Mônica Estamos chegando na casa da minha mãe. Emily ganhou alta do hospital e estamos indo para a casa com meu gorducho lindo, confesso que estou babando nele desde que o vi. Lindo toda vida meu dengo de dinda. Ela colocou eu e Edno para sermos padrinhos e assim que chegamos no portão ele já estava lá parado nos esperando. Edno: E aí? Cadê? Deixa eu ver meu molecão. – Disse pegando Bernardo do colo da minha mãe que estava no banco de trás com Emily. Lourdes: Cuidado Dinho, ele é pequeno e molinho. Edno: Eu sei tia. Oi molecão. Entramos e babamos muito em cima do Bernardo enquanto Emily foi para o quarto tomar banho e se trocar. É uma sensação inexplicável uma criança dentro de casa, parece outra energia e todos os presentes aqui concordam com isso, pois o bebezinho tem todos amarrados em seus dedinhos minúsculos. Depois do banho, minha prima desceu e já colocou ele para mamar porque estava todo agoniado. _Mamãe ingrata, não quer dá tête né Bê. Edno: Maltrata esse menino e eu t
Mônica Já tem alguns dias que o Bernardo nasceu e eu quase não vejo meu picucho por causa dos meus horários. Difícil conciliar trabalho na escola, curso a noite e a vida social. Não reclamo porque sei que que é para um propósito maior. Depois da conversa que eu tive com o Luiz eu fiquei meio desconfiada. Até que ponto ele sabia da minha vida? É óbvio que eu fico com medo porque ele é uma ótima pessoa, mas a fama que ganhou nessa vida, não veio atoa. Ele tem cargo alto na família, e com toda certeza não foi rindo e fazendo palhaçada que conseguiu tudo isso. Hoje ele está no interior, pois teve que fazer viagem e já faz três dias que não manda notícias. Não deu nem para fazer algo no aniversário dele, não só porque não gosta de comemorar, mas também porque o nascimento de Bernardo roubou toda a atenção. E pensar que o pequeno príncipe da dinda nasceu bem na madrugada no mesmo dia que ele. É muita alegria para meu pequeno coração. Cheguei tarde em casa depois do curso mais que ca
_ Intimação de que? – Tentei não demonstrar o nervosismo, mesmo com meu corpo tremulo e coração acelerado. Xxx: Senhora, está sendo chamada pra esclarecimento. _ Esclarecimento de que? Eu não devo nada, pago meus impostos. Xxx: Associação criminosa e formação de quadrilha. Aquilo foi como um soco no meu estômago. Tentei respirar, tentei raciocinar, tentei me manter em pé. Me segurei no armário ao meu lado e vi meus olhos perder a visão, embaçado pelas lágrimas. _ Co-como assim? Eu sou professora. Trabalho aqui. Fátima? Fala para ele. Fátima: Deve haver algum engano meu senhor, a Mônica trabalha aqui já um tempo e não é envolvida com essas coisas. Xxx : Como eu falei, é só esclarecimento por enquanto. Acho até melhor a senhora procurar um advogado. A justiça tem provas do seu envolvimento com traficantes e que inclusive usufrui bens originados do tráfico. A cada palavra meu coração ia diminuindo e eu ia ficando fraca. A conta chegou. Como? Eu nunca, nunca na minha vida de
Luizão: Como assim Mônica? Que papo é esse? _ Foi um oficial hoje lá na escola e me entregou a intimação. Eu estou com medo Luiz. - Não consegui segurar as lagrimas. - Não sei como eu consegui dirigir, o Edno me encontrou no caminho quando eu quase bati na moto dele e só estava me ajudando, me dando apoio. Luizão: Calma aí. Ele puxou o celular e depois de discar algum número, ficou me encarando, meu corpo começou a sentir o cansaço. Acabei sentando no sofá sob o seu olhar atento que continuava esperando alguém do outro lado da linha. Luizão: Fala Mariza, Luiz. Luizão: Preciso que tu dê um pulo aqui na quebrada. Luizão: Não, não, comigo de boa, papo é com minha mulher. Ela recebeu uma carta. Luizão: Não sei porra. Pra eles vim atrás dela assim com certeza eles tem alguma coisa. Luizão: Não, não deixo ela participar. Não caralho, já falei ela dificilmente anda do meu lado, ainda mais quando tô assim... Caralho. Luizão: Porra mano. Ela viajou comigo pro Rio recentemente. L
É sexta e como não fui para a escola vim para a casa da minha mãe ficar um pouco com meu gordinho para tentar aliviar a minha mente. Está com quase um mês e é a coisa mais linda, incrível como é a cara do Bento, de Emily aqui só a boca e o nariz porque é todinho o pai. Emily: E aí? _ Aguardar né? Segunda feira eu vou lá e a doutora vai comigo. Emily: Vai dar tudo certo Mônica. Se preocupa não, vários aqui conhece tua vida e todos sabem que tu é uma pessoa maravilhosa. _ Eu espero Emily, vou mentir não, estou morrendo de medo. Emily: E Luiz? _ Está feito um lunático querendo saber quem deu prova que eu estou envolvida. Na quarta lá em casa ligou e esculachou o Rd porque parece que as fotos foram lá do Rio. Emily: Foda prima, complicado demais. Agora deixa eu dar um banho nele que o pai ligou avisando que vinha aí, vai levar nós dois pra passear. _ hummmmmmmmm, já voltaram a se foder? - Perguntei tentando me animar um pouco. Emily: Queria! Porém... Não segurei a risada, se
Luciana: Não fica assim Mô, tô te achando tão pra baixo. Depois que o Luiz saiu me garantindo que as suas atitudes seriam apenas para preservar a minha liberdade eu vim para casa e no meio do caminho Luciana me ligou, como já não tinha nada para fazer estamos aqui falando de tudo e nada, só que meu ânimo está mais baixo que termômetro no polo norte. _ É tudo muito complicado Lu, veio tudo de uma vez sem me dar tempo de respirar ou reagir. Luiz fala que me ama, mas parece querer me abandonar nesse momento. Luciana: Não vai, até parece né? Como a amiga mãezona que ela é, ficou me confortando aquela noite até que o Jota passou para buscá-la. Ainda não estão juntos, ele está mais para um pau mandado dela, faz tudo sem questionar, dá até dó, mas foi ele que caçou isso, então ele que lute. Dormi a noite de sexta sozinha em casa e foi até bom para refletir. No sábado resolvi faxinar toda a casa, só assim esquecia de tudo que me assolava. Era muita preocupação e se não respirasse um pouc
Acordei de madrugada com um barulho de muitas vozes. A voz da Lu se sobressaia, porque até quando estava calma a sua voz era alta. Eu dormi no quarto da Carol. Ela de bom grado me cedeu a cama enquanto Douglas foi dividir a cama com a Lu e o Jota. Sim, a casa precisava de um homem caso alguém aparecesse para me procurar, essas foram as palavras de desculpa para dormir aqui. Ele estava muito chateado com o irmão que deu essa mancada com uma mina legal como a Mônica, também foram palavras suas. Luciana: Te juro Luiz, se acontecer alguma coisa com meu filho, eu volto e coitado de você. Luizão: Para de ser louca Luciana. Não pega o bonde andando e pangua nas ideia. - A voz dele também estava alterada. Sai do quarto em silêncio e cheguei na sala da mesma maneira. Luciana: Luiz, eu esperava mais de você sabia. Sempre te admirei como exemplo de homem e olha o que tu faz. A menina passando pelo negócio que nem é dela e tu por aí com piranha. Luizão: Cala a porra da boca mulher. Tu
Mariza: Lembra de tudo que nós conversamos. Não vai acontecer nada, o que não pode é você cair em suas provocações, e acredite eles vão tentar o impossível, então mantenha a calma e se fugir do controle eu estarei ao seu lado. _ OK. Ok é o caralho. Por fora eu poderia estar demonstrado uma paz serena, mas por dentro estava pior que o furacão Katrina. Estávamos na porta da delegacia e tudo estava me dizendo que ia dar merda. _ Doutora, eu estou com medo. Mariza: Não fica. Como eu te disse o que eles têm não é suficiente para te prender, claro que vão tentar algo para conseguir mais, por isso eu preciso que você mantenha a cabeça no jogo e lembre-se de tudo que combinamos. Dessa vez apenas assenti com a cabeça. Mesmo nervosa segui juntamente com ela. Coloquei uma calça jeans escura e uma blusa social azul bebê para demonstrar serenidade. Me vesti de acordo com o que eu queria mostrar a eles, que eu não devia nada, que era apenas uma professora tentando deixar minha marca e minh