ANGELINA O'NEILL Arrumo meu cabelo em frente ao notebook, me olhando pela câmera. Respiro fundo, fecho os olhos e relaxo os ombros. Finalmente chegou o momento de contar, a coragem me veio.Agora tenho que ter em mente que, tenho que ser o mais convincente possível sobre eu estar de acordo com esse casamento, ou meus pais não vão aceitar e tudo irá por água abaixo, Alessandro vai querer acabar não só com eles como também comigo. Não precisarei mentir sobre estar apaixonada por ele, e isso é algo bom, só que o resto...vou ter que omitir muita coisa. E vou fazer isso por eles, pela O'neill e por mim. — Como estão lindos...e ficam ainda mais assim juntinhos. - falo sorrindo vendo os dois pela câmera do notebook quando a chamada começa. — Passou todos esses dias fazendo ligações e mandando mensagens de texto, e agora marca uma chamada de vídeo e pede para eu deixar o meu dia livre....- ele diz desconfiado.— Por que eu sinto que não vem algo bom pela frente?— Você está bem, meu amor? -
ANGELINA O'NEILL Me encaro uma última vez no espelho, depois de horas arrumando o cabelo, a maquiagem e escolhendo uma roupa para o dia de hoje. Me veio uma necessidade enorme de me sentir mais linda e confiante do que nunca....e odeio admitir a mim mesma que isso em função de homem, aquele homem....quero que o Barry me olhe boquiaberto. Fique sem reação.Novamente sonhei com ele, dessa vez, um sonho ainda mais ousado. Ele me possuía violentamente na exata cama que durmo todos os dias aqui...e depois, não era mais ele, era Alessandro, me colocando de quadro quando o travesseiro, rendendo as minhas mãos e entrando em mim, me chamando das coisas mais depravadas possíveis, me dizendo que era dele. E isso me rendeu um orgasmo dormindo....Essa "greve" que estou fazendo com Alessandro está me matando, a provação que faço todos os dias para enche-lo de desejo e depois negar punitivamente também está me colocando no mesmo inferno. Só que eu não vou ceder...vou fazer ele pagar por aquele dia
ALESSANDRO PETROV- Ei...não me leva junto, estou indo pra outro lugar. - Abre os braços em um gesto de reclamação quando eu esbarro nela.Quando fito seu rosto, semi cerro os olhos para ela com desconfiança.- Você... - Aponto o dedo contra seu rosto, fazendo ela inclinar o pescoço para trás.-- Você que é amiga daquela ruiva, onde ela está? - Não sei...- balança os ombros ao se endireitar novamente. - A última vez que a vi ela disse que ia no restaurante comprar comida brasileira, ela está viciada....deve estar cheio, por isso ainda não voltou, ou sei lá o que foi fazer. - revira os olhos. - Eu sou ocupada, Alessandro, não posso cuidar da vida da Angel o tempo todo, já basta você fazendo isso.- Pois não estou cuidando bem, porque não sei onde ela está...- resmungo com raiva de mim mesmo. - E se você não sabe... - deixa a frase incontinuada ao ser engolida junto ao meu ódio, se espalhando por todas as minhas veias, deixando minha face vermelha e quente. - Nádia... - Movo minha cabe
Vejo no relógio do celular o quão estou atrasada ao chegar na sede, parada no estacionamento dentro de meu carro, o mesmo que ganhei dele. Fiquei dormindo até mais tarde e com certeza Alessandro com pena não teve coragem de me acordar, ele sempre diz que sou como um anjo dormindo e que o pecado mais imperdoável seria quebrar esse cenário. O pensamento me faz sorrir.Sinto falta de ser tocada, e os sonhos estão cada vez mais constantes e mais intensos, com ele...com Barry, só que hoje em específico eu só sonhei com Alessandro e não posso mais levar esse castigo adiante. Vou fazer ele perder o controle e me tomar como nunca, e sei exatamente como fazer isso. Tiro minha calcinha, deslizando por minhas coxas até chegar nos tornozelos e passar pelos saltos altos. Jogo a mesma para o banco de trás e pego no porta luvas, em uma caixinha preta, as bolinhas tailandesas que achei entre as coisas de Alessandro. Abro minhas pernas levemente no banco e elevo o quadril para introduzi-las, o fio com
BARRY O'CONELL — Boa tarde...- A voz feminina me faz desviar a atenção do celular, colocando meu olhar sobre ela. Alta, magra e de cabelos castanhos escuros e lisos abaixo da altura dos seios, pele branca e olhos escuros. Um semblante estranho....pesado, negativo e que geraria desconforto na maioria das pessoas, mas não em mim. Me levanto.— Boa tarde. Desculpe...eu já vou desocupar a sala.- olho ao redor para ver se não estou deixando nada para trás. — Não...- se opõe com um gesto de cabeça.— Fiquei sentado... Você é exatamente com quem eu quero falar.Franzo o cenho.— Acho que eu não a conheço. Barry O'Connel...- estendo a mão para cumprimenta-la — Em que posso ajudar?— Eu sou Jhoana. - Retribui o aperto de mão e ao soltar, volto a me sentar. — Temos assuntos em comum a tratar.Jhoana....a tão mal falada por Angelina. Já deveria ter imaginado que a chance de que isso pudesse acontecer era enorme, levando em conta tudo que me foi falado a respeito e também o que conheço de pes
Dias depois...— Você acredita que...- Deixo a frase morrer pela metade quando minha boca aberta, a princípio para completar a frase e agora por puro choque não consegue formular uma palavra, como se minha língua tivesse se tornado não funcional. Fico em silêncio, observando.Assim que minha presença é notada por ele, quando ele finalmente abre os olhos se desaprendendo do beijo, ele a empurra de seu colo como se ela queimasse sua pele, e mesmo com a força bruta do movimento ela sorri ao me ver, limpando com os dedos o batom borrado. Balanço a cabeça negativamente e fecho a porta, saindo a passos rápidos a caminho do lugar mais longe dos dois que posso encontrar, fugindo da realidade. Sou uma idiota...uma tola! Uma verdadeira trouxa. Ando a passos rápidos encarando meus próprios pés que estão próximos de se embolar e me fazer ir de cara contra o chão. — Angel...- Sua voz me chama ao fundo e vai se tornando mais próxima a medida que se repete até que sinto meu pulso sendo tocado e m
01:23AMA maior parte das luzes, não só desta rua como de toda a cidade se encontram apagadas pelo horário da plena madrugada, a cidade toda dorme...eu não, não encontro paz para isso. Observo de fora o prédio alto de cerca de trinta andares, do qual, só duas luzes se encontram acesas em andares diferentes, e eu espero que um destes andares seja o dele. O táxi dá partida para ir embora depois que o pago e agradeço pela corrida, eu não podia sair com o meu carro. Foi fácil chegar aqui, mas arriscado, difícil mesmo será chegar sem ser notada ou descoberta depois, só que minha mente estava tão bagunçada e eu precisava tanto de uma luz que sabia que só poderia achar isso aqui...então acabei usando metade do frasco que Esther me deu de calmante e derrubei na garrafa de whisky que Alessandro bebia. Ele perseguiu o álcool assim como eu fiz, eu a traída, a verdadeira vítima da história...ele traiu, ele mentiu e fez tudo que me fez e ainda se sentiu no direito de se colocar nessa posição de ho
Antes que sua língua adentre a minha boca uma força maior puxa meu pescoço para trás, fazendo-me quebrar o contato de nossos lábios que acabavam de se juntar. Me levanto de uma só vez tão rápido que posso sentir meu mundo girar quando a pressão desce.— Não... não! - passo a mão nos cabelos balançando a cabeça. — Desculpe...isso não pode acontecer, eu ainda estou noiva, ainda estou com o Alessandro...- Afasto dois passos para trás enquanto ele aperta os lábios um no outro e assente duramente em concordância. — Eu...eu preciso ir...me desculpe, desculpe...- Corro em direção a porta sem olhar para trás, a abrindo de forma desejeitada com pressa para sentir o ar exterior que bate no meu rosto no corredor que leva ao elevador, um ar puro e frio, sem o cheiro de Barry, sem o peso da tensão que havia entre nós. Meus dedos trêmulos apertam o botão para chamar o elevador e se antes a mudança de números do painel já atacava minha ansiedade, agora é mil vezes pior, parece que cada número fica