Lorenzo Ricci Camila me encarava com os olhos faiscando de raiva, o tapa ainda ardendo em minha pele, mas a dor era nada comparada ao que estava dentro de mim. O medo. A insegurança. A sensação de que, a qualquer momento, eu poderia perdê-la. Engoli em seco e soltei um longo suspiro antes de dar um passo à frente. — Me perdoa. Ela piscou, surpresa, e sua expressão se fechou rapidamente. — Pelo quê? — Pelo que eu disse. Pela forma como agi. Pelo meu ciúme doentio. — Passei uma mão pelo cabelo, tentando conter a frustração. — Eu só… Eu fiquei fora de mim ao saber que você foi atrás do Tom. Eu odeio essa sensação de não ter controle sobre você. Camila cruzou os braços, sua postura defensiva. — Eu não sou alguém que pode ser controlada, Lorenzo. Soltei um riso fraco, sem humor. — Eu sei. E talvez seja por isso que estou completamente apaixonado por você a cada segundo que passa desde que a vi pela primeira vez. As palavras escaparam antes que eu pudesse filtr
Camila Duarte A água quente escorria pelos nossos corpos, mas o calor que queimava minha pele vinha dele. Das mãos grandes e possessivas que deslizavam pela minha cintura, da boca que explorava minha pele molhada, da forma como Lorenzo me olhava, como se eu fosse dele. Como se ele estivesse se perdendo e se encontrando ao mesmo tempo. Eu me sentia viva. — Camila… — Ele sussurrou contra meu pescoço, sua voz rouca, carregada de desejo. Seus dedos pressionaram minha pele, traçando um caminho lento e torturante pelas minhas coxas. Eu arfava, minha respiração entrecortada pela expectativa, pelo prazer que se acumulava dentro de mim como uma tempestade prestes a explodir. Lorenzo ergueu meu corpo com facilidade, me encaixando contra ele. Minhas pernas se prenderam ao redor de sua cintura, e eu gemi quando ele me tomou por completo. Foi intenso. Bruto. Delicioso. Eu cravei as unhas em suas costas enquanto ele me pressionava contra o azulejo frio, o contraste com o calor d
Camila Duarte A caminho da consulta, Lorenzo segurava minha mão com firmeza enquanto dirigia. O silêncio entre nós era confortável, pontuado apenas pelo som suave da música que tocava no som do carro. Eu sentia a tensão sutil nele, mas tentei focar na alegria do momento. Hoje, finalmente, saberíamos o sexo do nosso bebê. Ainda era surreal pensar nisso. Ao chegarmos à clínica, Lorenzo me ajudou a sair do carro e entrelaçou os dedos nos meus. Assim que entramos na recepção, nossos nomes foram chamados, e seguimos para a sala do obstetra. Assim que nos acomodamos, a porta se abriu novamente, revelando Anny e Miguel. — Sério? — perguntei, rindo surpresa. — Vocês vieram mesmo? — É claro! — Anny exclamou, animada. — Não podíamos perder esse momento por nada! Lorenzo sorriu ao ver os pais e os abraçou brevemente. Fiquei emocionada. O amor e o apoio deles eram palpáveis, algo que eu nunca tinha experimentado de verdade antes de Lorenzo entrar na minha vida, já que os pais que eu a
Camila Duarte O silêncio pairava no quarto enquanto eu fitava Lorenzo. Seu olhar era firme, determinado, mas havia uma sombra de preocupação por trás da fúria que o consumia. Eu sabia que essa vingança era algo que ele planejava há anos, e agora ele me dava a escolha de fazer parte disso. Respirei fundo e encontrei minha própria determinação. — Eu aceito, Lorenzo. Eu quero que você faça isso. Mas antes, eu preciso vê-lo. Preciso olhar nos olhos do homem que matou minha mãe antes que ele pague por tudo o que fez. Lorenzo assentiu lentamente, seu olhar se tornando ainda mais sombrio. — Você terá essa chance. Eu vou garantir que você esteja diante dele antes do fim. No dia seguinte, eu entrei na mansão do meu pai biológico. Mônica, Verônica, Nagela e Regiane haviam conseguido nos infiltrar sem levantar suspeitas. Regiane, que assumira o papel de governanta, me guiava pelos corredores luxuosos, mas frios. — Venha por aqui. — sussurrou ela, com sua postura impecável. Cada pa
Camila Duarte A água quente da banheira envolvia meu corpo, proporcionando um raro momento de alívio. Fechei os olhos e deixei a tensão se dissolver por alguns instantes, mas minha mente não conseguia desligar. Ainda havia muito a ser resolvido, muitas incertezas pairando no ar. Foi então que senti sua presença antes mesmo de vê-lo. Lorenzo entrou no banheiro silenciosamente e, sem dizer nada, se posicionou atrás de mim. Suas mãos firmes pousaram em meus ombros, iniciando uma massagem que fez meu corpo relaxar de imediato. — Não precisa se preocupar com nada — sua voz grave e reconfortante ecoou pelo ambiente. — Agora tudo ficará bem. Eu fiz um acordo com a Cia. Assim, eles não se envolvem com minha máfia aqui na Itália, e o Will não será mais um problema para nós. Abri os olhos e virei levemente o rosto para olhá-lo. A expressão séria e determinada de Lorenzo me dizia que ele havia tomado todas as medidas necessárias para garantir nossa segurança. Meu peito se encheu de alívi
Camila Duarte Ricci Ao chegar ao hospital, meu coração batia descompassado. Cada passo pelos corredores friamente iluminados aumentava minha ansiedade. Quando finalmente alcancei o quarto, encontrei Lorenzo sentado ao lado de Amber, que parecia dormir serenamente. Ao me ver, ele demonstrou surpresa. — É melhor você ir para casa; deve estar exausto — sugeri, tentando manter a calma. — Camila, precisamos conversar! — ele respondeu, a tensão evidente em sua voz. — Não se preocupe, ficarei com ela esta noite e amanhã conversamos. Agora vá para casa e descanse; você está com uma aparência péssima. — Camila, você não precisa ficar. — Ela pode ter sido seu amor, mas eu tenho um laço muito maior com ela. É a única pessoa da minha família biológica que está viva. Agora vá para casa e, amanhã, leve nossas filhas para a escola; elas estão sentindo sua falta. Lorenzo hesitou, mas acabou se levantando. Quando estava prestes a sair, chamei: — Espere! Ele parou na frente da porta,
Lorenzo Ricci Acordei cedo naquela manhã, sentindo o peso dos últimos dias sobre os meus ombros. O silêncio da casa contrastava com a tempestade dentro de mim. Respirei fundo e segui para a cozinha, onde encontrei minhas filhas já tomando café da manhã. Elas me olharam com um brilho no olhar, surpresas e felizes pela minha presença ali. — Papai! — uma delas exclamou, animada. — Você vai tomar café com a gente? Sorri, puxando uma cadeira para me sentar ao lado delas. — Claro, minhas princesas. Não perderia esse momento com vocês. Elas continuaram comendo, e eu me servi de um café forte, tentando ignorar o cansaço. Mal comecei a comer quando minha mãe, Anny, meu pai, Miguel, e meu irmão mais novo, Ares, se aproximaram da sala de estar. Anny me lançou um olhar avaliativo antes de se sentar à mesa. — Que surpresa, filho. Achei que estava de férias da sua família. — Sua voz carregava sarcasmo, algo típico dela quando queria demonstrar insatisfação. Ester, sorriu ao ouvir o com
Camila Duarte Ricci Eu estava exausta. As últimas semanas foram um turbilhão, e, mesmo que eu tentasse manter a calma, meu coração carregava um peso insuportável. Cheguei em casa duas horas depois, acompanhada de Amber e da enfermeira que a auxiliava. Enquanto caminhávamos pela sala, senti a tensão no ar, como se as paredes carregassem os ecos das discussões que haviam acontecido ali.Amber parou no meio da sala, o olhar vagando pelos porta-retratos e quadros pendurados. Ela observou cada detalhe, as fotos do meu casamento com Lorenzo, imagens das nossas filhas crescendo, momentos que construímos juntos. Seu rosto ficou tenso, e seus olhos brilharam com uma mistura de emoções que eu não sabia ao certo interpretar.Respirei fundo e quebrei o silêncio:— Sei que perdeu muita coisa nos últimos dez anos que esteve aprisionada, mas quero que fique aqui como minha irmã.Ela fechou os olhos por um momento, como se estivesse se preparando para uma batalha interna. Quando voltou a me encarar