Sophia RomanoAcordo sozinha.O quarto está mergulhado em um silêncio opressor, e a luz suave da manhã atravessa as cortinas pesadas, deixando tudo com um tom acinzentado que reflete perfeitamente o vazio dentro de mim.Meu corpo ainda está mole, os músculos doloridos e exaustos pelos efeitos da noite anterior. Giovanni havia sido implacável. Como se estivesse determinado a me marcar de todas as formas possíveis. E ele conseguiu.Levanto-me devagar, os pés descalços encontrando o chão gelado. Cada movimento faz com que meu corpo proteste, e quando finalmente alcanço o banheiro, paro diante do espelho.Meu reflexo me encara de volta, os cabelos desgrenhados, os lábios inchados e a pele marcada com hematomas roxos e avermelhados espalhados pelo pescoço, ombros, seios e coxas.Tudo deixa claro o que sou: Propriedade dele.As marcas dizem tudo. Giovanni fez questão de me lembrar de quem eu pertenço. E a parte mais perversa é que, apesar de toda a dor e humilhação, um pedaço do meu ser des
Sophia Romano O carro preto me espera na entrada do hotel. O motorista, educado e impessoal, abre a porta para mim e eu entro. Me movo mecanicamente, como se fosse uma boneca sem vida.A porta se fecha e o carro começa a se mover. Minha mente, entretanto, permanece presa naquele maldito quarto, presa na humilhação que Giovanni me infligiu.A dor é insuportável. Um peso esmagador no meu peito, uma sensação de vazio que não consigo descrever. Eu sinto como se todo o meu corpo estivesse latejando com as marcas que ele deixou, mas é a dor interna que me destrói. Ele me usou. Me destruiu e, quando teve o que queria, me descartou como um brinquedo quebrado.A cada quilômetro que o carro percorre, a verdade se solidifica dentro de mim. Eu deveria ter esperado por isso. Eu deveria ter sido mais esperta. Mais forte. Mas, em vez disso, me entreguei completamente a um homem que nunca teve a intenção de ser gentil e sempre deixou claro que tudo não passava de um jogo. Um jogo sombrio e perigoso
Sophia Romano— Oh, Sophia… Eu sinto muito. Hanna… Ela passou muito mal. Tiveram que levá-la para o hospital às pressas.O mundo parece ruir sob meus pés. Minha visão fica turva e sinto o ar fugir dos meus pulmões.— Não… — A palavra sai em um sussurro desesperado, e eu quase perco as forças.— Eu tentei te ligar, mas seu telefone estava fora de área. — A senhora Miller continua, com a voz embargada pelo choro.— Preciso… preciso ir até ela. — Balbucio, com os dedos trêmulos vasculhando o bolso da bolsa em busca de dinheiro para o táxi. Deixo as malas com ela e corro até a pista em busca de um carro. Assim que consigo um, sem demora entro no veículo. — Vamos! — Ordeno, entrando no táxi e praticamente gritando o endereço do hospital.O carro arranca e meus dedos apertam o banco com força, como se aquilo fosse me impedir de desmoronar por completo.Hanna… minha pequena Hanna.As lágrimas escorrem pelo meu rosto sem que eu possa impedi-las. Porque o medo de perdê-la é esmagador. Porque,
Sinto minhas pernas vacilarem, como se o chão sob meus pés estivesse prestes a desabar. Meu coração bate tão rápido e descompassado que mal consigo respirar. O ar entra e sai em ofegos curtos, e tudo dentro de mim grita em desespero. Meu estômago se contorce numa dor surda — uma mistura de medo, impotência e culpa.Antes mesmo que minha mente consiga formular uma pergunta, a voz da doutora Carter volta a me atingir, agora com uma clareza que fere como navalha.— Sua irmã apresentou uma crise cardíaca aguda. A pressão arterial dela disparou repentinamente, e isso provocou uma dificuldade respiratória severa. Conseguimos estabilizá-la por ora, mas a situação é extremamente delicada. Ela está sob observação intensiva e recebendo os melhores cuidados, mas… — a médica hesita, e isso me dilacera ainda mais — estamos lidando com um quadro muito sensível, Sophia.Cada palavra é um soco no estômago.Um grito abafado se forma dentro de mim, como se minha alma protestasse contra aquela realidade
Giovanni BianchiA noite caiu sobre Nova York como um véu escuro e sufocante. Da janela envidraçada do meu escritório no último andar do edifício Bianchi, eu observava a cidade cintilando sob o céu nublado como se as estrelas, cansadas de brilhar, tivessem se escondido atrás de arranha-céus e promessas vazias.Lá fora, o mundo era meu. Cada centímetro de concreto, cada contrato assinado, cada nome sussurrado com reverência ou medo, tudo isso girava ao redor do meu império. Poder, dinheiro, controle. Era assim que eu moldava a realidade ao meu gosto.Mas ultimamente… nada disso tem bastado.Nada.Um vazio lateja dentro de mim, faminto, indomável. Um espaço que nenhuma mulher devota, nenhum adversário subjugado ou cifra milionária consegue preencher.Porque dentro desse vácuo tem um nome.Sophia.A doce, teimosa, fascinante e maldita Sophia Romano.Ela entrou na minha vida como um raio inesperado que atravessa o céu antes da tempestade. E desde então, nada mais esteve no lugar. Sophia
Minha mente é uma prisão e eu sou o carcereiro. As imagens vêm sem esforço, como se já tivessem sido esculpidas no meu subconsciente.Sophia amarrada na minha cama, os pulsos atados com seda preta que contrasta violentamente com sua pele pálida. Os braços esticados sobre a cabeça, as pernas abertas para mim como uma oferenda que só eu posso aceitar. Seus olhos me encaram, desafiadores e submissos ao mesmo tempo. Uma mistura que me deixa insano.Eu a imagino se contorcendo sob o meu toque, a voz fraca e trêmula tentando pedir para que eu pare, mas o desejo evidente em cada suspiro contradizendo qualquer palavra de recusa. Quero arrancar gemidos desesperados dos lábios dela. Quero vê-la perdida no prazer que só eu sou capaz de proporcionar.Minha respiração acelera enquanto a cena se desenrola na minha mente. As mãos dela presas, os olhos cegos por uma venda de seda, os sentidos aguçados e prontos para receber tudo o que eu decidir oferecer.Posso quase ouvir a voz dela chamando meu nom
Giovanni BianchiSento-me em uma das poltronas enquanto observo o frenesi que se instala no ambiente. As pessoas murmuram, ansiosas pelo que está por vir. Muitos estão aqui apenas para assistir. Outros desejam participar.Quando tudo está pronto, a mulher que escolhi é trazida até o palco. Seu nome é Verônica, uma submissa experiente que eu já havia usado antes. Ela é bela, com pele clara e curvas convidativas. Seus olhos brilham com expectativa e um toque de medo que eu conheço bem.Verônica é erguida do chão, os pulsos amarrados por cordas de couro pretas que pendem do teto, deixando seu corpo exposto e vulnerável. Suas pernas estão ligeiramente abertas, os tornozelos também amarrados e fixados no chão para que não haja nenhum movimento desnecessário.O ambiente silencia quando eu me levanto e me aproximo dela. Cada passo meu é calculado, cada movimento exala poder e controle.Pego o chicote fino de couro que repousa sobre a mesa ao lado e o seguro com firmeza.Minha mente fervilhav
Giovanni BianchiO silêncio é um veneno doce que se espalha pelo salão, misturado aos olhares sedentos da plateia que assiste ao espetáculo. Para eles, eu sou o mestre do prazer e da dor, o homem que controla corpos e mentes com um simples comando. Para Verônica, eu sou o seu senhor. O homem que a possui e a devora com um desejo que beira a crueldade.Todos os olhares estão fixos em mim e na mulher pendurada diante de mim, braços atados acima da cabeça, corpo exposto, completamente à mercê do meu controle. A plateia é um borrão irrelevante. Para eles, eu sou um espetáculo. Para ela, eu sou o poder absoluto.Eu caminho lentamente ao redor de Verônica, os saltos dos meus sapatos ecoando como trovões abafados pelo ambi