Sinto minhas pernas vacilarem, como se o chão sob meus pés estivesse prestes a desabar. Meu coração bate tão rápido e descompassado que mal consigo respirar. O ar entra e sai em ofegos curtos, e tudo dentro de mim grita em desespero. Meu estômago se contorce numa dor surda — uma mistura de medo, impotência e culpa.Antes mesmo que minha mente consiga formular uma pergunta, a voz da doutora Carter volta a me atingir, agora com uma clareza que fere como navalha.— Sua irmã apresentou uma crise cardíaca aguda. A pressão arterial dela disparou repentinamente, e isso provocou uma dificuldade respiratória severa. Conseguimos estabilizá-la por ora, mas a situação é extremamente delicada. Ela está sob observação intensiva e recebendo os melhores cuidados, mas… — a médica hesita, e isso me dilacera ainda mais — estamos lidando com um quadro muito sensível, Sophia.Cada palavra é um soco no estômago.Um grito abafado se forma dentro de mim, como se minha alma protestasse contra aquela realidade
Giovanni BianchiA noite caiu sobre Nova York como um véu escuro e sufocante. Da janela envidraçada do meu escritório no último andar do edifício Bianchi, eu observava a cidade cintilando sob o céu nublado como se as estrelas, cansadas de brilhar, tivessem se escondido atrás de arranha-céus e promessas vazias.Lá fora, o mundo era meu. Cada centímetro de concreto, cada contrato assinado, cada nome sussurrado com reverência ou medo, tudo isso girava ao redor do meu império. Poder, dinheiro, controle. Era assim que eu moldava a realidade ao meu gosto.Mas ultimamente… nada disso tem bastado.Nada.Um vazio lateja dentro de mim, faminto, indomável. Um espaço que nenhuma mulher devota, nenhum adversário subjugado ou cifra milionária consegue preencher.Porque dentro desse vácuo tem um nome.Sophia.A doce, teimosa, fascinante e maldita Sophia Romano.Ela entrou na minha vida como um raio inesperado que atravessa o céu antes da tempestade. E desde então, nada mais esteve no lugar. Sophia
Minha mente é uma prisão e eu sou o carcereiro. As imagens vêm sem esforço, como se já tivessem sido esculpidas no meu subconsciente.Sophia amarrada na minha cama, os pulsos atados com seda preta que contrasta violentamente com sua pele pálida. Os braços esticados sobre a cabeça, as pernas abertas para mim como uma oferenda que só eu posso aceitar. Seus olhos me encaram, desafiadores e submissos ao mesmo tempo. Uma mistura que me deixa insano.Eu a imagino se contorcendo sob o meu toque, a voz fraca e trêmula tentando pedir para que eu pare, mas o desejo evidente em cada suspiro contradizendo qualquer palavra de recusa. Quero arrancar gemidos desesperados dos lábios dela. Quero vê-la perdida no prazer que só eu sou capaz de proporcionar.Minha respiração acelera enquanto a cena se desenrola na minha mente. As mãos dela presas, os olhos cegos por uma venda de seda, os sentidos aguçados e prontos para receber tudo o que eu decidir oferecer.Posso quase ouvir a voz dela chamando meu nom
Giovanni BianchiSento-me em uma das poltronas enquanto observo o frenesi que se instala no ambiente. As pessoas murmuram, ansiosas pelo que está por vir. Muitos estão aqui apenas para assistir. Outros desejam participar.Quando tudo está pronto, a mulher que escolhi é trazida até o palco. Seu nome é Verônica, uma submissa experiente que eu já havia usado antes. Ela é bela, com pele clara e curvas convidativas. Seus olhos brilham com expectativa e um toque de medo que eu conheço bem.Verônica é erguida do chão, os pulsos amarrados por cordas de couro pretas que pendem do teto, deixando seu corpo exposto e vulnerável. Suas pernas estão ligeiramente abertas, os tornozelos também amarrados e fixados no chão para que não haja nenhum movimento desnecessário.O ambiente silencia quando eu me levanto e me aproximo dela. Cada passo meu é calculado, cada movimento exala poder e controle.Pego o chicote fino de couro que repousa sobre a mesa ao lado e o seguro com firmeza.Minha mente fervilhav
Giovanni BianchiO silêncio é um veneno doce que se espalha pelo salão, misturado aos olhares sedentos da plateia que assiste ao espetáculo. Para eles, eu sou o mestre do prazer e da dor, o homem que controla corpos e mentes com um simples comando. Para Verônica, eu sou o seu senhor. O homem que a possui e a devora com um desejo que beira a crueldade.Todos os olhares estão fixos em mim e na mulher pendurada diante de mim, braços atados acima da cabeça, corpo exposto, completamente à mercê do meu controle. A plateia é um borrão irrelevante. Para eles, eu sou um espetáculo. Para ela, eu sou o poder absoluto.Eu caminho lentamente ao redor de Verônica, os saltos dos meus sapatos ecoando como trovões abafados pelo ambi
Giovanni BianchiO salão está mergulhado em expectativa. Os olhares famintos se voltam para mim, ávidos por cada movimento que eu faço, por cada comando que eu emito. Para eles, eu sou o espetáculo. Para Verônica, sou o senhor que define cada fôlego que ela é autorizada a tomar.Minha presença domina o ambiente, e o silêncio que se espalha é o reconhecimento do meu poder absoluto. Verônica está pendurada diante de mim, os braços presos acima da cabeça, os pulsos marcados pela tensão das cordas que a seguram. Seu corpo nu está completamente exposto, vulnerável e entregue.Eu me movo ao redor dela como um predador calculista. Meus olhos percorrem sua pele marcada, a visão das linhas vermelh
O hospital novo era um verdadeiro colosso de tecnologia e luxo. Um edifício imponente com vidros reluzentes que se erguiam em direção ao céu como uma promessa de esperança. Sophia nunca tinha pisado em um lugar tão bem equipado. Hanna fora instalada na melhor ala possível, cercada por médicos e especialistas que pareciam não descansar um segundo. Equipes médicas inteiras dedicadas exclusivamente à saúde da menina, revisando exames, discutindo diagnósticos e planejando cada detalhe da cirurgia que seria realizada dali a poucos dias.Mas o que realmente chamava a atenção de Sophia era a quantidade absurda de recursos que haviam sido disponibilizados para Hanna. Equipamentos de última geração, medicamentos que ela nunca tinha ouvido falar e procedimentos caríssimos que só poderiam ser pagos por alguém com uma fortuna sem fim.Blanca, por outro lado, sorria mais do que nunca. A fé renovada em cada olhar esperançoso que dirigia para a filha. O brilho em seus olhos refletia a gratidão abso
Sophia desviou o olhar para a janela, os olhos fixos na paisagem nebulosa que se estendia além do vidro. A pergunta de Amélia ecoava em sua mente, trazendo de volta memórias que ela lutou para enterrar desde o momento em que deixou a Itália.Mas ali, no hospital, rodeada pelo luxo que Giovanni havia fornecido, ela sabia que não podia mais fugir. Era impossível ignorar a sombra dele que pairava sobre sua vida como uma ameaça constante.— Sophia? — Amélia insistiu, a voz um pouco mais suave, mas ainda cheia de preocupação. — O que aconteceu entre você e Giovanni na Itália?Sophia respirou fundo, fechando os olhos por um instante antes de encarar a amiga.— Nós… — Ela hesitou, o peito apertando e a garganta queimando como se as palavras fossem cacos de vidro. Mas era hora de enfrentar a verdade. — Nós tivemos um caso, Amélia. Um caso que nunca deveria ter acontecido.Amélia arregalou os olhos, o rosto dela se contorceu em uma expressão de incredulidade.— Um caso? Com Giovanni Bianchi? —