Bryan estava com uma expressão séria, não parecia ter a menor intenção de brincar sobre o assunto.

Vanessa ficou parada, com o rosto queimando de vergonha e embaraço.

Ontem, foi ela que o seduziu. Ela pensou que para um homem como Bryan, dormir com uma mulher era uma coisa comum e sem importância, mas o que foi que ele acabou de dizer? Primeira vez...?

Bryan olhava para a mulher à sua frente, que estava de cabeça baixa, perdida em pensamentos. Ela ainda estava vestindo a camisa dele, com a clavícula à mostra, marcada por chupões. As lembranças da noite passada voltaram à tona, ele desviou o olhar, com a expressão um pouco sombria.

— Te dou uma semana. — Bryan se levantou, sua voz era calma, mas incontestável. — Daqui uma semana, quero ver os papéis do seu divórcio.

Algumas horas depois, Vanessa estava sentada no banco de trás do carro particular, enquanto o motorista dirigia na frente.

A ressaca ainda fazia sua cabeça doer um pouco. Ela apertou as têmporas, lembrando do que Bryan tinha dito sobre o divórcio, parecia um sonho, algo irreal.

Que absurdo. Em uma única noite, ela tinha visto o marido traindo-a com a sua secretária, ido ao bar para afogar as mágoas e acidentalmente dormido com um parceiro de negócios, e agora esse homem estava exigindo que ela se divorciasse?

Mas Vanessa ficou séria. Mesmo se Bryan não tivesse mencionado, ela já estava decidida a se divorciar.

Igor a traiu, a fez ela passar por essa humilhação na cara dura. Se continuasse tolerando isso, o que ela seria?

Divórcio, claro que ela queria.

Mas não podia simplesmente se separar tão facilmente. Antes de ir embora, ela precisava fazer esses dois pagarem pelo que fizeram...

...

O motorista deixou Vanessa diretamente na área residencial no norte da cidade.

Foi ali que Igor comprou uma casa depois que Vanessa fechou um grande negócio há dois anos, e toda a família Ribeiro se mudou para lá após a reforma.

Vanessa parou na porta, ajeitou o cabelo e só então entrou.

— Ai, senhora, ainda bem que você voltou! — Assim que Vanessa abriu a porta, Ana, a empregada exclamou, com uma voz exagerada, quase gritando para que todos na casa ouvissem. — A senhora passou a noite fora e a gente ficou super preocupado!

Vanessa, com uma expressão fria, trocou de sapatos e entrou na casa.

— Vanessa, onde você esteve ontem à noite? — Igor correu até ela assim que a viu. — Te liguei a noite inteira e você não atendeu, fiquei muito preocupado...

Vanessa estava um pouco pálida. Ela se esforçou para não pensar na cena nojenta que flagrou ontem à noite entre ele e Rafaela, e sorriu com a mesma ternura de sempre.

— Estou bem. Ontem estava tarde e não te vi, então fui para a casa da Michele.

— Mas eu vi a Michele postando no Instagram ontem à noite que estava viajando a trabalho. Cunhada, por que você está mentindo?

A irmã de Igor, Esther Ribeiro, estava sentada no sofá, comendo morangos e rindo, claramente gostando da situação.

Ao ouvir isso, a mãe do Igor, Nanda Duarte, também mudou de expressão e comentou sarcástica:

— Filho, você precisa tomar cuidado. Galinha que não bota ovo costuma pular a cerca.

Aquelas palavras eram extremamente ofensivas.

Vanessa ficou ainda mais pálida, apertando as mãos sem responder.

Ela sempre soube que a Nanda não gostava dela.

Ao se casar, a desprezaram por ela vir de uma família comum. Depois do casamento, ao saber que ela não podia ter filhos, passaram a zombar dela, dizendo as coisas mais cruéis.

— Mãe! — Igor abraçou Vanessa, com um semblante sério. — Por favor, não fale assim. Ontem, na festa da empresa, a Vanessa me ajudou a atender os clientes, é normal ela ter bebido demais. Eu confio nela!

Depois de falar, ele abaixou a cabeça e olhou para Vanessa com um olhar reconfortante.

Se não fosse pelas coisas que havia descoberto na noite passada, Vanessa quase teria se emocionado novamente. Que marido bom, carinhoso e atencioso ele parecia ser.

Mas ao pensar em quantas vezes ele havia traído ela com Rafaela, uma onda de nojo subiu em seu peito.

Vanessa o afastou com a mão e disse indiferente:

— Estou me sentindo um pouco mal, vou subir.

— Mano, a roupa da cunhada é muito cara, hein? Quando você comprou isso pra ela? Eu também quero uma!

— Filho, para que você quer uma esposa assim? Talvez ela já tenha um amante lá fora!

Nanda e Esther continuavam a zombar e fazer piadas, ora sarcásticas, ora debochadas.

Igor ficou parado no começo da escada, olhando Vanessa subir, com uma expressão pensativa.

Ele sentia que havia algo diferente nela. Será que ela descobriu alguma coisa ontem?

Assim que Vanessa subiu, fechou a porta do quarto e se encostou na parede, com o peito arfando e os olhos vermelhos.

O que ela tinha feito nos últimos três anos?