Sophia RomanoO pedaço de papel está sobre a minha cama, me encarando como um desafio que não posso ignorar. Eu já li o endereço tantas vezes que as palavras parecem ter se gravado na minha mente. Giovanni me desafiou. Ele quer que eu prove que estou disposta a fazer o que for necessário para pagar o que devo.E, droga, eu vou provar.Olho para o espelho do meu quarto. Escolhi um vestido preto justo, sem exageros, que termina logo acima dos joelhos. É simples, mas elegante. Sem decotes profundos ou brilhos chamativos, apenas algo que me faça sentir um pouco mais confiante, mesmo que eu saiba que isso é uma mentira.O cabelo está preso em um coque frouxo, algumas mechas escapando e caindo sobre meu rosto. A maquiagem é suave, mas suficiente para esconder as olheiras que surgiram nas últimas noites mal dormidas.Respiro fundo, os dedos tremendo enquanto coloco os saltos pretos. Eu pareço pronta, mas por dentro, estou um caos.Saio de casa e percebo o olhar analítico de minha mãe. Ela se
Sophia RomanoO salão está mais cheio agora. Pessoas se agrupam próximas ao palco, seus olhares famintos e ansiosos sugeriam que algo especial estava para acontecer. Eu ainda estou tentando me recuperar da apresentação anterior, a visão da mulher dominando o homem como se ele fosse nada além de um objeto para seu prazer.— Senhores e senhoras… — A voz do apresentador ecoa pelo salão, suave e cheia de um respeito quase reverente. — Agora, preparem-se para um espetáculo único. Algo que apenas os mais sortudos têm a oportunidade de presenciar. Apresento a vocês… o mestre da dominação. Giovanni Bianchi.Meu corpo inteiro congelou.O nome dele soou como uma sentença sendo proferida. Eu sinto o ar se tornar espesso, quase impossível de respirar. Minhas mãos se fecham em punhos enquanto meus olhos fixam-se no palco, incapazes de desviar.— É ele. — Murmura uma mulher ao meu lado, com os olhos brilhando de puro desejo. — Ele está aqui hoje. Meu Deus, Giovanni é um verdadeiro deus entre os hom
Sophia RomanoEu deveria desviar o olhar. Deveria me levantar e sair correndo daquele lugar. Tudo dentro de mim grita para que eu fuja antes que seja tarde demais. Mas estou congelada.O espetáculo continua diante de mim, Giovanni usando seu poder como se aquilo fosse um teatro montado apenas para o seu prazer. E talvez seja. Porque todos os olhares estão fixos nele. Toda a atenção é dele.As duas mulheres se curvam sob seu toque como se ele fosse o próprio diabo oferecendo o mais perverso dos prazeres. Cada movimento dele é um lembrete do controle absoluto que exerce sobre elas.Mas então… ele olha para a plateia.Seus olhos azuis varrem a multidão lentamente, como se estivesse procurando por algo. Não. Como se estivesse procurando por alguém.Eu prendo a respiração, meu corpo inteiro fica em alerta enquanto o olhar dele se move pela sala, como um predador farejando o medo de sua presa.E então ele me encontra.O choque é imediato. Giovanni me vê e o sorriso que surge em seus lábios
Sophia RomanoO mundo ao meu redor parece se desvanecer. As luzes, as vozes, os olhares curiosos e famintos das pessoas que me cercam… nada disso importa. Apenas ele. Só Giovanni me encarando daquele palco como se eu fosse algo que ele pudesse moldar e destruir à vontade.— Venha até aqui, Sophia. — A voz dele é um convite proibido, um comando suave que reverbera dentro de mim de uma forma que eu odeio admitir.As pernas pesam como chumbo. Minha mente grita que eu devo fugir, correr para o mais longe possível desse lugar, dessa insanidade, mas meus pés se movem.Cada passo é uma batalha entre o medo e a determinação. Entre a vontade de enfrentar Giovanni e o desespero de querer sair dali antes que seja tarde demais.Quando percebo, estou diante do palco. A plateia inteira parece ter parado para me observar, como se o espetáculo ainda não tivesse terminado. Como se o verdadeiro show fosse o que está prestes a acontecer entre mim e ele.Giovanni continua me encarando, com um sorriso cru
Sophia RomanoO salão está em silêncio absoluto. Cada pessoa ali presente parece estar prendendo a respiração, ansiosa para ver até onde eu sou capaz de ir. Meus olhos permanecem fixos nos de Giovanni, mesmo que cada instinto do meu corpo grite para que eu fuja daquele palco, daquele homem que me encara como se estivesse prestes a me devorar.Mas não vou recuar. Não agora.— Então… você quer que eu me entregue completamente. — Digo, tentando manter a voz firme, mas soando mais vulnerável do que gostaria.— Exatamente. — Giovanni murmura, os lábios curvados em um sorriso devastador. Ele está se divertindo. Aproveitando cada segundo da minha hesitação, do meu medo e da minha coragem.Ele continua próximo a mim, sua presença esmagadora preenchendo cada centímetro do meu espaço pessoal. A mão dele ainda está no meu queixo, seus dedos acariciam minha pele de maneira lenta, quase carinhosa, mas eu sei que aquilo é apenas um lembrete cruel de seu controle.— Então vamos ver até onde vai sua
Giovanni Bianchi Eles acham que sabem o que estão vendo.Acham que é apenas uma mulher se despindo diante de um homem. Acham que é sobre poder e humilhação. Alguns na plateia, sentados em poltronas douradas, olhos cravados no palco como se observassem um espetáculo erótico e exótico, nem sonham que o que acontece ali transcende o corpo. É alma sendo moldada.E ela… Sophia Romano.Tão linda no palco quanto vulnerável. Tão resistente quanto quebrável.Quando seus olhos encontram os meus, sei que ela já começou a ceder. O orgulho ainda luta, mas está enfraquecido. Eu vejo, sinto. Sua respiração se acelera, as pupilas dilatam, os dedos hesitam antes de cada gesto. Isso é entrega em sua forma mais pura. Não a entrega física, essa é fácil, qualquer corpo se deita, qualquer pele se desnuda. O que me interessa é o que vem depois. A rendição da alma. O colapso da vontade própria. E Sophia… ela é um projeto fascinante de subjugação.Ela fala em entrega, mas ainda não entendeu o que significa
A porta pesada do The Black Room se fechou atrás deles, selando Sophia em um mundo que não lhe pertencia, mas que, de alguma forma, parecia ter sido feito para ela.Seu coração batia frenético contra o peito, não por medo, mas pela promessa do desconhecido. O ar era carregado, denso com uma eletricidade que parecia vibrar em sintonia com seu próprio corpo. O perfume amadeirado de Giovanni envolvia seus sentidos, um lembrete constante da presença dominante dele, enquanto sua mão firme a guiava com precisão, pressionando a base de suas costas nuas.Ela sentia o calor dele, a força silenciosa que exalava de cada movimento, de cada toque, de cada palavra não dita.— Confie em mim, Sophia. — A voz dele veio baixa, um sussurro grave que reverberou por sua espinha como uma promessa perigosa.Ela engoliu em seco, seus dedos tremendo levemente, mas não recuou. Porque, apesar do desconhecido, apesar da tensão quase insuportável entre eles, ela queria aquilo.O quarto era um santuário de control
— Sophia… — Amélia chamou baixinho, puxando a cadeira e sentando-se ao seu lado. Seus olhos escuros estavam carregados de preocupação. — Você não pode continuar assim. Se matar de trabalhar em dois empregos não será suficiente, você precisa de uma solução real.Sophia apertou os olhos, sentindo as lágrimas ameaçarem cair.Jogou sobre a mesa, a carta do hospital onde informava o prazo final da cirurgia da sua irmã. Hanna, tinha apenas cinco anos e sofria de uma condição cardíaca grave que necessitava de uma cirurgia de urgência, apenas essa cirurgia salvaria a vida de Hanna e o tempo estava se esgotando. — E qual é a solução, Amélia? Eu já tentei tudo! Bancos, empréstimos, associações de caridade… ninguém quer ajudar. O hospital exige o pagamento antes da cirurgia. Se eu não conseguir esse dinheiro em dois meses, Hanna…Ela não terminou a frase, a dor que sentiu apenas em pensar na possibilidade de perder sua irmã era demais para ela. Amélia respirou fundo, hesitando mas pensou em al