abraço curto nele, e ele abriu um sorriso largo. — Obrigado! Vamos, só um suco. Ontem você já me deixou devendo. — Está bem. Você venceu. Mas preciso ser rápida, hein. — Obrigado, Melissa. Não sabe o quanto me deixa feliz. Confesso que Eduardo é bem diferente do que eu imaginava. Antes, eu só o via como um mulherengo, sempre cercado por mulheres e interessado apenas em aventuras. Mas ho
HenryDurante o dia, resolvi alguns problemas que surgiram na loja, questões rotineiras que não podiam ser adiadas. Depois, desci para observar o movimento no salão de vendas e até atendi alguns clientes. Esse contato direto é algo de que gosto bastante, ainda mais nesse ambiente novo para mim.Enquanto andava pelo salão, notei que Rose e Cristal estavam sentadas perto da mesa de café, conversando animadamente. Aproximei-me para pegar um pouco da bebida, já que a garrafa estava ao lado delas, e aproveitei para interagir.— Posso pegar um copo? — Perguntei educadamente.— Claro, Henry. Fique à vontade. Está tudo bem com você? — Cristal respondeu com um sorriso amigável.— Estou, sim, obrigado. — Percebi que está tossindo. Já procurou um médico? — Ela continuou, demonstrando preocupação.— É só um resfriado. Obrigado por perguntar. Cristal sorriu e apontou para um prato na mesa. — Guardei um pedaço de bolo para você. Se quiser, esquento e comemos juntos. Que acha? Faço companhia.
Continuação— Cale essa boca imunda… e não ouse tocar no nome da minha filha! — Gritei, apontando um dedo para ela enquanto tentava controlar meu ímpeto. — Você usa essa porcaria de feminilidade como arma, atacando e manipulando as pessoas como fez com o porteiro do meu prédio. Mas comigo isso não cola, entendeu? — Dei um passo para trás, tentando criar distância antes que fizesse algo que me arrependesse.Ela cruzou os braços e me encarou com deboche, inclinando levemente a cabeça.— Não te reconheço mais, Renata. — Minha voz saiu mais baixa, mas ainda carregada de indignação. — Eu tentei, de verdade, manter um convívio civilizado com você. Mas está claro que você perdeu qualquer senso de razão. Pare com isso. Pare de invadir minha vida, meu prédio, meus espaços… Pare!Renata estreitou os olhos e, com uma expressão que misturava orgulho e arrogância, respondeu:— É simples, Henry. Basta você voltar pra mim, e todos os seus problemas desaparecem.Eu ri novamente, dessa vez um riso inc
MelissaAcionei o portão e entrei com o carro. Sem muita emoção, estacionei, peguei a cesta e saí. Mas, enquanto caminhava, sentia meu coração acelerado, como se estivesse prestes a ter um ataque. A simples ideia de me magoar novamente por causa do Henry fazia meu peito apertar. Porém, decidi que era melhor encarar a verdade, por mais dolorosa que fosse. Sempre preferi a honestidade a viver em meio a mentiras. Se Henry realmente estivesse envolvido com a Renata, ele que ficasse com ela — e bem longe de mim.Coloquei a mão na maçaneta e abri a porta, mas fui surpreendida. Dei de cara com o Henry, que vinha na direção oposta, me desequilibrei e quase fui ao chão. A cesta que carregava, porém, não teve a mesma sorte e foi direto para o chão. Percebi que ele falava no telefone, mas assim que me viu tropeçando, largou o celular para me segurar.— Melissa, está bem? — Perguntou, segurando-me com firmeza.— Quase me atropela. — Respondi, rindo da situação. — Seu celular. — Peguei o aparelho
Henry estava visivelmente desconfortável, e era evidente que o que ele tinha para dizer não era nada bom. Desde que cheguei, ele parecia nervoso, e isso só aumentava minha preocupação.— Não sei mais o que faço com a Renata. — Ele disse, de repente, e minhas antenas imediatamente se levantaram. A curiosidade me dominou, e eu queria ouvir mais.— O que aconteceu? Você nunca reclamou dela antes. — Perguntei, tentando entender.— Ela está me perseguindo. Onde quer que eu vá ou esteja, ela aparece para causar problemas. Não sei mais o que fazer, Melissa. Juro, minha vontade é matá-la, só para ter certeza de que nunca vai machucar você ou a Mia. Está difícil. — Meu coração disparou ao ouvir isso, mas permaneci em silêncio, esperando que ele continuasse.— O que ela tem feito? Por que acha que pode nos machucar? — Indaguei, ainda processando suas palavras.— Ontem, ela apareceu no meu prédio e fez o maior barraco na portaria. Arrastou o porteiro, que não tinha nada a ver com a história, par
Henry comia alguns pedaços generosos de bolo, e o celular dele não parava de apitar. Ele o deixou de lado, mas eu, sentada ao seu lado na mesa, não conseguia ignorar o volume de notificações. Não sou ciumenta, mas curiosa? Ah, isso eu sou, e muito.— Não vai olhar as mensagens? Pode ser importante. — Questionei, enquanto ele dava alguns pedacinhos de bolo para Mia provar. Ele tinha essa mania: não gostava que ela visse o que estávamos comendo sem poder experimentar. Mia, claro, parecia adorar a atenção, tentando pegar mais do prato. Ele respondeu sem tirar os olhos dela.— É a Cristal, além do grupo da loja. Devem estar preocupados com o jeito que eu saí. Estava nervoso. Devem pensar que sou um louco ou um irresponsável. Meu segundo dia lá e já rola uma treta dessas. Vou ficar queimado. — Ele me olhou de lado, ainda acariciando Mia, que estava toda esparramada no colo dele.— Imagino. Se você chegou aqui daquele jeito, nem quero pensar no que aconteceu lá diante daquela louca. Não foi
Após devorar alguns pedaços generosos de bolo, Henry passou pela porta do meu quarto com Mia no colo. Ele me lançou um olhar rápido antes de seguir para o quarto dela. Continuei mexendo no notebook, mas não demorou muito para ouvir as músicas infantis vindo do quarto ao lado. Mia estava começando a se interessar por essas músicas, prestava atenção em cada detalhe dos vídeos animados, e Henry adorava colocá-los para ela. Ele se divertia tanto quanto ela, que ficava toda agitada. Enquanto ouvia as risadas e os barulhinhos do outro quarto, um misto de sentimentos me invadia: sentia-me segura com ele por perto, mas também absurdamente tentada.Enquanto isso, Bárbara, sempre curiosa, enviava mensagens incessantes querendo saber de tudo. Ela queria detalhes sobre o que estava acontecendo e, principalmente, sobre o motivo de Henry estar aqui. Decidi brincar um pouco, alimentando sua curiosidade e deixando-a ainda mais eufórica. Ela mandava áudios hilários, e eu ria sozinha. Mas como adoro pr
HenryEstar perto da Melissa estava sendo muito mais difícil do que eu imaginava. Por um lado, era ótimo; sentia-me bem ao seu lado, como se tudo na minha vida encontrasse um pouco mais de equilíbrio. Mas, por outro lado, era torturante não poder tocá-la como antes, sentir sua pele, seus lábios. Essa baixinha teimosa sabia exatamente como me provocar, e, para piorar, ela fazia isso sem nem perceber. Quando usava o charme dela, era o meu ponto fraco. Bastaram alguns segundos para que ela me deixasse à beira de perder o controle.Com ela por perto, até esquecia dos problemas que tinha arrumado para minha vida. Pensava em como minha cabeça estaria ainda mais bagunçada sem Melissa para me dar forças. Sempre que precisei, ela esteve ali, mesmo depois de todos os meus erros. Encontrei nela o suporte que precisava, e agora queria ser para ela o que ela sempre foi para mim: segurança, companheirismo e carinho. Melissa merecia o melhor, e eu queria desesperadamente ser esse melhor.Vesti minha