CAPÍTULO 88

ANGELINA

Atravesso a rua correndo quando vejo ele passar pela portaria andando a passos largos, já destravando a porta do carro com "bip" quando aperta o sinal da chave.

— Alessandro...- digo ofegando quando paro na calçada, ganhando o olhar dele.

— Você? O que faz aqui?

— Quero falar com você...

Quero dizer a ele que me lembro do que houve ontem, que não me arrependo de nada do que eu disse, que não era efeito do álcool e que não mudei de ideia, ainda o quero. Se ele precisa ouvir isso de mim sóbria, eu posso dizer mil vezes.

— Como me achou aqui? Ninguém além dos meus pais sabem que estou morando aqui.

— Eu já disse que te conheço. Eu fui ver sua mãe e sua irmãzinha. Ela é linda...- me lembro com carinho. — E vi que você não está morando lá, então supus que na mansão também não estaria e se não estava lá...este é o lugar que resta. - olho para o alto do prédio onde vivíamos, onde passamos bons e maus momentos. Onde é o único lugar que ele poderia estar.

— Angelina, agora eu não
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