Luciana Estava cansada de ficar em repouso. Onde ia tinha alguém me vigiando ou me controlando. Sei da minha responsa, sei dos meus cuidados com meus filhos, não vai ser agora que vou vacilar, eu tenho que ter responsabilidade, mas também preciso me distrair, estar no meio dos meus, se não eu surto e adianta nada todo esse cuidado. Tio Nelson ficou lá comigo na sala até que o Bento saiu com a Emily. _ Vou indo também tio. Nelson: Bora, que eu te levo. _ Precisa não, algum adulto precisa ficar aí olhando essa garotada. Nelson: Eles que se virem. Vânia deixou eu na responsabilidade dos filhos dela. Como ela nunca vacilou com os meus, não posso vacilar com os dela. _ Certo, vou avisar a Carol. Sai andando devagar olhando pros lados procurando a minha aborrecente. Linda minha princesa, morro de amor por ela, tá crescendo já. Não sei o que eu estava procurando quando quis arrumar filho na minha idade. Parece coisa do destino mesmo. Nunca tinha brigado igual daquela forma com o J
Bento Não lembro de ter estado numa situação dessa parça, o nervosismo à flor da pele. Deixei a mina lá dentro e saí, tô aqui na rua de trás, afastado esperando a prima ou a tia dela aparecer. Porra, é complicado isso aí porque o coração fica acelerado. Percebi que até às palavras parecem sem sentido nenhum. Coração tava a mil e foda-se. Estava batendo a testa no volante porque já não sabia mais o que fazer quando me assustei com o barulho do meu celular. _ Alô. Nelson: Filho. E aí? _ Não sei, chamei a prima dela pra vir pra cá. Não sei de mais nada. Nelson: Fica calmo. Adianta nervosismo agora não. Cabeça no lugar sempre. Isso aí é só pelo primeiro, no segundo em diante é mais calmo. Se o papo dele era pra me acalmar tava dando errado. Bagulho louco. _ Que segundo o que seu Nelson. Esse veio de intrometido e vai ser o único. Nelson: Também tinha esse papo aí. – Riu do meu desespero. - Alegria porra, é meu neto que tá chegando. Vem pra cá, bora beber pra comemorar. _ Deix
Mônica Estamos chegando na casa da minha mãe. Emily ganhou alta do hospital e estamos indo para a casa com meu gorducho lindo, confesso que estou babando nele desde que o vi. Lindo toda vida meu dengo de dinda. Ela colocou eu e Edno para sermos padrinhos e assim que chegamos no portão ele já estava lá parado nos esperando. Edno: E aí? Cadê? Deixa eu ver meu molecão. – Disse pegando Bernardo do colo da minha mãe que estava no banco de trás com Emily. Lourdes: Cuidado Dinho, ele é pequeno e molinho. Edno: Eu sei tia. Oi molecão. Entramos e babamos muito em cima do Bernardo enquanto Emily foi para o quarto tomar banho e se trocar. É uma sensação inexplicável uma criança dentro de casa, parece outra energia e todos os presentes aqui concordam com isso, pois o bebezinho tem todos amarrados em seus dedinhos minúsculos. Depois do banho, minha prima desceu e já colocou ele para mamar porque estava todo agoniado. _Mamãe ingrata, não quer dá tête né Bê. Edno: Maltrata esse menino e eu t
Mônica Já tem alguns dias que o Bernardo nasceu e eu quase não vejo meu picucho por causa dos meus horários. Difícil conciliar trabalho na escola, curso a noite e a vida social. Não reclamo porque sei que que é para um propósito maior. Depois da conversa que eu tive com o Luiz eu fiquei meio desconfiada. Até que ponto ele sabia da minha vida? É óbvio que eu fico com medo porque ele é uma ótima pessoa, mas a fama que ganhou nessa vida, não veio atoa. Ele tem cargo alto na família, e com toda certeza não foi rindo e fazendo palhaçada que conseguiu tudo isso. Hoje ele está no interior, pois teve que fazer viagem e já faz três dias que não manda notícias. Não deu nem para fazer algo no aniversário dele, não só porque não gosta de comemorar, mas também porque o nascimento de Bernardo roubou toda a atenção. E pensar que o pequeno príncipe da dinda nasceu bem na madrugada no mesmo dia que ele. É muita alegria para meu pequeno coração. Cheguei tarde em casa depois do curso mais que ca
_ Intimação de que? – Tentei não demonstrar o nervosismo, mesmo com meu corpo tremulo e coração acelerado. Xxx: Senhora, está sendo chamada pra esclarecimento. _ Esclarecimento de que? Eu não devo nada, pago meus impostos. Xxx: Associação criminosa e formação de quadrilha. Aquilo foi como um soco no meu estômago. Tentei respirar, tentei raciocinar, tentei me manter em pé. Me segurei no armário ao meu lado e vi meus olhos perder a visão, embaçado pelas lágrimas. _ Co-como assim? Eu sou professora. Trabalho aqui. Fátima? Fala para ele. Fátima: Deve haver algum engano meu senhor, a Mônica trabalha aqui já um tempo e não é envolvida com essas coisas. Xxx : Como eu falei, é só esclarecimento por enquanto. Acho até melhor a senhora procurar um advogado. A justiça tem provas do seu envolvimento com traficantes e que inclusive usufrui bens originados do tráfico. A cada palavra meu coração ia diminuindo e eu ia ficando fraca. A conta chegou. Como? Eu nunca, nunca na minha vida de
Luizão: Como assim Mônica? Que papo é esse? _ Foi um oficial hoje lá na escola e me entregou a intimação. Eu estou com medo Luiz. - Não consegui segurar as lagrimas. - Não sei como eu consegui dirigir, o Edno me encontrou no caminho quando eu quase bati na moto dele e só estava me ajudando, me dando apoio. Luizão: Calma aí. Ele puxou o celular e depois de discar algum número, ficou me encarando, meu corpo começou a sentir o cansaço. Acabei sentando no sofá sob o seu olhar atento que continuava esperando alguém do outro lado da linha. Luizão: Fala Mariza, Luiz. Luizão: Preciso que tu dê um pulo aqui na quebrada. Luizão: Não, não, comigo de boa, papo é com minha mulher. Ela recebeu uma carta. Luizão: Não sei porra. Pra eles vim atrás dela assim com certeza eles tem alguma coisa. Luizão: Não, não deixo ela participar. Não caralho, já falei ela dificilmente anda do meu lado, ainda mais quando tô assim... Caralho. Luizão: Porra mano. Ela viajou comigo pro Rio recentemente. L
É sexta e como não fui para a escola vim para a casa da minha mãe ficar um pouco com meu gordinho para tentar aliviar a minha mente. Está com quase um mês e é a coisa mais linda, incrível como é a cara do Bento, de Emily aqui só a boca e o nariz porque é todinho o pai. Emily: E aí? _ Aguardar né? Segunda feira eu vou lá e a doutora vai comigo. Emily: Vai dar tudo certo Mônica. Se preocupa não, vários aqui conhece tua vida e todos sabem que tu é uma pessoa maravilhosa. _ Eu espero Emily, vou mentir não, estou morrendo de medo. Emily: E Luiz? _ Está feito um lunático querendo saber quem deu prova que eu estou envolvida. Na quarta lá em casa ligou e esculachou o Rd porque parece que as fotos foram lá do Rio. Emily: Foda prima, complicado demais. Agora deixa eu dar um banho nele que o pai ligou avisando que vinha aí, vai levar nós dois pra passear. _ hummmmmmmmm, já voltaram a se foder? - Perguntei tentando me animar um pouco. Emily: Queria! Porém... Não segurei a risada, se
Luciana: Não fica assim Mô, tô te achando tão pra baixo. Depois que o Luiz saiu me garantindo que as suas atitudes seriam apenas para preservar a minha liberdade eu vim para casa e no meio do caminho Luciana me ligou, como já não tinha nada para fazer estamos aqui falando de tudo e nada, só que meu ânimo está mais baixo que termômetro no polo norte. _ É tudo muito complicado Lu, veio tudo de uma vez sem me dar tempo de respirar ou reagir. Luiz fala que me ama, mas parece querer me abandonar nesse momento. Luciana: Não vai, até parece né? Como a amiga mãezona que ela é, ficou me confortando aquela noite até que o Jota passou para buscá-la. Ainda não estão juntos, ele está mais para um pau mandado dela, faz tudo sem questionar, dá até dó, mas foi ele que caçou isso, então ele que lute. Dormi a noite de sexta sozinha em casa e foi até bom para refletir. No sábado resolvi faxinar toda a casa, só assim esquecia de tudo que me assolava. Era muita preocupação e se não respirasse um pouc