AnaluNo corredor, indo para sala, encontro com ele, que me olha assustado. Sem pensar duas vezes vou logo direto ao assunto, assim evitaria levar uma bronca e ficar ainda mais sem graça do que eu já estava.— É, vesti sua blusa, as minhas roupas estavam encharcadas e eu não trouxe outra... Não tive outra opção... Mas se quiser eu tiro...Ele continua a me olhar, a manga do lado direito cai do ombro deixando a mostra um pedaço do colo do meu seio.— Ana Lúcia, só fique longe de mim, bem longe. — ele fala passando por mimEncosto na parede e pergunto:— E por que eu deveria? Acho que não é isso que você e nem eu queremos. Certo?Sem virar para trás ele responde frio:— Você está fodendo com a merda do meu juízo desde quando te vi dançando na cozinha, e se ficar próxima demais posso me arrepender de minha atitude. Será um caminho sem volta.Meu coração acelera, eu causo nele o mesmo efeito que ele causa em mim, então resolvo provocar mais um pouco.— Vai se arrepender? A verdade é que v
AnaluAcordo assustada, pego o celular e vejo que acordei meia hora antes dele despertar. E adivinhem? O primeiro pensamento do dia é claro que é ele, Santiago Fizterra, que domina minha mente e meu lado mais insano.Levanto da cama e vou tomar um banho, volto para meu quarto enrolada na toalha e levo um susto quando meu celular toca. Verifico quem é, e o número eu não tenho anotado, atendo assustada.— Oi... — falo baixo— Não precisa vir trabalhar hoje. Estou indo viajar agora e só volto semana que vem. — a voz rude e inconfundível me deixa de pernas bambasSua voz grossa e firme no telefone faz meu coração disparar.— E que dia eu volto? — falo trêmula— Um dia antes de eu voltar te aviso e você vai. Liberei todos os funcionários, estou indo resolver algo importante, sendo assim, não tem necessidade de fazer comida. — ele permanece com seu tom ríspido e frio de sempre— Tudo bem. — respondo em um tom baixoBastou eu dizer essas duas palavras e pronto, ele desliga o telefone sem nem
AnaluCaraca! Me olho no espelho e estou vestida para matar. Quero ver o que minha linda avó vai falar ao me ver vestida assim, e um detalhe, estou toda de preto a única cor que tem em mim é nos lábios vermelhos. Vesti a carapuça da coragem e sai do meu quarto. E agora é encontrar minha avó que assim que me ver já solta a primeira pedrada.— Crem Deus pai, onde você vai vestida igual uma pantera negra? — ela me dá uma avaliação visualComo eu não sou boba, já tinha armado algo.— Uma festa a fantasia da amiga da Nay, vó.Mais uma especulação dela e enfim o alvará.— Juízo hein minha filha, não arranhe nenhum gatinho por aí. E caso aconteça, nunca esqueça da camisinha.Dou uma gargalhada, porque ela fala comigo como se eu fosse uma menina que acabou de descobri o sexo. E sendo sincera, sim, eu acabei de descobrir o melhor sexo da minha vida com um homem mais velho e mais lindo que já vi na vida.— Beijos vó... — digo depois de um tempo pensando— Estou sentindo que você vai aprontar A
Analu— Cadê todos Santiago? — pergunto levemente com medo, mas sem demonstrarEle apaga seu charuto, dá um sorriso de lado e diz:— Ora, ora... Veja se não é a pantera se transformando em uma coelhinha medrosa!— Me responda! O que aconteceu? — falo irritada e sentindo que meu plano está indo por água baixoEle vem caminhando para minha direção. Um andar que trás sedução e segurança, próximo à mim ele coloca uma mexa do meu cabelo para trás e diz:— Mandei que todos fossem embora!Engulo seco e penso instantaneamente:"Estamos sozinhos! Merda! Isso não estava em meus planos."— E por quê fez isso? — Minha voz sai fraca, porque suas mãos estão alisando meu dorso me causando arrepios — Porque eu posso! Porque eu mando! Porque assim eu desejei! Então as pessoas sempre fazem o que ordeno, pensei que já soubesse disso pantera!Sei que não é certo, mas senti meu corpo todo arrepiar com essa voz firme exalando poder e seu olhar misterioso percorrendo todo meu corpo.— Nem sempre será assim
AnaluOlho para ele, sorrio e coloco uma carta. É a de número sete de ouros, aguardo ele virar a sua, e é um valete de espadas que equivale à dez pontos. OK! Temos dezessete, e claro que ele abre um sorriso que diagnóstica ele como vitorioso.— Aguardo sua carta, ansioso, pantera... — ele diz enquanto enche o copo com uma dose de tequila Com as mãos suando viro a próxima carta e para minha alegria é um três de copas. Ou seja vinte pontos. Ele só teria chance se tirasse um às. Vejo o seu rosto mudar, o sorriso desaparecer e eu gosto disso. Como a minha possibilidade de ganhar essa primeira partida é grande, eu digo:— Uma regra, escolher qual parte da roupa queremos tirar um do outro. OK? — ele sorri e balança a cabeça em afirmativo — Vire sua carta querido. — digoLentamente ele vira a carta da forma que eu a veja primeiro do que ele, e quando olho se tratava de um cinco de espadas... Então sorrio vitoriosa.— Parece que temos uma primeira vitória ao meu favor... — digo satisfeitaE
AnaluAo acordar escuto vozes vindo da sala ou da cozinha, ainda estou sonolenta e não consigo distinguir direito de onde vem o som. "Minha avó está com visita uma hora dessas?" — penso enquanto passo a mão no rosto A curiosidade me bate e levanto do jeito que estou, toda amarrotada, despenteada e usando a camisola espanta namorados. Ao chegar na sala, a cena que eu vejo me deixa totalmente incrédula, estão minha avó e o Santiago sentados no sofá tomando café como se fossem grandes amigos.— Bom dia, Ana Lúcia! Fico feliz em rever a minha melhor funcionária. — ele diz sorrindo, mas um sorriso que me causa medoEstou perdida. O que Santiago está aprontando dessa vez?— Oh, minha filha! Que bom que acordou, olha quem veio te visitar. — minha avó fala com toda a sua ingenuidadeAssustada e impactada digo:— O que faz aqui?Com o mesmo sorriso no rosto ele diz:— Tive uma viagem maravilhosa, digamos que prazerosa, e gostaria de saber pessoalmente como minha funcionária se encontra, já q
Analu— Aguardo uma próxima visita e farei um suco para você de acerola. Né, Aninha!? — Ela fala sorrindo e eu concordo tentando segurar o riso— Será um prazer. — ele diz achando que está abafando e eu acabo não aguentando e sorrio tambémEssa velhinha não é boba não, agora é só aguardar as perguntas dela quando ele for embora.Levo Santiago até o portão, que diz:— Te aguardo segunda-feira, leve roupa extra e avise a sua avó que você irá fazer hora extra. — ele diz e logo entra no carro sem me deixar perguntar nadaEle é sempre assim, adora dar ordens e me deixar sem tempo para dar uma responda.Ele arranca com seu carro e se vai, enquanto eu fico encostada no portãozinho com a ansiedade que me domina desde já.Entro em casa, mas mal piso na sala e minha avó já começa o interrogatório.— Desde quando Ana Lúcia?Engulo seco, e faço a desentendida. Mas não funciona muito.— Desde quando, o quê vó?— Desde quando está rolando algo entre vocês? — ela vai direto ao ponto, como é de costu
AnaluAs cinco horas da manhã em ponto o implacável e insuportável despertador me tira do meu sonho erótico. Mas hoje eu não acordo mal humorada, muito pelo contrário, acordo com toda animação que existe dentro de mim. Tomo banho cantarolando, coloco uma calça legging, uma blusa branca, meu tênis, faço um rabo de cavalo e desço para tomar café.— Bom dia vozinha linda! A sua benção. — digo enquanto beijo sua bochecha enrugada— Bom dia Aninha! Deus te abençoe minha filha! — ela diz enquanto coava o café— Vó, a senhora não precisa acordar todos os dias nesse horário só para me fazer café. Ela dá uma gargalhada.— Minha filha, sua vovó dorme e acorda com as galinhas independente de você ir trabalhar ou não. Essa é minha rotina.— Olha, olha... hein dona Celina.— Sente-se para comer, espoleta.Tomo o café enquanto papeamos um pouco. Já estava no meu horário de ir para o trabalho, ela me acompanha até o portão e diz:— Aproveite e juízo hein minha filha. Sorrio e jogo beijos para ela