Eu precisava ir a esse evento. Não era só uma questão de querer — era uma obrigação. Marcas de renome estariam presentes, e aquele ambiente luxuoso era o palco perfeito para criar conexões e ampliar sua rede de contatos influentes. Se eu realmente queria mais visibilidade para o meu negócio, esse era o preço a pagar. Acabei levando a designer de relógios da marca comigo. Ela também buscava ampliar sua clientela, então foi vantajoso para ambos. Desde a conversa com Cassidy, algo havia mudado em mim. Eu faria o possível para ser um bom pai, disso eu não tinha dúvidas. Mas já estava decidido que não seríamos nada além de amigos. Então, cada um com a sua vida. — Até breve. Se quiser repetir outro dia... — Antonella sorriu antes de me dar um beijo rápido na bochecha e sair do apartamento. Fechei a porta, balançando a cabeça com um sorriso discreto. O dia ainda estava nascendo, e eu tinha uma reunião marcada com um amigo de negócios. Seria a ponte entre a empresa dele e a nossa.
— Vocês voltaram? — Mike perguntou, curioso, enquanto mordia uma maçã. — Quem? — fingi não entender, desviando o olhar. Ele ergueu a sobrancelha, me analisando com aquela expressão típica de quem sabia mais do que parecia e estava quase rindo de mim. — Não se faz de doida, eu te conheço. Suspirei, sabendo que não adiantava tentar enrolá-lo. — Não, não voltamos. Peter é uma das pessoas mais especiais da minha vida, mas ainda somos só amigos. Ele quis passar um tempo comigo, só isso. Daqui a dois dias, ele volta pra casa. Mike assentiu, mas continuou me encarando como se tentasse decifrar algo. — Entendi... Mas você sabe que eu gosto dele, né? O papai também. Se você quisesse... — deu de ombros. — Aliás, por que ele e Kai não se dão bem? Ontem, quando comentei que achava que vocês tinham voltado, o Kai pareceu... com raiva. Mordi o lábio, hesitando. — Eu realmente não sei. E, sinceramente? Eu vou apoiar o Peter. Desde aquela época, Kai implicava com ele sem motivo.
Eu havia acabado de sair de uma reunião exaustiva e estressante, pronto para ligar para Joshua e atualizar as últimas movimentações do nosso empreendimento, quando a tela do meu celular acendeu com uma mensagem de Dylan. "Olha isso, cara." Achei que fosse mais uma das brincadeiras dele, mas quando cliquei no link, senti o estômago despencar. As fotos eram tremidas, claramente feitas por um fã de futebol ou algum paparazzi inexperiente, mas a imagem era clara o suficiente. Cassidy, ao lado daquele idiota, Peter King, no shopping. Entrando e saindo de lojas de bebê, sorrindo, rindo, e ele com as mãos protetoras demais em sua cintura. E, como se não bastasse, a legenda destacava: "Namorada do quarterback dos 49ers, Peter King, está grávida." Merda. Aquilo já tinha ido longe demais. Era o meu filho. E eu não ia aceitar que a mídia ou ele tomassem um lugar que era meu por direito. Levantei da cadeira tão rápido que quase a derrubei. Entrei no elevador com o sangue fervendo qu
Eu estava ansiosa. Não, eu estava muito ansiosa. Extremamente ansiosa. O silêncio de Kai ao meu lado era quase palpável. Ele não demonstrava nada em gestos, mas o modo como permanecia quieto, quase rígido, me fez pensar que ele também sentia aquilo. Talvez fosse euforia. Talvez nervosismo. Estávamos juntos na clínica para a minha consulta, e, se tudo corresse bem, hoje descobriríamos o sexo do nosso bebê. — Cassidy Hawkins. O som do meu nome ecoou na sala de espera e fez meu coração dar um salto. Kai e eu caminhamos juntos, lado a lado. A médica era gentil, tinha uma voz calma, reconfortante. Conversou comigo sobre minha rotina, e eu expliquei tudo o que vinha sentindo durante os últimos dias, tentando manter a clareza, mas sentindo a ansiedade crescendo a cada segundo. Então ela me deitou e começou a preparar o exame. Kai estava sentado logo atrás de mim, quieto, as mãos entrelaçadas no colo. Ele apenas observava, de vez em quando respondendo com monossílabos às pergunt
— "Kai Hoke, herdeiro da tradicional família Hoke e um dos solteiros mais cobiçados do país, anunciou esta manhã que será pai de uma menina. A mãe da criança foi confirmada sendo Cassidy Hawkins, irmã de Olivia Hoke, cunhada de Kai. A notícia surge após jornais e blogs de fofoca especularem que o pai do bebê seria Peter King, quarterback do San Francisco 49ers e ex-namorado de Cassidy. Após o anúncio, internautas questionam se os dois estão juntos, já que Peter e Cassidy aparentam estar muito próximos ultimamente..." — Tudo bem, Mike, não precisa ler tudo em voz alta. — revirei os olhos, impaciente. — Espera, ouve só essa parte. — Ele riu, depois fez uma pausa dramática. — "A publicação já soma milhares de comentários. Os seguidores estão divididos entre felicitações e questionamentos sobre a gravidez. Cassidy, estudante de moda no último ano e estagiária em uma prestigiada revista, atraiu a atenção de dois homens lindos, famosos e milionários, levantando a pergunta: seria essa gra
Kai — Você está bem? Está mais calada hoje. Na verdade, tem estado assim nas últimas semanas. — comentei, tentando entender o que se passava.Estávamos na sala de espera para os exames de rotina dela. Nossa convivência estava se tornando mais próxima, um equilíbrio delicado... mas, de repente, Cassidy voltou a se fechar. O brilho no olhar, que começava a reaparecer, havia sumido de novo.— Estou bem, é apenas a mudança hormonal. — respondeu com um sorriso forçado, que não chegou aos olhos.Eu faço questão de acompanhá-la em tudo relacionado à gravidez. Quero estar presente. Às vezes é estranho, as pessoas presumem que somos casados, mas já aprendemos a lidar com os olhares e os comentários.Os boatos persistem. No entanto, depois que Peter se pronunciou publicamente, as coisas esfriaram um pouco. Ainda assim, não gosto da proximidade dos dois. Tenho certeza de que, se Cassidy quisesse, ele tentaria se reaproximar. E a verdade é uma só: não quero outro homem criando a minha filha.Cas
— Como assim? Você vai viver aqui do lado. — Falei, achando graça da ideia. Mas Kai não sorriu. Ele continuava parado, encarando o berço de um jeito estranho. Suas mãos tocaram o colchão, depois os travesseiros, como se testasse a firmeza. Algo na expressão dele me deixou preocupada. — Ei... você está bem? — perguntei, me aproximando. Então, de repente, ele soltou: — Eu não quero ninguém criando a minha filha, Cassidy. Franzi o cenho, confusa. — O quê? Do que você está falando? Kai segurou meu braço, firme, mas sem agressividade. Me olhou nos olhos, e o que vi ali foi uma mistura de medo e determinação. — Eu não quero que ninguém, além de mim, crie a minha filha. Porque... porque... — Por quê, Kai? — insisti, mais suave dessa vez. Ele respirou fundo, como se lutasse contra as palavras antes de soltá-las. — Porque é perigoso. Você nunca sabe do que as pessoas são capazes. Eu... eu não confio no Peter. Isso me pegou de surpresa. — Por que você tá falando do
"Após o anúncio da gravidez, Antonella Rizzo foi vista entrando e saindo do apartamento de seu então chefe, Kai Hoke, que, por coincidência ou não, vive no mesmo prédio que Cassidy Hawkins, mãe de sua filha. Fontes próximas à designer de joias afirmaram que os dois vinham tendo um affair há meses e que, após o anúncio da gravidez, Kai terminou o relacionamento a pedido da mãe de sua filha." — Quem é essa? — murmurou, o olhar preso ao telefone, a voz tensa. — Ninguém importante. — Respondi, tentando manter o controle. — Tudo o que ela quer é fama e visibilidade. Eu vou corrigir isso. Eu vou explicar pra você... — Não quero saber. — Sua voz firme cortou o ar como uma lâmina. — Cass... — Você disse que era coisa do passado, então não precisa me explicar nada. Eu não estou nem aí para o que essa moça diz. — Me encarou, os olhos frios e decididos. — Não temos nada, Kai. Nenhuma obrigação um com o outro. Mas eu peço... controle isso. Não quero esse tipo de coisa respingando na m