No quarto, Vanessa tocou a testa de Michele.— Por que está tão quente? Ela franziu as sobrancelhas com preocupação e foi pegar uma bolsa de gelo para colocar na testa de Michele. Provavelmente, o gelo estava muito frio, e Michele se mexeu desconfortavelmente.— Não se mexa, você está com febre, sabia? — Vanessa segurou o ombro dela. — Aqui está o remédio para febre, vai melhorar depois de tomar.Vanessa ajudou Michele a se sentar. Seus lábios estavam rachados, e sua voz saiu fraca, quase inaudível: — A água está muito quente.— Quente? Espere um pouco, vou pegar uma garrafa de água mineral.Assim que Vanessa saiu, Michele lutou para alcançar os remédios na cabeceira, embrulhou os comprimidos em um lenço de papel e os jogou no lixo.Quando Vanessa voltou, viu que os remédios haviam sumido e Michele já estava deitada novamente na cama.— Michele, você tomou o remédio?— Sim.Vanessa colocou a garrafa de água mineral que trazia em suas mãos. — Tomar o remédio vai ajudar, mas se a febr
Clara sorriu com uma expressão forçada. — Eu não estou falando mal dela sem motivo, você também viu a notícia anteontem. Ela se divorciou, mas continua mantendo uma relação ambígua com o ex-marido, e ouvi dizer que ela tem vários homens ao seu redor.— São coisas sem provas.— Sogra, veja isso, ainda acha que não há provas? — Clara deslizou o dedo na tela do celular e mostrou uma foto para a Sra. Barbosa. — Olhe isso, eu estava passeando ontem e vi isso por acaso. Em público, ela está se agarrando a um homem. Isso é aceitável?Na foto, Vanessa estava sendo puxada pelo braço por um homem enquanto conversavam na rua.— Quem é esse homem? — A Sra. Barbosa franziu a testa e perguntou.— É o advogado dela, ele a ajudou no caso de divórcio. Ele é relativamente conhecido na Cidade D. Dizem que ele e Vanessa são colegas de escola, se conhecem há muitos anos e sempre mantiveram contato.O olhar da Sra. Barbosa ficou muito mais sombrio.Com um estrondo, ela colocou a tesoura pesadamente na mesa
Vanessa carregava uma sacola de frutas. Embora Bryan tivesse dito anteriormente que não precisava levar nada, ela achou que chegar de mãos vazias não seria adequado, então decidiu comprar algumas frutas antecipadamente.Antes que Vanessa pudesse dizer algo, Bryan perguntou: — Onde está a vovó?As palavras de Clara ficaram sem resposta, e um leve constrangimento surgiu em seu rosto, mas parecia que ela já estava acostumada com esse jeito de Bryan, pois rapidamente voltou ao normal. — A vovó está no jardim da sala lateral. Ela pediu que você fosse ver ela assim que chegasse. Ela precisa falar com você.Bryan franziu a testa. — Vai lá. — Vanessa apertou a mão dele levemente.— Fique aqui um instante, eu volto já.— Tá bom.Depois que Bryan saiu, o mordomo se aproximou para ajudar Vanessa a segurar as coisas. — Srta. Vanessa, me deixe te ajudar.— Obrigada. — Vanessa entregou a sacola de frutas ao mordomo. — Me deixe ver. — Disse Clara, acenando com a mão para que o mordomo entreg
— Sra. Barbosa, você acabou de dizer que eu me divorciei e peguei o dinheiro da família Ribeiro?— Não é verdade?— É verdade. — Vanessa respondeu sem mudar a expressão. — Isso foi o que eu merecia.A Sra. Barbosa falou friamente:— Você merecia? Do ponto de vista legal, é verdade que você merecia, provou do que é bom, então acha que se casar com um homem rico e se divorciar uma vez é suficiente para encher os bolsos. De fato, Srta. Vanessa, com sua beleza, pode fazer esse tipo de negócio sem investimento. Só lucro, sem prejuízo.— Sra. Barbosa, suas palavras dão a entender que o casamento é um negócio.Clara, com as sobrancelhas franzidas, repreendeu: — Você não tem respeito? Como se atreve a falar assim com uma idosa?— Deixe ela falar. — A Sra. Barbosa levantou a mão.— A família Ribeiro estava quase falindo, nesses três anos eu fui o único pilar. O que eu levei foi a metade que deveria ser minha, isso não tem nada a ver com eu ter me casado ou não com a família Ribeiro. — Vanessa
O ar estava quase estagnado, e nenhum dos empregados da família Barbosa se atrevia a falar, todos na sala estavam em silêncio absoluto.Vanessa não sabia se a atmosfera na mansão da família Barbosa era sempre assim, mas, de qualquer forma, a situação atual foi causada por ela mesma, e ela se tornou o alvo de todos.Esse sentimento a fazia se sentir muito desconfortável.— Foi tudo culpa minha. Fui eu quem disse para perguntar tudo no primeiro encontro, por isso a situação ficou tão constrangedora. Bryan, se quiser culpar alguém, culpe a mim. Foi uma ideia minha. Peço desculpas à Srta. Vanessa. — Clara surpreendentemente tomou a iniciativa de amenizar a situação, tentando parecer a boa samaritana. — Srta. Vanessa, você não vai se aborrecer comigo, vai?— Claro que não. — Vanessa sorriu levemente.Fazer duas perguntas que não machucavam e nem feriam, ela também queria minimizar o problema, resolvendo tudo ali mesmo.A Sra. Barbosa provavelmente não queria que a situação se agravasse com
— Muito bom. — Vanessa pegou um pedaço de camarão com molho e colocou no prato de Bryan. — Experimente.Bryan deu uma mordida e disse: — De fato, está muito bom. Se gostar, coma mais um pouco.Sra. Barbosa e Clara ficaram atônitas ao verem isso.Vale lembrar que Bryan nunca comia comida servida por outras pessoas, nem mesmo com os talheres do serviço ele tocava, especialmente quando se tratava de comida, ele era bastante exigente. No entanto, diante de todos, ele comeu a comida que Vanessa ofereceu a ele com tanta naturalidade.Vanessa percebeu os olhares surpresos de todos na sala e, instintivamente, tocou o rosto. — O que houve? Tem algo no meu rosto?— Nada demais, coma mais um pouco. — A Sra. Barbosa voltou ao normal. Clara, como se tivesse lembrado de algo, ordenou ao mordomo: — Eu ainda tenho uma garrafa de vinho. Vá buscar. É raro a Srta. Vanessa estar aqui, então vamos provar.Pouco depois, o mordomo trouxe um vinho da adega.Era um Romanée-Conti de mais de dois milhões de
O tom de Bryan continuava o mesmo de sempre, mas o gesto de colocar comida no prato e o olhar fixo em Vanessa conferiram à sua frase um toque inesperado de carinho.O rosto de Vanessa corou, ela se defendeu:— Eu estive comendo o tempo todo.— Sim, comendo um prato de comida, que está quase vazio.O prato de camarões, que antes estava cheio, agora tinha um lado praticamente limpo, mostrando o fundo branco do prato.Vanessa, que costumava manter a compostura em público, estava na verdade bastante nervosa.Ela olhou para Bryan e disse:— Parece que sua avó não gosta muito de mim.— Eu gosto, isso é o que importa.— Hmm? — Vanessa achou que tinha ouvido errado. Essa parecia ser a primeira vez que Bryan usava a palavra “gostar” de maneira tão direta.Ela queria confirmar o que havia ouvido, mas Bryan simplesmente acrescentou duas costelinhas em seu prato e disse calmamente:— Agora que não há mais ninguém, coma bem.Vanessa, sem saber o que dizer, decidiu não insistir sobre se ele realment
— Não está amargo, beba mais um pouco.Vanessa abaixou a cabeça de imediato, fingindo não ouvir.Bryan sentiu que estava tentando acalmar uma criança.Depois de um longo momento sem ver ela levantar a cabeça, Bryan perguntou:— Você realmente não vai beber?A pessoa em seus braços balançou a cabeça. Mesmo estando completamente bêbada, Vanessa manteve uma atitude firme.— Eu tenho uma maneira de fazer com que não fique amargo. Quer tentar?— Hum? — Vanessa levantou a cabeça.Com os olhos enevoados pela bebida, ela mal conseguiu ver o homem à sua frente se inclinar para tomar um gole da sopa. Então ele a abraçou, e seus lábios macios se tocaram, trazendo consigo um leve sabor amargo de ervas, enquanto o caldo morno descia por sua garganta.— Hum... — Vanessa quis resistir, mas sentiu que toda a sua força havia desaparecido. Seus punhos fracos golpearam os ombros dele, apenas para cair logo em seguida.E assim, a tigela de sopa foi bebida até o fim.Bryan deu um beijo na testa dela, coloc