— Acho que foi no começo do mês. Lembro que naquele dia caiu um pouco de neve e estava ventando muito.O olhar de Vanessa se estreitou levemente enquanto encarava Bryan.Bryan permaneceu impassível, respondendo calmamente:— Michele foi até a família Ribeiro procurar quem, você viu?Ronaldo balançou a cabeça:— Quando eu vi, a diretora Michele já tinha entrado no carro.— Naquele dia, você viu a Esther?— Não. A Sra. Nanda disse que ela não estava em casa. Mas, para ser honesto, ela costuma dizer isso para evitar que eu encontre a Esther, então não tenho certeza.O coração de Vanessa ficou de repente um pouco inquieto.Uma mão grande cobriu a dela de lado, apertando seus dedos gelados na escuridão.A noite chegou.Vanessa se encostava na cabeceira da cama, olhando para a tela de bate-papo no celular. Depois de hesitar por alguns instantes, decidiu ligar para Michele.— Alô? Sou eu.— Eu já sei que é você. O que foi? Por que ainda está acordada a essa hora?— Michele, tem uma coisa que
Atrás do computador, Vanessa saiu da tela de notícias, com um tom de voz complexo.— A situação realmente tomou proporções grandes. Se as gravações, vídeos e capturas de tela de transações expostas pelo Entretenimento VT forem confirmadas como verdadeiras...Vanessa não continuou a frase.— Com certeza são verdadeiras, caso contrário, como explicamos o fato de que a diretora Rafaela e Esther teriam denunciado o Entretenimento VT por difamação? Esse tipo de coisa não pode ser tratado como brincadeira, e a polícia já está envolvida, não é? Elas estão colhendo o que plantaram.Vanessa, embora não tenha se juntado àqueles que chutam alguém caído, concordou com as palavras de Annie.“Quem faz o mal, recebe o mal.”, Vanessa pensou no seu coração.Rafaela, que escolheu o caminho errado, e Esther, que depois de ser enganada ainda se uniu àqueles que praticaram maldades. Elas já haviam causado sofrimento a inúmeras garotas, com o que foi exposto, se elas fossem detidas ou presas, seria justo.M
— Bryan!Vanessa olhou incrédula para o sangue que jorrava diante dela, sua mente ficou completamente vazia. O sangue escorria de sua mão, pingando no chão.Bryan tocou seu rosto e disse, com a voz rouca e baixa:— Não entre em pânico, está tudo bem.Ele se virou, com a mão pressionando sua barriga ainda sangrando.Nanda tremia e, com um estrondo, a faca caiu no chão.— Não fui eu, foi você quem se jogou contra a faca!Bryan olhou para ela com um olhar gelado, dizendo:— Você deveria se considerar sortuda por essa faca não ter ido parar no corpo da Vanessa. Caso contrário, eu faria você e toda a família Ribeiro pagarem um preço cem vezes maior.Bryan começou a caminhar em direção a ela, o sangue escorria pelos dedos, pingando no chão em um espetáculo horrível.— Não se aproxime. — Nanda recuou apressada, tremendo de medo.— Volte e diga à sua filha que ela destruiu sua própria honra. Se ela quiser acabar como Rafaela, presa, eu ficarei feliz em levar ela até lá. — Bryan fez uma pausa,
— E Esther?— Ela? Depende se você vai denunciar ela.Esther, afinal, também foi uma das vítimas, mas desde o momento em que ela planejou e armou contra Vanessa, ela deixou de ser vítima e passou a ser cúmplice. O grau de sua culpa estava completamente nas mãos de Vanessa.Vanessa não se importou.— Deixe para lá, me deixa ver seus ferimentos.Ela não tinha tempo para se preocupar com os problemas da família Ribeiro naquele momento. O destino da família Ribeiro não era de seu interesse. Sua mente ainda estava cheia da cena de Bryan saindo correndo do escritório.Bryan estava de lado, abotoando sua camisa.— O que tem de mais? Não é nada.Antes que pudesse terminar a frase, Vanessa o agarrou.— Me deixe ver.Sem dar explicações, ela puxou sua mão e começou a desabotoar a camisa que ele havia começado a abotoar.Nesse momento, a porta se abriu de repente.— Bryan!— Cunhado!As vozes de Caio e Helen vieram simultaneamente da porta.Caio e Helen estavam na porta, olhando para as duas pess
— Ela não toma nenhum medicamento crônico normalmente?— Minha mãe tem pressão alta, então ela toma remédio para pressão regularmente. Ultimamente, ela tem reclamado de problemas para dormir, então tem tomado alguns sedativos de venda livre.— Você trouxe? Me deixe ver.— Minha mãe deve ter trazido na bolsa dela.Igor mexeu na bolsa que Nanda carregava e, de fato, encontrou alguns frascos de remédio.O médico despejou algumas cápsulas na mão, observou por um instante sem chegar a nenhuma conclusão e as entregou diretamente à enfermeira.— Leve isso ao laboratório para análise.— Doutor, o que está acontecendo com a minha mãe?— Com todo o respeito, é possível que a paciente tenha consumido por um longo período medicamentos que prejudicam os rins. Ainda bem que vocês a trouxeram a tempo, porque, se a situação continuasse se agravando, poderia ser muito grave.— Isso não pode ser! Os remédios para pressão são receitados no hospital, e os sedativos...De repente, Igor ficou paralisado, co
Vanessa ficou parada por um instante, os olhos instantaneamente tomados pelo espanto.Igor rangeu os dentes e disse:– Embora eu saiba que estou sendo muito inconveniente, no momento eu realmente não sei em quem mais confiar. Vanessa, você poderia cuidar da minha mãe por um tempo?Ao ouvir isso, Vanessa franziu levemente a testa.– A família Ribeiro está um caos agora. Se souberem que minha mãe adoeceu, aqueles parentes, cada um com segundas intenções, vão aparecer enquanto eu não estiver. Esther está fora de si, não tem ninguém em casa, e a delegacia está exigindo que eu coopere com a investigação...Igor começou a despejar, de forma confusa, todos os problemas que enfrentava, já à beira do colapso.– E então? Com que direito você pede isso para a Vanessa? — Uma voz fria ecoou atrás de Vanessa.Os olhos gelados de Bryan se ergueram ligeiramente, se fixando em Igor sem piscar. Sua presença opressora carregava uma dose inegável de sarcasmo.– Devoção cega à mãe, excesso de indulgência c
— Quem está ansiosa? — O rosto de Vanessa queimava intensamente. — Vou entrar para dar uma olhada. Fique aqui sozinho.Igor deu algumas instruções para Nanda, agradeceu incontáveis vezes a Vanessa e Bryan, depois saiu apressado.Olhando para Nanda, deitada na cama sem poder se mover, Vanessa apertou o olhar e trouxe um copo d'água para ela. Igor, afinal, sempre foi um filho mimado desde pequeno. Mesmo depois de tanto tempo conversando, nem percebeu que a boca da própria mãe estava ressecada ao ponto de rachar e nem sequer ofereceu água a ela.— Beba devagar. Vou pegar mais um copo.— Não precisa, já é suficiente.— Está bem, então descanse. Se precisar de algo, é só me chamar.Vanessa se sentou, colocou um copo de água na mesa de centro e olhou para Bryan, que estava sentado em frente, folheando uma revista. Seu rosto parecia uma pintura, ele permanecia frio e indiferente como sempre.Encostada no travesseiro, Nanda observava os dois e se perdia em seus pensamentos.— Vanessa. — A voz
O outono já tinha começado na cidade D, o ar estava esfriando aos poucos.Vanessa Fonseca estava encostada na porta do banheiro, com os olhos fixos na tela do celular, onde estava aberto o perfil de seu marido, Igor Ribeiro. Ao lado dele, o rosto de uma mulher estava coberto por um mosaico perfeito, mas dava para ver a tatuagem de rosa no ombro dela.Nesse momento, ela ouviu o barulho da torneira sendo aberta e vozes baixas de fofoca de algumas funcionárias do lado de fora:— Você viu que a Sra. Vanessa vive ocupada, nunca se arruma. Será que ela não tem medo de que o presidente faça coisa errada por aí?— Pois é, eles já estão casados há quase três anos, mas nada de terem um filho.— Ouvi dizer que a Sra. Vanessa não pode ter filhos...As risadas se dissiparam e o ambiente ficou silencioso novamente.Vanessa, com o rosto pálido, abriu a porta. No espelho em frente, ela viu sua própria imagem: um conjunto formal e antiquado, maquiagem discreta, cabelo longo preso em um coque, e um par