Havia movimentação, ao contrário das misteriosas barracas. Eles agrupavam-se de dez em dez, puxando um total de quarenta e sete pesadas carroças montanha acima. Seguiam em fila, embora espaçada, para o mesmo ponto. A escuridão, para eles é claro, era quase total o que denunciava a intenção sorrateira. Sete grupos ao que parece, já tinham chegado ao destino e foi aí que entendi o que acontecia.
Eram os canhões de pólvora negra descritos pelo Mestre, um a um sendo posicionados sobre a montanha, no lado ûno do rio Estrela do Nordeste, em um ponto bem abaixo da
Os primeiros besteiros atravessaram as pontes e assim que entraram na cidade, começaram a disparar seus quadrelos raivosos em todos que estavam nas ruas, que eram bem poucos devido ao horário. À medida que atravessavam as pontes, reuniam-se em grupos de trinta em trinta, sendo que quatro homens não carregavam bestas, mas sim, um pequeno aríete para arrombar as casas, enquanto os besteiros alvejavam qualquer criatura viva que avistassem.Logo que a primeira casa foi arrombada e os besteiros a invadiram, gritos explodiram e deram início a uma cadeia de incontroláveis berros, daqueles que, percebiam tardiamente a invas&at
Depois que a travessia delas foi concluída, outro grandioso esquema logístico começou a ser colocado em prática: o posicionamento de tropas. Preparavam uma emboscada para os exércitos romanos ehellênicosque viriam. Os besteiros que outrora assassinaram a sangue-frio civis desarmados, agora eram posicionados nas colinas no ladohellênicoa fim de ajudarem na emboscada aos exércitos vindouros. Não sem antes trocarem de armas, é claro. Todos se encaminharam para um arsenal na PontaÛnae, um a um, deixavam as bestas de curto alcance, trocando-as por robustas balestras de longo alcance. Os arrombadores largavam os aríetes, equipavam-se com grandes pavês, grossos escudos de madeira que serviam para dar cobertura aos atiradores enquanto recarreg
O sol nasceu e trouxe consigo a visão de dez mil quatrocentos e trinta e três homens que compunham o exército romano. Em pré-formação de batalha, chegaram marchando aos descampadosque antecediam as montanhas da Ponta Romana parando mais de um quilômetro antes, levando em conta a informação que eu mesmo repassara sobre a distância que os canhões atingiam. Eles não viam os canhões, pois estes foram camuflados. Nós, de onde estávamos,percebíamos, víamos toda a movimentação dos bastidores dos dois lados e de imediato concluímos que a batalha seria sangrenta.
Rápidos, os outros cavaleiros voltaram-se para procurar de onde viera o tiro e depararam-se com uma fileira inteira de atiradores que se levantava, estendendo-se por toda a colina e apontando as armas sem emitir um só ruído. O cavalo do soldado abatido rinchou alto e saiu em disparada, assustando os outros que agora eram açoitados pelos cavaleiros para que os tirassem de lá o mais rápido possível.Ao mesmo tempo, um comandante besteiro deu o sinal fatal. Ao seu comando, uma saraivada de quadrelos com ponta de aço riscou o ar em uma chuva mortal. Relinchos de dor agonizante ecoaram pelo vale, homens cravejados po
Passaram em minha cabeça, como relâmpagos, vários flashbacks: as discussões nos conselhos por causa dos roubos de ovos, até mesmo o ovo deTrwyf; o cativeiro subterrâneo que eu encontrei; as pegadas de dragão e humanos juntas; as armas secretas referidas no baile e os senhores com uniformes e emblemas desconhecidos que cobriam agora, as vestes dos que comandavam os jovensDracosno ar.Olhei para meus três companheiros e os vi tão perplexos quanto eu.FyreGyltembasbacados com os olhos esbugalhados sem saber o que dizer.Drywt, o Sábio de Cobre, demonstrou maior controle, mas mesmo assim eu pe
—Viste aquilo? — frisei com a voz alterada àWlyn.Assumira, no meio do caminho, a forma de uma pequena pomba para entrar voando para dentro da carruagem real. Uma vezlá, assumi a forma humana e comecei a falar.—O quê? As explosões? — demonstrou não ter posto a cabeça para fora da carruagem. —Dryfr.Eu ouvia ao longe a voz deWyrynme chamar. Suave e cristalina como na última vez em que ela me visitou em viagem astral. Porém, o que vi a seguir não foi a imagem dela doce pairando a minha frente, emanando luz e, sim,uma imagem rebuscada de minha casa, meu lar.Wyryndormia tranquila como na última vez em que eu aviraà beira de nossa fogueira que aquecia todo o salão principal da minha casa. Seu sono era profundo, suave, tranquilizador. Acordei em um sobressalto, os olhos cheios de lágrimas. Atordoado, não sabia se fora só um pesadelo, como aviso do que poderia acontecer ou se de fato ocorrera. Precisava confirmar o mais depressa possível e só tinha umjeito: voar mais rápido do que nunca! Ainda na forma humana olhei a minha volta e só vi escuridão, pois já anoitecera. Estava dentro de algum recinto que não identifiquei, mas com minha pressa assumi minha forma original sem pensar.Quando concluí a metamorfose, que se dá em poucos instantes, senti estourara o compartimento que ag66 - REVELAÇÃO
67 - DESESPERO