AnaluDecido parar na praça próxima a casa de Santiago para poder esperar a hora passar, não quero chegar em casa agora, se não minha vó vai estranhar.Me sento na pracinha e busco pelo meu celular em minha bolsa e não acho, vasculho em todos os espaços possíveis e ele não está aqui."Não acredito que perdi meu celular." — ralho comigo mesma Com as mãos apoiadas na testa tento me lembrar qual foi a última vez que mexi nele, e sim, foi na cozinha, eu o deixei carregando perto da geladeira."Ana Lúcia, sua burra, como você esquece o celular?" — penso enquanto bato com a palma da mão em minha testaE o pior é que vou ter que buscar, já que não fico sem ele. O tempo começa a fechar e escurecer, não por estar noite, mas por ameaçar cair uma chuva forte."Era só o que me faltava, passar por mais uma tempestade. Como se fosse pouco o que houve minutos atrás. Argh! Ô vida minha!"Com passos grandes volto até lá, o portão ainda está do jeito que deixei, sinal que Otávio não saiu e nem Santia
AnaluNo corredor, indo para sala, encontro com ele, que me olha assustado. Sem pensar duas vezes vou logo direto ao assunto, assim evitaria levar uma bronca e ficar ainda mais sem graça do que eu já estava.— É, vesti sua blusa, as minhas roupas estavam encharcadas e eu não trouxe outra... Não tive outra opção... Mas se quiser eu tiro...Ele continua a me olhar, a manga do lado direito cai do ombro deixando a mostra um pedaço do colo do meu seio.— Ana Lúcia, só fique longe de mim, bem longe. — ele fala passando por mimEncosto na parede e pergunto:— E por que eu deveria? Acho que não é isso que você e nem eu queremos. Certo?Sem virar para trás ele responde frio:— Você está fodendo com a merda do meu juízo desde quando te vi dançando na cozinha, e se ficar próxima demais posso me arrepender de minha atitude. Será um caminho sem volta.Meu coração acelera, eu causo nele o mesmo efeito que ele causa em mim, então resolvo provocar mais um pouco.— Vai se arrepender? A verdade é que v
AnaluAcordo assustada, pego o celular e vejo que acordei meia hora antes dele despertar. E adivinhem? O primeiro pensamento do dia é claro que é ele, Santiago Fizterra, que domina minha mente e meu lado mais insano.Levanto da cama e vou tomar um banho, volto para meu quarto enrolada na toalha e levo um susto quando meu celular toca. Verifico quem é, e o número eu não tenho anotado, atendo assustada.— Oi... — falo baixo— Não precisa vir trabalhar hoje. Estou indo viajar agora e só volto semana que vem. — a voz rude e inconfundível me deixa de pernas bambasSua voz grossa e firme no telefone faz meu coração disparar.— E que dia eu volto? — falo trêmula— Um dia antes de eu voltar te aviso e você vai. Liberei todos os funcionários, estou indo resolver algo importante, sendo assim, não tem necessidade de fazer comida. — ele permanece com seu tom ríspido e frio de sempre— Tudo bem. — respondo em um tom baixoBastou eu dizer essas duas palavras e pronto, ele desliga o telefone sem nem
AnaluCaraca! Me olho no espelho e estou vestida para matar. Quero ver o que minha linda avó vai falar ao me ver vestida assim, e um detalhe, estou toda de preto a única cor que tem em mim é nos lábios vermelhos. Vesti a carapuça da coragem e sai do meu quarto. E agora é encontrar minha avó que assim que me ver já solta a primeira pedrada.— Crem Deus pai, onde você vai vestida igual uma pantera negra? — ela me dá uma avaliação visualComo eu não sou boba, já tinha armado algo.— Uma festa a fantasia da amiga da Nay, vó.Mais uma especulação dela e enfim o alvará.— Juízo hein minha filha, não arranhe nenhum gatinho por aí. E caso aconteça, nunca esqueça da camisinha.Dou uma gargalhada, porque ela fala comigo como se eu fosse uma menina que acabou de descobri o sexo. E sendo sincera, sim, eu acabei de descobrir o melhor sexo da minha vida com um homem mais velho e mais lindo que já vi na vida.— Beijos vó... — digo depois de um tempo pensando— Estou sentindo que você vai aprontar A
Analu— Cadê todos Santiago? — pergunto levemente com medo, mas sem demonstrarEle apaga seu charuto, dá um sorriso de lado e diz:— Ora, ora... Veja se não é a pantera se transformando em uma coelhinha medrosa!— Me responda! O que aconteceu? — falo irritada e sentindo que meu plano está indo por água baixoEle vem caminhando para minha direção. Um andar que trás sedução e segurança, próximo à mim ele coloca uma mexa do meu cabelo para trás e diz:— Mandei que todos fossem embora!Engulo seco e penso instantaneamente:"Estamos sozinhos! Merda! Isso não estava em meus planos."— E por quê fez isso? — Minha voz sai fraca, porque suas mãos estão alisando meu dorso me causando arrepios — Porque eu posso! Porque eu mando! Porque assim eu desejei! Então as pessoas sempre fazem o que ordeno, pensei que já soubesse disso pantera!Sei que não é certo, mas senti meu corpo todo arrepiar com essa voz firme exalando poder e seu olhar misterioso percorrendo todo meu corpo.— Nem sempre será assim
AnaluOlho para ele, sorrio e coloco uma carta. É a de número sete de ouros, aguardo ele virar a sua, e é um valete de espadas que equivale à dez pontos. OK! Temos dezessete, e claro que ele abre um sorriso que diagnóstica ele como vitorioso.— Aguardo sua carta, ansioso, pantera... — ele diz enquanto enche o copo com uma dose de tequila Com as mãos suando viro a próxima carta e para minha alegria é um três de copas. Ou seja vinte pontos. Ele só teria chance se tirasse um às. Vejo o seu rosto mudar, o sorriso desaparecer e eu gosto disso. Como a minha possibilidade de ganhar essa primeira partida é grande, eu digo:— Uma regra, escolher qual parte da roupa queremos tirar um do outro. OK? — ele sorri e balança a cabeça em afirmativo — Vire sua carta querido. — digoLentamente ele vira a carta da forma que eu a veja primeiro do que ele, e quando olho se tratava de um cinco de espadas... Então sorrio vitoriosa.— Parece que temos uma primeira vitória ao meu favor... — digo satisfeitaE
AnaluAo acordar escuto vozes vindo da sala ou da cozinha, ainda estou sonolenta e não consigo distinguir direito de onde vem o som. "Minha avó está com visita uma hora dessas?" — penso enquanto passo a mão no rosto A curiosidade me bate e levanto do jeito que estou, toda amarrotada, despenteada e usando a camisola espanta namorados. Ao chegar na sala, a cena que eu vejo me deixa totalmente incrédula, estão minha avó e o Santiago sentados no sofá tomando café como se fossem grandes amigos.— Bom dia, Ana Lúcia! Fico feliz em rever a minha melhor funcionária. — ele diz sorrindo, mas um sorriso que me causa medoEstou perdida. O que Santiago está aprontando dessa vez?— Oh, minha filha! Que bom que acordou, olha quem veio te visitar. — minha avó fala com toda a sua ingenuidadeAssustada e impactada digo:— O que faz aqui?Com o mesmo sorriso no rosto ele diz:— Tive uma viagem maravilhosa, digamos que prazerosa, e gostaria de saber pessoalmente como minha funcionária se encontra, já q
Analu— Aguardo uma próxima visita e farei um suco para você de acerola. Né, Aninha!? — Ela fala sorrindo e eu concordo tentando segurar o riso— Será um prazer. — ele diz achando que está abafando e eu acabo não aguentando e sorrio tambémEssa velhinha não é boba não, agora é só aguardar as perguntas dela quando ele for embora.Levo Santiago até o portão, que diz:— Te aguardo segunda-feira, leve roupa extra e avise a sua avó que você irá fazer hora extra. — ele diz e logo entra no carro sem me deixar perguntar nadaEle é sempre assim, adora dar ordens e me deixar sem tempo para dar uma responda.Ele arranca com seu carro e se vai, enquanto eu fico encostada no portãozinho com a ansiedade que me domina desde já.Entro em casa, mas mal piso na sala e minha avó já começa o interrogatório.— Desde quando Ana Lúcia?Engulo seco, e faço a desentendida. Mas não funciona muito.— Desde quando, o quê vó?— Desde quando está rolando algo entre vocês? — ela vai direto ao ponto, como é de costu