Capítulo 2
— Vanessa? — Rafaela acenou a mão na frente dela, piscando os olhos inocentemente. — Você realmente está bem? Quer que eu ligue para Igor e pergunte se você pode ir para casa hoje à noite? Eu cuido das coisas da empresa para você.

A jovem à sua frente continuava com uma expressão inocente e inofensiva.

Vanessa cravou as unhas na carne, contendo as emoções. Ela forçou um sorriso leve e disse:

— Estou bem, pode sair.

Nesse momento, rasgar a máscara e brigar com a Rafaela só a faria virar piada.

— Ah, tudo bem. — Rafaela riu, tentando segurar a mão dela novamente, mas Vanessa discretamente evitou o contato.

O Grupo Ribeiro Imóveis estava em decadência há anos, mas desde que Vanessa se casou com Igor, em três anos, sob sua gestão, a empresa subiu de uma posição insignificante para se tornar uma das principais na cidade D.

Nesse mês, ainda fecharam uma parceria com o Grupo Barbosa, e o futuro parecia promissor.

Vanessa saiu do banheiro e a festa de comemoração já havia começado.

Ela ainda estava vestida com seu terno de trabalho, com uma aparência simples e antiquada. Ao entrar no salão da festa, ninguém sequer notou sua presença.

Na frente, uma multidão cercava um homem bonito, vestido com um terno branco, falando com entusiasmo. Era seu marido, Igor.

Diferente das outras vezes, Vanessa não se aproximou. Pegou uma taça de vinho e se sentou num canto.

Quando Igor e Rafaela começaram a ficar juntos?

Até onde eles haviam chegado às escondidas?

Será que ele realmente se apaixonou por Rafaela ou só a desprezava porque ela não podia dar um filho para a família Ribeiro?

Milhares de pensamentos inundavam a mente de Vanessa, e ela, sem perceber, já tinha bebido várias taças de bebidas alcoólicas, ficando cada vez mais bêbada.

Com o estômago revirado, Vanessa se levantou, decidida a sair para tomar um ar.

Passando pela multidão, o corredor lá fora estava silencioso.

Ela abriu a janela, sentindo que o vento não era frio o suficiente. Tirou os sapatos de salto alto, se apoiou no parapeito da janela e subiu. O ar frio embaçou seus óculos, que ela tirou e jogou de lado. Mas, assim que se sentou no parapeito, sentiu um aperto na cintura e foi puxada para um abraço.

— Ah!

Vanessa ficou instantaneamente sóbria de susto, caindo para trás em um abraço quente. Ao levantar os olhos, encontrou um par de olhos negros e frios.

— Sr. Bryan...?

Vanessa estreitou os olhos para enxergar melhor o homem à sua frente e, ao reconhecer ele, rapidamente se recompôs, empurrando-o com força.

O homem, vestindo um terno preto sob medida, tinha uma expressão indiferente. A mandíbula, era afiada, parecia ter sido esculpida, estava tenso. Ao ver a reação de Vanessa, ele soltou sua cintura e deu uma olhada rápida em seu rosto, mantendo a expressão fria e calma.

— Sra. Vanessa.

Depois dessa confusão, Vanessa ficou bem mais sóbria, percebendo que Bryan Barbosa provavelmente tinha entendido errado. Ela explicou imediatamente:

— Eu só queria tomar um pouco de ar, Sr. Bryan, não entenda mal.

Os dois não tiveram muito contato durante o projeto, mas Vanessa conhecia muito bem os métodos e o estilo de trabalho do grande chefe à sua frente.

— É mesmo? — O homem colocou uma mão no bolso, olhando para o rosto dela. Após dois segundos de breve análise, ele desviou o olhar. — Achei que a Sra. Vanessa não quisesse mais assumir o projeto, estava fugindo na última hora.

O rosto de Vanessa ficou levemente ruborizado com o comentário dele, mas ela ainda manteve um sorriso.

— O Sr. Bryan está brincando.

Logo após, uma rajada de vento frio soprou, e Vanessa percebeu que estava descalça no chão, sem saber onde tinha deixado os óculos.

Ela tinha um pouco de miopia, e o corredor estava escuro. Sozinha, não conseguiria encontrar os óculos.

Bryan olhou fixamente para a mulher à sua frente.

Quantos anos haviam se passado?

Desde que começou a namorar Igor, parecia que ela também tinha perdido seu brilho.
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