Lorenzo Ricci Eu a encarei por alguns segundos, absorvendo a intensidade em seu olhar. Camila estava ali, tão linda, tão minha. Meu peito pesava com tudo o que eu havia guardado para mim nas últimas semanas, e eu sabia que não podia mais manter essa distância. Sem pensar duas vezes, me aproximei, segurando seu rosto com firmeza antes de pressionar meus lábios contra os dela. O beijo começou urgente, faminto. Minhas mãos deslizaram por seu corpo, puxando-a para mais perto enquanto eu sentia seu calor se fundir ao meu. Ela se entregou a mim sem resistência, suas unhas cravando em meus ombros enquanto nos movíamos na direção da mesa do meu escritório. Com um movimento ágil, a ergui e a sentei sobre a superfície de madeira, me posicionando entre suas pernas, aprofundando o beijo até que ambos estivéssemos ofegantes. Afastei-me apenas o suficiente para olhar em seus olhos. —Eu sinto muito por ter estado tão distante, Mila.— sussurrei contra seus lábios, minha voz carregada de arrep
Lorenzo Ricci O vento suave do mar tocava nossos rostos enquanto eu vestia o roupão e entregava o outro para Camila. Ela o pegou em silêncio, mas seus olhos diziam tanto. Ajudei-a a vestir-se e, em seguida, peguei a bandeja com o vinho e os morangos mergulhados em fondue de chocolate. A varanda iluminada pela luz suave da lua criava um cenário perfeito, ou pelo menos deveria ser. Enchi duas taças de vinho e estendi uma para ela. Camila sorriu de leve, mas balançou a cabeça. — Não estou bebendo nada com álcool no momento — disse, sua voz baixa, quase um sussurro. — Mas você sempre gostou de vinho. Está tudo bem? — perguntei, sem esconder minha preocupação. Ela desviou o olhar para o mar. — Eu só não quero beber, Lorenzo. Amanhã tem o aniversário do Ares, e quero estar bem pela manhã, sem dores de cabeça ou ressaca. Havia algo por trás dessas palavras. Uma tensão sutil, um segredo talvez. Mas eu decidi não pressioná-la. Parte de mim temia que eu já não reconhecesse minha pr
Camila Duarte O telefone tocou e o som estridente ecoou pelo quarto silencioso. Atendi rapidamente, sem imaginar o que estava por vir. — Camila? — a voz de Ester tremia do outro lado da linha. — Aconteceu algo... A Aurora caiu da escada. Estamos no hospital. Eu sinto muito, mas preciso que venham até aqui. O chão pareceu sumir sob meus pés. O ar ficou pesado, e o pânico tomou conta de mim. — O quê? Como assim? — minha voz falhou. — Aurora... no hospital? Lorenzo apareceu no quarto, alarmado pela expressão devastada em meu rosto. — O que aconteceu? — perguntou, aproximando-se. — É a Aurora... ela caiu da escada. Está no hospital — murmurei, com as mãos trêmulas. Lorenzo não hesitou. Correu e vestiu-se às pressas e me ajudou a fazer o mesmo. Em poucos minutos, estávamos no carro. Apesar do desespero evidente, eu assumi o volante. — Camila, eu posso dirigir — sugeriu Lorenzo, mas neguei com a cabeça. — Eu preciso, você bebeu e... preciso fazer algo. Não posso ficar parada —
Camila Duarte Saí do banheiro tentando me recompor, mas o olhar preocupado de Ester me fez entender que ela havia notado algo estranho. Engoli em seco, forçando um sorriso para disfarçar. — Camila, você está bem? — ela perguntou, franzindo a testa. — Sim, só preciso de um momento. É muita coisa de uma vez — respondi, desviando o olhar. Ester hesitou por um instante, mas antes que pudesse insistir, seu celular tocou. O som abrupto fez com que ela se sobressaltasse. Pegou o aparelho rapidamente e atendeu. — Sim? — Sua expressão mudou quase que instantaneamente. Seu corpo ficou rígido, e seus olhos se arregalaram levemente. — Tem certeza? Você viu isso acontecer? — Ela ficou em silêncio por alguns segundos, ouvindo atentamente. — Tudo bem. Obrigada por me avisar. Assim que desligou a chamada, virou-se para mim com um olhar que misturava choque e hesitação. Meu coração acelerou. — O que foi? — perguntei, sentindo a ansiedade crescer. Ester respirou fundo e segurou meu braço
Anny CeliKQuando acordei naquele hospital, o rosto dele foi a primeira coisa que vi. Miguel Ylmaz. Tão perfeito e imponente quanto um deus grego, com olhos profundos que pareciam ler minha alma. Ele segurava minha mão, mas seu toque era frio. Não parecia o toque de alguém que amava, mas eu não sabia disso na época. Naquele momento, acreditei que ele era meu tudo.— Sou seu noivo, Anny. Você sofreu um acidente, mas vai ficar bem. — Suas palavras soaram gentis, mas vazias, como se fossem ensaiadas.Eu não percebi. Minha memória havia sido apagada pelo impacto do acidente, e a ideia de que esse homem era meu noivo parecia perfeita demais para questionar.O casamento veio rápido, quase como uma formalidade. Eu mal conhecia minha nova vida, mas estava cega pela ideia de amor. Miguel, o homem mais poderoso da Turquia, estava se casando comigo. Era uma história digna de um conto de fadas, ou assim pensei. Na verdade, era uma tragédia em formação.Durante a cerimônia, ele não sorriu. Sua mão
Miguel Ylmaz AksoyDiana havia chegado de Paris naquela tarde e me visitou após quatro anos, após ela ter se casado, decidi me casar com Anny, apesar de nunca sentir nenhum tipo de amor por ela.Anny apareceu no meu trabalho no começo da tarde e pediu o divórcio, ao me ver com Diana, era o que eu sempre esperava, toda minha indiferença diante dela, só a fazia continuar tentando se aproximar de mim, até hoje, ela pedir o divórcio.Levei a Diana para minha casa, ela ficaria hospedada lá por um tempo, finalmente eu teria uma chance de estar ao lado da mulher que amei por muito tempo, e a conheço desde a minha infância, deixei Diana no quarto de hóspedes e fui até o meu quarto, tomei um banho e depois desci, foi então que todo caos começou.Eu nunca achei que uma noite pudesse explodir em tamanha confusão, mas ali estava eu, segurando Diana no chão da sala. Ela soluçava, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto eu a ajudava a se levantar. Meu coração disparava, uma mistura de raiva e preoc
Anny CelikCheguei em casa com o coração apertado e uma sensação de vazio tão grande que parecia me engolir. Cada canto daquela mansão gritava o desprezo de Miguel, e ainda assim, ela havia sido o único lar que conheci nos últimos anos. Meu lar, e ainda assim nunca foi realmente meu.Subi para o quarto, respirando fundo, tentando não desabar. Quando entrei, senti um nó na garganta ao olhar para a cama onde tantas noites chorei em silêncio. Respirei fundo, abri o armário e comecei a tirar minhas roupas. Coloquei peça por peça nas malas, com mãos trêmulas.Eu queria ser forte, mas quando vi meu vestido de noiva pendurado lá, como um lembrete cruel de tudo que perdi, minhas forças me abandonaram. Minhas pernas cederam, e eu caí de joelhos no chão, segurando o vestido com tanta força que os dedos doíam. As lágrimas vieram sem controle, uma torrente que eu não conseguia parar.— Por quê? — sussurrei, minha voz ecoando pelo quarto vazio. — Por que ele nunca me amou?Mas eu não tinha respost
Miguel Yılmaz Aksoy Eu não estava esperando visitas naquela manhã. Eu tinha acabado de me sentar no escritório, revisando documentos sobre as clínicas que a rede de hospitais planejava adquirir, quando ouvi a campainha soar. Antes que o mordomo pudesse atender, eu mesmo me levantei, intrigado. Quando fui até a porta, encontrei Marc. Meu sobrinho, que crescemos juntos como irmãos. Vestido em um terno impecável, carregava aquele sorriso confiante que sempre o acompanhava. Ele estava com uma mala ao lado, claramente vindo direto do aeroporto. — Marc? O que faz aqui tão cedo?— perguntei, surpreso, mas genuinamente feliz.. — Cheguei mais cedo para o Natal! — respondeu ele, abraçando-me brevemente. — E tenho boas notícias. Mas antes de tudo... onde está Anny? O nome dela foi como um soco. Meu sorriso vacilou por um instante, mas recuperei a compostura rapidamente. — Ela deve estar no quarto. Vou chamá-la.— Não era mentira, mas a situação era bem mais complicada do que ele imagina