Camila Duarte Dias depois... A manhã tinha sido surpreendentemente leve. Depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias, sair para fazer compras com Ester parecia algo relaxante. Minha família iria nos visitar naquela noite e eu queria presentear a todos. Andamos por várias lojas, experimentando roupas, rindo e até comprando algumas peças infantis. Eu não entendia muito bem por que me sentia atraída por aquela seção, mas algo em mim queria estar preparada para o futuro. Talvez uma ilusão tola, mas foi um momento que me fez sorrir. Depois das compras, dos presentes para toda minha família, precisei ir ao banheiro. — Me espera aqui — pedi a Ester. Ela apenas assentiu, cruzando os braços e observando o movimento ao redor como se estivesse sempre alerta. Fui rápida, mas quando voltei, um arrepio percorreu minha espinha. Ester estava parada exatamente onde eu a deixei, mas suas mãos... estavam ensanguentadas. — O que aconteceu? — perguntei, alarmada. Ela se aproximou e
Lorenzo RicciA mesa estava impecavelmente arrumada. Pratos finos, taças de cristal e uma comida que enchia o ar com um aroma irresistível. Mas nada disso me importava tanto quanto o momento que eu estava prestes a criar. As duas famílias estavam reunidas meus pais, os pais de Camila, seus irmãos. Havia risos e conversas cruzadas, mas dentro de mim, o nervosismo borbulhava. Camila estava linda, com um brilho nos olhos que me fazia querer congelar o tempo. Respirei fundo e me levantei, batendo levemente o garfo contra a taça para chamar a atenção de todos. — Quero aproveitar que estamos todos aqui para tornar algo oficial. Camila olhou para mim, confusa. Seus olhos buscaram os meus, como se tentassem entender o que eu estava prestes a fazer. — Mas vocês já não estão noivos? — Caio, o irmão dela, perguntou de forma direta. Sorri, olhando para Camila, e então respondi: — Eu não havia tornado oficial. Mas acho que esse é o melhor momento, diante dos meus pais e dos pais da
Lorenzo Ricci Eu me despedi da família de Camila com um aceno breve, mantendo a expressão séria. Meu instinto me dizia que aquela noite ainda estava longe de terminar. Assim que todos saíram , caminhei ao lado de Ester até meu escritório, fechando a porta atrás de nós. — Você pode começar a me explicar o que o Tom veio fazer aqui? — Ela cruzou os braços, encarando-me com intensidade. Minha testa franziu. — Você conhece o Tom? — Ele é o meu ex. Minha mandíbula enrijeceu. — Parece que não é só o seu ex, mas também o ex da Camila. Ester suspirou, passando a mão pelos cabelos. — Você não entende, Lorenzo. Eu conheço o verdadeiro Tom, e não esse que está fazendo o papel de Tom. Minha mente começou a conectar os pontos. — Então é como eu imaginei... Ele é um agente da CIA. — Não exatamente. Ele não é um agente comum, mas faz serviços para a CIA. E se ele foi namorado da Camila, espero que saiba que sua noiva é alguém muito poderosa. Poderosa o suficiente p
Lorenzo Ricci Ela me olhou como se estivesse totalmente perdida e se sentindo assustada, mas havia muito mais do que eu contei a ela, eu sabia exatamente quem era o pai dela e onde ele estava, mas acima de tudo, ela fazia parte de uma família que eu não desejava sequer me manter por perto. Eu não poderia dizer a ela sobre como eu conheci o seu pai biológico e como ele é um homem tão frio e perigoso quanto eu. —Camila, eu preciso que você continue fingindo não saber de nada para os seus pais e irmãos, eu tenho que descobrir mais sobre eles, eu irei pessoalmente até o seu pai adotivo e irei tirar as informações necessárias para saber o que eles escondem e até que ponto eles escondem, como sabe, eu sou um mafioso e não posso me aliar a Cia para descobrir sobre tudo que realmente esconderam por anos, mas não há nada que eu não consiga. —Enzo, como vou olhar nos olhos dos meus irmãos e dos meus pais agora? Como vou esconder isso deles? —Mila, você precisa dormir, à noite foi inten
Camila Acordei sentindo o calor do corpo de Lorenzo ao meu lado. Seu braço forte ainda me envolvia, sua respiração pesada contra meu pescoço. Eu deveria ficar ali, deveria aproveitar aquele momento raro de paz ao lado dele. Mas minha mente não me deixava descansar. Levantei-me devagar, com cuidado para não acordá-lo. Cada movimento era calculado, cada passo até o banheiro era silencioso. Me vesti rapidamente, tentando ignorar o calor que ainda percorria meu corpo depois da noite intensa que tivemos. Mas, por mais que Lorenzo me desse prazer e disse com que eu dormisse, minha mente estava longe. Eu precisava de respostas. Peguei minha bolsa e desci as escadas, respirando fundo ao ver que o caminho estava livre. Mas, assim que cheguei à porta, uma voz me fez parar. —Onde você vai, Camila? — Ester me encarava com os braços cruzados, como se já soubesse que eu tentaria sair escondida. Suspirei, já esperando a resistência dela. —Eu preciso falar com Tom. Sei que você é lea
Camila Duarte —Somos parte do passado que não terá um futuro Tom, mas quero que saiba que eu não o culpo mais e te perdoo, espero que possa ser feliz. —Eu agradeço Camila, mas ainda preciso estar próximo a você, pois devo isso a você e quero que tenha o seu bebê, que não corra nenhum perigo. —Eu só preciso que faça um favor para mim, e não precisa mais se preocupar comigo ou me proteger, eu estou com um homem que é mais do que capaz de cuidar do meu bebê e proteger-me.Eu quero que você marque um encontro com o homem que matou a minha mãe biológica. O silêncio entre nós pesava como uma tempestade prestes a desabar. Eu podia ver o conflito no olhar de Tom, a hesitação misturada com culpa. Ele apertou os punhos, desviando o olhar para o chão, como se tentasse encontrar uma saída para o que eu estava pedindo. — Você entende que o assassino da sua mãe biológica é o seu pai? — A voz dele saiu grave, carregada de algo que eu não conseguia decifrar. — Ele é um assassino, assim c
Camila Duarte O vento frio da manhã me envolveu quando saí do hotel ao lado de Ester. Meu corpo ainda estava tenso, a adrenalina do encontro com Tom ainda correndo em minhas veias. Eu sabia que o que eu estava fazendo era perigoso, mas não havia outro caminho. Foi quando vi o carro preto estacionado bem na frente. Minha respiração travou por um segundo. Antes que eu pudesse reagir, a porta se abriu, e Lorenzo saiu, seu olhar cravado em mim com uma intensidade que fez meu coração ficar acelerado. — Fugindo de mim tão cedo? — Sua voz era baixa, perigosa.O que era um traço de sua personalidade. Meu peito se apertou. O jeito como ele estava parado ali, as mãos nos bolsos, o terno alinhado, mas com a postura rígida… Ele estava puto. E quando Lorenzo ficava assim, ninguém saía ileso. Virei-me para Ester, minha voz saindo firme. — Ester, foi você quem falou a ele onde estávamos? Ela arregalou os olhos, balançando a cabeça com pressa. — Eu não disse nada, Camila, juro! Antes q
Lorenzo Ricci O silêncio dentro do carro era pesado. Minhas mãos apertavam o volante com força enquanto eu dirigia em direção à mansão. Camila estava ao meu lado, com os braços cruzados e o olhar fixo na estrada, fingindo uma serenidade que eu sabia que ela não sentia. Eu ainda podia sentir o gosto daquela provocação dela queimando na minha pele. "Você fica fofo com ciúmes." M*****a. Ela sabia exatamente como me tirar do sério. Sabia quais botões apertar para atiçar o inferno dentro de mim. A noite anterior ainda pulsava na minha mente.Por qual motivo ela tinha ido atrás do Tom? Meu instinto gritava para eu arrancar cada detalhe daquela conversa, mas eu me segurava. Não agora. Não com meus pais em casa. Quando chegamos, o portão se abriu automaticamente, e estacionei o carro na entrada. Antes mesmo que eu pudesse dizer algo, uma das empregadas surgiu na porta, avisando que meus pais estavam à nossa espera no jardim para o café da manhã. Ótimo. Mais uma distração antes de te