Flashback off
Sem me aperceber eu adormeci.
— Theo! - falou uma voz no meu pescoço enquanto roçava o nariz.
— Theo! - falou novamente a voz que eu agora sabia que era do meu namorado, mas agora na minha orelha com uma mordida.
— Chace vai embora- falei e puxei a manta mais pra cima pra cobrir a cabeça toda.
— Não minha princesa, eu combinei de passar o dia contigo - falou quando tirou a manta da minha cara expondo toda luz.
— Não tenho vontade, quem deixou você entrar aqui? - Perguntei quando voltei a puxar a manta.
— Você está dormindo demais são 11h30.
Sério?
— E por favor nós vamos fazer dois anos de namoro eu acho que posso ver a minha namorada quando me apetecer. - falou e puxou toda manta de mim e atirou no chão.
— Chace vai embora, eu não estou bem - menti.
— Mas eu estou, é só juntar o útil ao agradável, vai Any.
—Você está sendo completamente desagradável. - Resmunguei quando levantei da cama e fui em direção ao banheiro.
...
— Se eu soubesse que era pra vir aqui eu ficaria em casa - falei quando entramos na pizzaria.
— Não importa o lugar, com a companhia.
— Claro. - falei sarcástica.
— Desculpa não ter pensado em tudo madame - falou e fez um gesto cavalheiro para eu me sentar.
— Devias, já que você me acordou para sair com você - falei quando sentei e ele fez um gesto pra pedir o menu, que em breves segundos chegou.
— Não se pensa em tudo de um dia para o outro Theo - falou enquanto lia o menu, eu quero uma pizza tropical e uma coca cola zero- falou e entregou o menu de volta.
— Se viesses mais cedo não terias de pensar de um dia para o outro, se viesses mais cedo muita coisa eu acredito, que muita coisa seria resolvida - falei, eu quero uma de chouriço e sumo de frutas - falei e entreguei o menu de volta.
— Não vamos falar sobre isso aqui Theo.
— Então vamos fazer quando?
— Aqui não Theo.
— Pois, mas quando, se nunca é o momento certo? Se nunca te apetece conversar? Se nunca estás bem disposto pra falar? se a vida e o universo inteiro só giram a voltado do que você acha, pensa, sente e quer, existe mais alguém que faça parte desse teu ciclo vicioso e ocioso Chace? - perguntei.
— Eu disse que não - vamos- falar sobre - isso – aqui. - falou pausadamente.
— Nós nunca vamos falar das suas viagens repentinas, do seu mau humor de sempre, da sua distância, das suas chamadas anônimas, das mensagens apagadas, dos murmúrios quando achas que eu não estou ouvindo e Deus sabe se lá o que mais fazes lá.
— Eu disse pra parar! - falou quando bateu a mão na mesa me assustando e chamando a atenção de todos ao nosso redor.
E eu sem hesitar levantei e fui em direção a saída. Fora do estabelecimento eu quase bati em alguém, mas essa pessoa foi mais rápida do que eu e me agarrou.
— Desculpa eu peço, imensa desculpa - falei rapidamente até olhar para aqueles lindos olhos novamente.
— Theo! grande surpresa te ver aqui... - Ele começou a falar, mas não terminou porque o Chace chegou.
— Any nós não terminamos oq... Ele também não terminou de falar quando me viu com o Bruno.
Ele olhou de maneira estranha para o Bruno, nem foi necessário ele dizer alguma coisa, para o saber o que ele se questionava.
—Ele é... É o Bruno - falei simplesmente
Isso não vai ser bom, nada bom.
— Sou o Bruno, Bruno Stuart amigo da Theoany- falou quando estendeu a mão para o Chace com um possível falso sorriso no rosto.
— Eu sou Chace Williams, o namorado - falou com o maior sorriso do mundo.
— Namorado? - perguntou o Bruno confuso.
— Ela não falou que tinha namorado? - perguntou e olhou pra mim e eu desviei o olhar.
— Não houve oportunidade. - o Bruno falou ainda perplexo.
— E quando é considerável a oportunidade certa para se dizer que se tem namorado?
— Acredito, que essa pergunta sequer devia ser dirigida a mim, mas... Imagino que não quando se está bêbada ou desmaiada no meu carro - falou o Bruno com aquele sorriso presunçoso.
— Bom isso não é anormal. - O Chace respondeu. — O anormal seria eu te agradecer por teres levado a minha namorada bêbada e inconsciente na sua casa.
— Porquê? O teu orgulho não permite? - O Bruno perguntou desafiador.
O Chace simplesmente olhou pra ele, sem falar nada.
— Não faço ideia do que você está falando.
— O teu ego também não te permite admitir que és um péssimo namorado? – o Bruno sorriu.
Eu também não entendia do que ele falava, eles não se conheciam, certo?
O Chace permaneceu silencioso, mas eu sabia que ele estava possivelmente fervendo.
— O gato comeu sua língua?
O Bruno perguntou e foi respondido por um soco no maxilar que o Chace deu, e o ele não deixou quieto ele fez o mesmo, e eu do nada estava a presenciar uma troca de socos na cara até que os seguranças da pizzaria os separaram.
— Você tá bem Bruno? - Perguntei quando fui até ele e vi que tinha um pequeno corte no lábio inferior.
— Sim, tudo bem - falou quando o Chace tentava vir em cima dele de novo.
— Não Chace chega! – gritei. — Vamos embora.
Por breves segundos ele nem pareceu dar a mínima ao que eu disse.
— Por favor, vamos- falei quando o abracei e descansei a cabeça no peito dele, mas em seguida o abraço foi correspondido e ele andava em direção ao carro dele, mas antes dele entrar ele olhou em direção onde o Bruno ainda estava agora com um Dakota perplexo a olhar pra ele e disse.
— Que isso não se torne um hábito. - E entrou no carro.
O Bruno riu e mordeu o lábio que sangrava.
— Veremos. – falou quando o Chace arrancou.
Porquê? - perguntei pra mim mesma depois minutos em silêncio enquanto íamos em direção a minha casa. Porquê que eles fizeram isso?
O Chace sempre teve esse ar possessivo e ciumento, sempre agiu como um troglodita tipo, mim Chace, tu Theo, Theo de Chace.Mas o Bruno, eu não entendia o porquê de ele agir assim eles nem se conhecem... depois do que foram prováveis dois minutos uma lâmpada pareceu se acender na minha cabeça.
Quando eu estava na casa do Bruno o Damon ligou pra mim, e eu reclamei que eles me abandonaram lá, e ele ouviu... é possível...que ele deduziu que eu estava falando com Chace, reclamando por ele ter me deixado lá.
Por isso é que ele disse que o Chace era um péssimo namorado.E sem me dar conta nós já estávamos na minha casa, mas ele não desceu do carro, ele permaneceu em silêncio, olhei pra ele, em comparação ao Bruno o Chace só teve um pequeno corte na sobrancelha esquerda, e depois do silêncio contínuo eu desci do carro e entrei na minha casa.
Hoje é domingo, a Lia e o Chris ainda devem estar na reunião, eles o dois fazem uma espécie de encontro com outras pessoas e contam os seus problemas de casais é algo como uma terapia, creio.
Sentei no sofá e massageei as têmporas com os braços apoiados nos joelhos.
Eu estava cansada.
O Chace entrou depois de minutos.
— Do que ele estava falando? - Perguntou com os braços cruzados quando fechou a porta atrás de si.
— O quê? - perguntei quando afundei no sofá.
— O seu amigo disse que eu era um péssimo namorado...ele nem me conhece, mas ele afirmou aquilo com tanta certeza. - Ele parecia triste quando falava. — Porque?
— Quando eu estava na casa dele o Dame ligou pra mim e eu reclamei com ele por terem me deixado na boate, e ele deduziu que eu estava falando com você. - falei e ele pareceu refletir.
— Espera... O Dame e a Weza estavam contigo e deixaram você lá? por isso é que você ficou bêbada e foste com aquele daí?
— O Dame e a Weza têm as suas próprias vidas, não eram obrigados a ficar lá comigo como se eu fosse uma criança.
— Eu não digo que eles não têm, mas o Damon é meu primo e a única coisa que eu lhe pedi pra fazer enquanto eu estava fora era pra cuidar de você, e nem isso ele soube fazer - falou quando se aproximou de mim.
— Eu não sou namorada do Damon, a Weza é, então ele tem que cuidar da Weza e não de mim. Ninguém é culpado se você nunca tá presente pra cumprir o seu papel Chace - falei e fechei os meus olhos.
— Eu não estava aqui, o Damon é o único que estuda no mesmo lugar que você, os meus irmãos trabalham, não têm tempo, eu só lhe pedi uma coisa. Se ele me dissesse que não podia eu ia voltar imediatamente.
— Mas o Damon não é obrigado Chace!
— Mas ele é a porra do meu primo! Se acontecesse alguma coisa? Se fosses estuprada? Se te espancassem? Se te nocauteassem? Isso tudo são possibilidades.
— Que não aconteceram Chace.
— Mas podiam ter acontecido, eu NÃO ESTAVA AQUI!
— Porquê que não estavas aqui mesmo? Podes dizer.
Ele parou de dar o chilique dele.
— Eu só...eu não posso dizer... - ele desviou o olhar do meu e eu comecei a rir, a rir bem alto, ele olhou pra mim visivelmente preocupado.
Porquê que eu estava a rir numa situação daquelas? eu estava a ficar louca... não. Eu estava cansada daquela merda toda.
Eu continuava afundada no sofá quando o Chace puxou uma cadeira e a colocou bem afrente de mim. Olhei pra ele durante muito tempo e senti que eu tinha que o fazer, agora, naquele momento, senti os meus olhos marejados só de pensar. — Você quer me dizer alguma coisa Theo, algo que te inquieta, eu posso ver isso, me diz o que é. — Sabe eu só... Eu só... Parei por alguns segundos, eu tinha que me controlar eu não podia desmoronar, ainda não. — Eu só... gostaria de não te amar tanto...Gostaria de não ter você tão profundamente dentro de mim, de não fazer de você prioridade na minha vida... Porque agora...agora vai ser muito difícil pra mim, agora eu vou chorar durante dias...agora eu vou ficar triste porque eu tenho um monte de sentimentos inexplicáveis por você, agora...depois de quase dois anos eu fiquei viciada em você e eu sei que é errado, mas não no que você é agora...no que você era, naquele Chace que eu falava sem medo de errar que me ama.
Hoje era dia de universidade, e embora eu não quisesse ir a lugar nenhum hoje, não podia ficar deitada na minha cama a pensar em acabar com o Chace porque eu já o fiz, inacreditavelmente, mas eu o fiz. E nem sei se foi realmente a coisa certa. Não deixei de o amar, nem de longe, quem me dera até que fosse assim, mas não é. As aulas foram péssimas, eu estava de muito mau humor, eu quis ficar em casa e fingir que estava doente, mas infelizmente isso não aconteceu, a minha maravilhosa irmã praticamente me arrastou até ao carro. Normalmente o Chris me dava boleia, mas logo hoje a Lia decidiu fazer isso. Quando andava em direção a saída vi a Weza e quando ela me viu não hesitou em me dar um abraço caloroso. — Como você está? - perguntou e me apercebi que ela já sabia do desfecho. — Quem contou a você? — O Chace ligou ao Dame e não estava nem um pouco feliz, eles brigaram por celular durante tecnicamente uma hora, ele ficou bem chateado
Quando eram 22h, voltei a subir ao meu quarto e ouvi músicas aleatórias para adormecer, no momento ouviaIdfcdoBlackbear. Me conte lindas mentirasOlhe nos meus olhosDiga que me amaMesmo que seja mentiraPorque eu tô pouco me fodendo, mesmoE você ficou fora a noite todaEu não sei onde você esteveVocê está gaguejando todas as palavrasNão está fazendo nenhum sentidoMas eu tô pouco me fodendo mesmo Porque eu tenho muitos sentimentos por vocêEu ajo como se não me importasseComo se eles nem existissemPorque eu tenho muitos s
— As coisas desmoronaram rápido demais. Eu pensei que estivéssemos bem... que estivesse tudo bem. Mas quando ele voltou de uma viagem que fez cm o irmão... algo já não estava bem. - falei pensativa. — Você acha que aconteceu alguma coisa lá onde eles estavam? — Eu não sei..., mas se tivesse acontecido não vejo o porquê de me ocultarem Bruno. O chace mudou, muito, houve tempos em que ele nem me deixava tocar nele. Oque que faz um homem não querer nem um toque da própria namorada? — Sinceramente... nem imagino. — Eu tentei conversar, dar tempo, eu estive sempre aí pra tudo, pra ele, mas ele não consegue nem me dizer o que o aflige. - falei triste. — Algumas pessoas só precisam de mais tempo, talvez ele seja uma dessas pessoas. — Pode ser, ninguém sabe mesmo. - Falei pensativa e cabisbaixa. — Theo você não precisa e nem deve ficar triste por isso, todos os relacionamentos tem dessas cenas, eu, por exemplo estava num relacionamento
— Esse bairro é tão calmo - Falou o Chris quando me ajudava a descer com a travessa do carro. — Pois, não mudou absolutamente nada aqui. - Falei quando a gente se dirigia até a porta, tocamos a campainha e em seguida ela foi aberta pela minha mãe. — Vocês chegaram tarde, isso era um almoço, não um lanche. – Começou logo com um sermão. — Senhora Simths, é um prazer vê-la- Falou o Chris ao cumprimentar a minha mãe, ela aceitou o cumprimento sorrindo e depois olhou pra mim. — Você não acha que este vestido é muito curto pra sua idade Theoany? — Eu estou bem obrigada mãe, é sempre maravilhoso ver você preocupada comigo. - Falei sarcástica. — Respeito menina! - Falou quando passei por ela e fui recebida por uma abraço caloroso das minhas sobrinhas, a Grace e Kim. — Tiaaaaaa! - gritaram. — Heiiiiii, - Falei quando me baixei e retribuí na mesma intensidade, e depois elas foram saudar o Chris e a Lia. Quando alcancei o
- Eu gostei de acreditar nisso, e sinceramente...- fui interrompida com a voz do Eli, era a Weza, fiz um sinal com a mão e atendi. - Theo... porquê... o celular...- eu ouvia entre cortes. - Weza, eu não estou ouvindo absolutamente nada, espera, eu vou procurar um lugar. - falei quando olhei pro sinal e eu realmente não tinha rede, entrei em casa pra sair do barulho e ainda não ouvia nada, então subi até ao terraço onde não tinha ninguém e estava bem escuro por acaso, mas a chamada tinha caído e quando eu tentava ligar, dava chamada encerrada. Digitei uma mensagem para a Weza que sinceramente não sei se ela recebeu, parei por um minuto e admirei o ambiente lá em baixo, a nana estava muito feliz e sorridente, as crianças não paravam de correr e gritar como sempre, estava perfeito. Quando recebi uma mensagem, mas não era da Weza. "Muito interessado numa próxima saída, mas dessa vez sem a parte melancólica"- ri da mensagem que o Bruno mandou e quando esta
— Pronto! Chegamos no parque que havia bem perto da casa da Nana e estavam todos lá, todos... até o Chace.Estavam todos equipados, todos até não, só as crianças, os adolescentes e os jovens, nenhum adulto decidiu participar, mas haviam muitas toalhas, caixas térmicas, comidas e até churrasco lá, parecendo um piquenique. Sinceramente não estava a entender absolutamente nada. — Pelo amor de Deus você pode explicar o que tá acontecendo aqui? - perguntei pro Owen. — A nana não gosta de ver as pessoas irem embora com as caras amuadas, então ela propôs que a gente fizesse jogos, uma espécie de mini campeonato sabe. Eu e o Chris aquiescemos. — Mas qual a finalidade disso? - o Chris perguntou com a boca cheia. — Mas tem sempre que ter uma contra partida? A gente faz isso por amor sabem, estar em família...conviver...amor ao próximo, essas coisas bobas de família sabem. — Me poupa Owen. — Ela está dando o prêmio de 2000$.
Acordei cedo, depois dos jogos de ontem na casa da Nana, meu corpo estava a pedir descanso, mas as aulas, os possíveis gritos da Lia se eu não me preparar em menos de 15 minutos, seriam piores que tudo. Fiz todas as minhas higienes matinais, me preparei e desci em direção a cozinha, eram 7h40 min quando desci, e encontrei a Lia a terminar de preparar a lancheira dela, e o Chris equipado para, o dia. — Bom dia família. Gritei desnecessariamente. — Jesus Cristo, a Theo acordou de livre e espontânea vontade. - o Chris fez uma cara de surpresa. —Que milagre, Deus operou, será que é hoje que encontro uma mala de 10.000$ na rua? — Mas você já nasceu assim ou é mesmo o teu passatempo favorito, gozar comigo?
Último capítulo