Camila Duarte O vento frio da manhã me envolveu quando saí do hotel ao lado de Ester. Meu corpo ainda estava tenso, a adrenalina do encontro com Tom ainda correndo em minhas veias. Eu sabia que o que eu estava fazendo era perigoso, mas não havia outro caminho. Foi quando vi o carro preto estacionado bem na frente. Minha respiração travou por um segundo. Antes que eu pudesse reagir, a porta se abriu, e Lorenzo saiu, seu olhar cravado em mim com uma intensidade que fez meu coração ficar acelerado. — Fugindo de mim tão cedo? — Sua voz era baixa, perigosa.O que era um traço de sua personalidade. Meu peito se apertou. O jeito como ele estava parado ali, as mãos nos bolsos, o terno alinhado, mas com a postura rígida… Ele estava puto. E quando Lorenzo ficava assim, ninguém saía ileso. Virei-me para Ester, minha voz saindo firme. — Ester, foi você quem falou a ele onde estávamos? Ela arregalou os olhos, balançando a cabeça com pressa. — Eu não disse nada, Camila, juro! Antes q
Lorenzo Ricci O silêncio dentro do carro era pesado. Minhas mãos apertavam o volante com força enquanto eu dirigia em direção à mansão. Camila estava ao meu lado, com os braços cruzados e o olhar fixo na estrada, fingindo uma serenidade que eu sabia que ela não sentia. Eu ainda podia sentir o gosto daquela provocação dela queimando na minha pele. "Você fica fofo com ciúmes." M*****a. Ela sabia exatamente como me tirar do sério. Sabia quais botões apertar para atiçar o inferno dentro de mim. A noite anterior ainda pulsava na minha mente.Por qual motivo ela tinha ido atrás do Tom? Meu instinto gritava para eu arrancar cada detalhe daquela conversa, mas eu me segurava. Não agora. Não com meus pais em casa. Quando chegamos, o portão se abriu automaticamente, e estacionei o carro na entrada. Antes mesmo que eu pudesse dizer algo, uma das empregadas surgiu na porta, avisando que meus pais estavam à nossa espera no jardim para o café da manhã. Ótimo. Mais uma distração antes de te
Lorenzo Ricci Camila me encarava com os olhos faiscando de raiva, o tapa ainda ardendo em minha pele, mas a dor era nada comparada ao que estava dentro de mim. O medo. A insegurança. A sensação de que, a qualquer momento, eu poderia perdê-la. Engoli em seco e soltei um longo suspiro antes de dar um passo à frente. — Me perdoa. Ela piscou, surpresa, e sua expressão se fechou rapidamente. — Pelo quê? — Pelo que eu disse. Pela forma como agi. Pelo meu ciúme doentio. — Passei uma mão pelo cabelo, tentando conter a frustração. — Eu só… Eu fiquei fora de mim ao saber que você foi atrás do Tom. Eu odeio essa sensação de não ter controle sobre você. Camila cruzou os braços, sua postura defensiva. — Eu não sou alguém que pode ser controlada, Lorenzo. Soltei um riso fraco, sem humor. — Eu sei. E talvez seja por isso que estou completamente apaixonado por você a cada segundo que passa desde que a vi pela primeira vez. As palavras escaparam antes que eu pudesse filtr
Camila Duarte A água quente escorria pelos nossos corpos, mas o calor que queimava minha pele vinha dele. Das mãos grandes e possessivas que deslizavam pela minha cintura, da boca que explorava minha pele molhada, da forma como Lorenzo me olhava, como se eu fosse dele. Como se ele estivesse se perdendo e se encontrando ao mesmo tempo. Eu me sentia viva. — Camila… — Ele sussurrou contra meu pescoço, sua voz rouca, carregada de desejo. Seus dedos pressionaram minha pele, traçando um caminho lento e torturante pelas minhas coxas. Eu arfava, minha respiração entrecortada pela expectativa, pelo prazer que se acumulava dentro de mim como uma tempestade prestes a explodir. Lorenzo ergueu meu corpo com facilidade, me encaixando contra ele. Minhas pernas se prenderam ao redor de sua cintura, e eu gemi quando ele me tomou por completo. Foi intenso. Bruto. Delicioso. Eu cravei as unhas em suas costas enquanto ele me pressionava contra o azulejo frio, o contraste com o calor d
Camila Duarte A caminho da consulta, Lorenzo segurava minha mão com firmeza enquanto dirigia. O silêncio entre nós era confortável, pontuado apenas pelo som suave da música que tocava no som do carro. Eu sentia a tensão sutil nele, mas tentei focar na alegria do momento. Hoje, finalmente, saberíamos o sexo do nosso bebê. Ainda era surreal pensar nisso. Ao chegarmos à clínica, Lorenzo me ajudou a sair do carro e entrelaçou os dedos nos meus. Assim que entramos na recepção, nossos nomes foram chamados, e seguimos para a sala do obstetra. Assim que nos acomodamos, a porta se abriu novamente, revelando Anny e Miguel. — Sério? — perguntei, rindo surpresa. — Vocês vieram mesmo? — É claro! — Anny exclamou, animada. — Não podíamos perder esse momento por nada! Lorenzo sorriu ao ver os pais e os abraçou brevemente. Fiquei emocionada. O amor e o apoio deles eram palpáveis, algo que eu nunca tinha experimentado de verdade antes de Lorenzo entrar na minha vida, já que os pais que eu a
Camila Duarte O silêncio pairava no quarto enquanto eu fitava Lorenzo. Seu olhar era firme, determinado, mas havia uma sombra de preocupação por trás da fúria que o consumia. Eu sabia que essa vingança era algo que ele planejava há anos, e agora ele me dava a escolha de fazer parte disso. Respirei fundo e encontrei minha própria determinação. — Eu aceito, Lorenzo. Eu quero que você faça isso. Mas antes, eu preciso vê-lo. Preciso olhar nos olhos do homem que matou minha mãe antes que ele pague por tudo o que fez. Lorenzo assentiu lentamente, seu olhar se tornando ainda mais sombrio. — Você terá essa chance. Eu vou garantir que você esteja diante dele antes do fim. No dia seguinte, eu entrei na mansão do meu pai biológico. Mônica, Verônica, Nagela e Regiane haviam conseguido nos infiltrar sem levantar suspeitas. Regiane, que assumira o papel de governanta, me guiava pelos corredores luxuosos, mas frios. — Venha por aqui. — sussurrou ela, com sua postura impecável. Cada pa
Camila Duarte A água quente da banheira envolvia meu corpo, proporcionando um raro momento de alívio. Fechei os olhos e deixei a tensão se dissolver por alguns instantes, mas minha mente não conseguia desligar. Ainda havia muito a ser resolvido, muitas incertezas pairando no ar. Foi então que senti sua presença antes mesmo de vê-lo. Lorenzo entrou no banheiro silenciosamente e, sem dizer nada, se posicionou atrás de mim. Suas mãos firmes pousaram em meus ombros, iniciando uma massagem que fez meu corpo relaxar de imediato. — Não precisa se preocupar com nada — sua voz grave e reconfortante ecoou pelo ambiente. — Agora tudo ficará bem. Eu fiz um acordo com a Cia. Assim, eles não se envolvem com minha máfia aqui na Itália, e o Will não será mais um problema para nós. Abri os olhos e virei levemente o rosto para olhá-lo. A expressão séria e determinada de Lorenzo me dizia que ele havia tomado todas as medidas necessárias para garantir nossa segurança. Meu peito se encheu de alívi
Camila Duarte Ricci Ao chegar ao hospital, meu coração batia descompassado. Cada passo pelos corredores friamente iluminados aumentava minha ansiedade. Quando finalmente alcancei o quarto, encontrei Lorenzo sentado ao lado de Amber, que parecia dormir serenamente. Ao me ver, ele demonstrou surpresa. — É melhor você ir para casa; deve estar exausto — sugeri, tentando manter a calma. — Camila, precisamos conversar! — ele respondeu, a tensão evidente em sua voz. — Não se preocupe, ficarei com ela esta noite e amanhã conversamos. Agora vá para casa e descanse; você está com uma aparência péssima. — Camila, você não precisa ficar. — Ela pode ter sido seu amor, mas eu tenho um laço muito maior com ela. É a única pessoa da minha família biológica que está viva. Agora vá para casa e, amanhã, leve nossas filhas para a escola; elas estão sentindo sua falta. Lorenzo hesitou, mas acabou se levantando. Quando estava prestes a sair, chamei: — Espere! Ele parou na frente da porta,