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Capítulo 12

— As coisas desmoronaram rápido demais. Eu pensei que estivéssemos bem... que estivesse tudo bem. Mas quando ele voltou de uma viagem que fez cm o irmão... algo já não estava bem. - falei pensativa.

— Você acha que aconteceu alguma coisa lá onde eles estavam?

— Eu não sei..., mas se tivesse acontecido não vejo o porquê de me ocultarem Bruno. O chace mudou, muito, houve tempos em que ele nem me deixava tocar nele. Oque que faz um homem não querer nem um toque da própria namorada?

— Sinceramente... nem imagino.

— Eu tentei conversar, dar tempo, eu estive sempre aí pra tudo, pra ele, mas ele não consegue nem me dizer o que o aflige. - falei triste.

— Algumas pessoas só precisam de mais tempo, talvez ele seja uma dessas pessoas.

— Pode ser, ninguém sabe mesmo. - Falei pensativa e cabisbaixa.

— Theo você não precisa e nem deve ficar triste por isso, todos os relacionamentos tem dessas cenas, eu, por exemplo estava num relacionamento de dois anos e eu achava que estava tudo perfeito até que ela cansou de fingir que ainda queria estar comigo. Eu cheguei na casa dela e ela me contou tudo e a gente terminou.

— Eu sinceramente achei que estivesse tudo bem, que eu era feliz, que ela era feliz, que nós éramos felizes..., mas não...nós não éramos felizes e eu... eu só fico triste por não ter notado. Eu posso dizer que amava aquela mulher, mas eu não soube dar valor. Não digo que não tínhamos os nossos altos e baixos, tínhamos sim, mas eu não ligava, não me importava e hoje ela está com quem se importa. Se eu tivesse uma segunda oportunidade putz Theo, eu fazia tudo certo, todos os possíveis.

— Ainda a amas?

-Nunca deixei de amar, terminamos há dois anos atrás, seriam quatro anos. Eu nunca deixei e não deixaria de amar Theo, as pessoas não desamam...nunca, e se o fazem é porque nunca amaram na verdade.

— Sentes saudades? – perguntei.

- Imensas...sabe aquela frase de " As pessoas só valorizam quando perdem"? são uma merda...porque chega a fazer sentido. Eu sinto e acho que não é bem assim, as pessoas, todas elas sabem bem que o que tem ao seu redor, sabem perfeitamente o valor que tem, mas acham que nunca vão perder por isso não se vêm na posição ou obrigação de estar a mostrar que o que nos rodeia tem valor.

— A vida é irónica – falei

— Pois é... mas não posso, digo, nós não podemos estar a chorar pelo leite que nos mesmos derramamos. A vida é curta demais pra isso.

— Sabe é estranho eu estar conversando isso contigo, porque nem com a minha irmã eu falo sobre. Era suposto eu considerar você um estranho, mas eu não consigo, sei lá. Você deve ser alguma coisa pra mim.

— Eu posso ser tudo o que quiseres babe. –falou quando encostou no assento com um sorriso presunçoso no rosto.

— Não é a primeira vez que eu falo você e você responde com uma insinuação, muito sexual na verdade. – Falei sorridente.

— Não faço a mínima ideia do que você está falando Theo.

— Não fazes?

— Nem já. – falou em sorrisos.

— Haa – falei sarcástica e mais assuntos aleatórios surgiram depois.

....

— Bom dia! - falei quando alcancei o último degrau das escadas, olhando pra um Chris preguiçoso no sofá e uma Lia a preparar o café na cozinha.

— Bom dia abelhinha.

Eu acho que nunca realmente descrevi o Chris, ele é alto, não tão magro, cabelos castanhos escuros curtos, mas ondulados, olhos pretos e um sorriso avassalador. Ele trabalha numa academia, é instrutor, mas o corpo dele não é tão musculado e exagerado que nem aqueles homens que parece que foram almofadados na tv. O Chris tem um corpo chique.... será que essa expressão existe? Não sei, mas que ele tem, ele tem.

— Bom dia Theo, eu não vi você chegar, nem a sair na verdade, como é que foi o encontro? - Perguntou a Lia quando terminou de preparar o café da manhã e se sentou.

— Muito agradável pra ser sincera - Falei quando alcancei a mesa e sentei também e logo depois o Chris fez o mesmo trajeto.

— Tão agradável assim, pra estares com esse sorrisão? Acho que da próxima vez eu também- Falou a lia

— Ahh então eu vou também, estou mesmo interessado em conhecer esse rapaz e ter um "um-para-um" com ele sabem...cenas de homens.

— Cenas de homens? Desde quando? Eu sempre achei que você amasse o Chace - Falei sarcástica

E me deixem dizer que amar é um termo muito fraco para qualquer que seja o que o Chace sente pelo Chris e o Chris por ele. Parece que são.... Sei lá....eu não diria irmãos porque é bem mais do que isso.

— O Chace é dos meus T, é dos meus homens, é o meu homem e vai ser sempre. - falou orgulhoso e eu sorri.

— O seu Homem? Lia o Chris é gay - falei em gargalhadas — Mana você tem concorrência - falei quando a Lia caiu em gargalhadas.

— Riam-se, riam-se, he's my man.- Falou ainda mais orgulhoso do que antes.

— Oh meu Deus do céu. - Eu gargalhava e fui interrompida pelo celular da Lia que rapidamente atendeu.

— Mãe....tudo bem sim, e com o pai?.... Sim em casa.... claro que não.... A gente não esqueceu mãe.... Não se preocupes.... Sim estaremos aí. - A Lia desligou e eu e o Chris olhamos pra ela e ela estava.... Como explicar?.... Petrificada?

— O que é?

— A nana fez anos hoje, é o 85º aniversário e a gente esqueceu completamente. - Falou

— Putz!- Xinguei em voz alta.

— A gente tem que ir e agora mesmo.

— Agora? Lia são dez horas, não é muito cedo? - perguntou o Chris.

— Cedo? - Ela perguntou com ironia — são quatro horas de viagem, e eu nem preparei nada, ainda temos que passar num super mercado qualquer e comprar alguma coisa, o carro não tem combustível, e está imundo, e nem uma prenda sequer nós compramos. Meu Deus, porquê que eu não lembrei antes? - Falava mais sozinha do que com o Chris.

— Tudo bem, é simples mana ainda temos muito tempo, são só quatro horinhas, e sim, esquecemos, mas há tempo de preparar algo sim. Vamos fazer assim, eu preparo alguma coisa pra levarmos, você vai comprar alguma coisa pra Nana e o Chris vai abastecer e levar o carro numa estação de serviço qualquer. - Falei prestativa, pois só eu sei como a Lia fica quando as coisas não estão sobre o controle dela.

— Ok...Tudo bem então, Vamos.

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