ANALUAbro os olhos e vejo que acordei em cima da hora.— Ai meu Deus do céu, estou atrasada! — falo e bufo de ódio relembrando tudo o que ocorreu na noite anterior e como banquei a estúpida diante daquele senhor das trevas — Urgh! Eu detesto aquele babaca! — resmungo e dou um salto da cama para iniciar mais um diaTodos os dias eu levanto às cinco da manhã, tomo banho, um café e me arrumo para poder sair de casa até as seis horas no máximo. Mas só que hoje está tudo invertido, agora já são seis horas da manhã, então preciso correr se não quiser chegar atrasada e levar um carão do senhor babaca. Dou um pulo da cama, jogo uma água rápida no corpo, me visto com o uniforme, pego minha bolsa, dou um beijo na testa de minha avó e pego um táxi. Esse é o único jeito de não chegar atrasada, ainda mais depois do ocorrido de ontem o bonito deve está querendo um motivo só para implicar comigo.Chego no serviço exatamente às seis e cinquenta e dois, por sorte já estava vestida. Entro na cozinha a
AnaluDurante a manhã não tive muito o que fazer, então reorganizei os armários, fiz uma lista das coisas que estão em falta e esquentei um restinho de feijoada de frutos do mar que sobrou de sábado. Eu não iria fazer almoço só para mim, já que Santiago saiu e levou Otávio junto.Aproveitei o tempo vago e por está sozinha em casa decidi, digamos, que dá uma espionado pela casa. Sentindo aquele frio na barriga de quando estamos fazendo algo escondido, vou até a sala ver os porta retratos, que tenho curiosidade desde meu primeiro dia. Em uma das fotos ele está em sua fase de menino, em outra foto tem ele e uma moça muito bonita, talvez sua noiva, e ao lado dela tem um sorriso que eu jamais vi nele desde quando o conheci. Na outra foto estão ele e seus pais, mas a foto com a noiva me chamou atenção por causa do seu sorriso. Sinto uma pontada no peito em ver que ele se amargurou dessa forma pela perda dela e dos pais, deve ser ruim perder quem amamos, mas o pior, deve ser aceitar, e ele
AnaluDecido parar na praça próxima a casa de Santiago para poder esperar a hora passar, não quero chegar em casa agora, se não minha vó vai estranhar.Me sento na pracinha e busco pelo meu celular em minha bolsa e não acho, vasculho em todos os espaços possíveis e ele não está aqui."Não acredito que perdi meu celular." — ralho comigo mesma Com as mãos apoiadas na testa tento me lembrar qual foi a última vez que mexi nele, e sim, foi na cozinha, eu o deixei carregando perto da geladeira."Ana Lúcia, sua burra, como você esquece o celular?" — penso enquanto bato com a palma da mão em minha testaE o pior é que vou ter que buscar, já que não fico sem ele. O tempo começa a fechar e escurecer, não por estar noite, mas por ameaçar cair uma chuva forte."Era só o que me faltava, passar por mais uma tempestade. Como se fosse pouco o que houve minutos atrás. Argh! Ô vida minha!"Com passos grandes volto até lá, o portão ainda está do jeito que deixei, sinal que Otávio não saiu e nem Santia
AnaluNo corredor, indo para sala, encontro com ele, que me olha assustado. Sem pensar duas vezes vou logo direto ao assunto, assim evitaria levar uma bronca e ficar ainda mais sem graça do que eu já estava.— É, vesti sua blusa, as minhas roupas estavam encharcadas e eu não trouxe outra... Não tive outra opção... Mas se quiser eu tiro...Ele continua a me olhar, a manga do lado direito cai do ombro deixando a mostra um pedaço do colo do meu seio.— Ana Lúcia, só fique longe de mim, bem longe. — ele fala passando por mimEncosto na parede e pergunto:— E por que eu deveria? Acho que não é isso que você e nem eu queremos. Certo?Sem virar para trás ele responde frio:— Você está fodendo com a merda do meu juízo desde quando te vi dançando na cozinha, e se ficar próxima demais posso me arrepender de minha atitude. Será um caminho sem volta.Meu coração acelera, eu causo nele o mesmo efeito que ele causa em mim, então resolvo provocar mais um pouco.— Vai se arrepender? A verdade é que v
AnaluAcordo assustada, pego o celular e vejo que acordei meia hora antes dele despertar. E adivinhem? O primeiro pensamento do dia é claro que é ele, Santiago Fizterra, que domina minha mente e meu lado mais insano.Levanto da cama e vou tomar um banho, volto para meu quarto enrolada na toalha e levo um susto quando meu celular toca. Verifico quem é, e o número eu não tenho anotado, atendo assustada.— Oi... — falo baixo— Não precisa vir trabalhar hoje. Estou indo viajar agora e só volto semana que vem. — a voz rude e inconfundível me deixa de pernas bambasSua voz grossa e firme no telefone faz meu coração disparar.— E que dia eu volto? — falo trêmula— Um dia antes de eu voltar te aviso e você vai. Liberei todos os funcionários, estou indo resolver algo importante, sendo assim, não tem necessidade de fazer comida. — ele permanece com seu tom ríspido e frio de sempre— Tudo bem. — respondo em um tom baixoBastou eu dizer essas duas palavras e pronto, ele desliga o telefone sem nem
AnaluCaraca! Me olho no espelho e estou vestida para matar. Quero ver o que minha linda avó vai falar ao me ver vestida assim, e um detalhe, estou toda de preto a única cor que tem em mim é nos lábios vermelhos. Vesti a carapuça da coragem e sai do meu quarto. E agora é encontrar minha avó que assim que me ver já solta a primeira pedrada.— Crem Deus pai, onde você vai vestida igual uma pantera negra? — ela me dá uma avaliação visualComo eu não sou boba, já tinha armado algo.— Uma festa a fantasia da amiga da Nay, vó.Mais uma especulação dela e enfim o alvará.— Juízo hein minha filha, não arranhe nenhum gatinho por aí. E caso aconteça, nunca esqueça da camisinha.Dou uma gargalhada, porque ela fala comigo como se eu fosse uma menina que acabou de descobri o sexo. E sendo sincera, sim, eu acabei de descobrir o melhor sexo da minha vida com um homem mais velho e mais lindo que já vi na vida.— Beijos vó... — digo depois de um tempo pensando— Estou sentindo que você vai aprontar A
Analu— Cadê todos Santiago? — pergunto levemente com medo, mas sem demonstrarEle apaga seu charuto, dá um sorriso de lado e diz:— Ora, ora... Veja se não é a pantera se transformando em uma coelhinha medrosa!— Me responda! O que aconteceu? — falo irritada e sentindo que meu plano está indo por água baixoEle vem caminhando para minha direção. Um andar que trás sedução e segurança, próximo à mim ele coloca uma mexa do meu cabelo para trás e diz:— Mandei que todos fossem embora!Engulo seco e penso instantaneamente:"Estamos sozinhos! Merda! Isso não estava em meus planos."— E por quê fez isso? — Minha voz sai fraca, porque suas mãos estão alisando meu dorso me causando arrepios — Porque eu posso! Porque eu mando! Porque assim eu desejei! Então as pessoas sempre fazem o que ordeno, pensei que já soubesse disso pantera!Sei que não é certo, mas senti meu corpo todo arrepiar com essa voz firme exalando poder e seu olhar misterioso percorrendo todo meu corpo.— Nem sempre será assim
AnaluOlho para ele, sorrio e coloco uma carta. É a de número sete de ouros, aguardo ele virar a sua, e é um valete de espadas que equivale à dez pontos. OK! Temos dezessete, e claro que ele abre um sorriso que diagnóstica ele como vitorioso.— Aguardo sua carta, ansioso, pantera... — ele diz enquanto enche o copo com uma dose de tequila Com as mãos suando viro a próxima carta e para minha alegria é um três de copas. Ou seja vinte pontos. Ele só teria chance se tirasse um às. Vejo o seu rosto mudar, o sorriso desaparecer e eu gosto disso. Como a minha possibilidade de ganhar essa primeira partida é grande, eu digo:— Uma regra, escolher qual parte da roupa queremos tirar um do outro. OK? — ele sorri e balança a cabeça em afirmativo — Vire sua carta querido. — digoLentamente ele vira a carta da forma que eu a veja primeiro do que ele, e quando olho se tratava de um cinco de espadas... Então sorrio vitoriosa.— Parece que temos uma primeira vitória ao meu favor... — digo satisfeitaE