- Do que você está falando? – ele não se virou para me olhar e apenas se dirigiu para a cadeira em frente a minha mesa.- Você sabe. Você dormiu com Penélope.- Por que você acha isso? – ele ainda não estava me olhando.- Você dormiu. Não adianta negar, Tony – ele finalmente me olhou e lá estava a verdade estampada na cara dele.- Eu dormi. Mas foram apenas algumas vezes.- Algumas vezes?! E eu aqui pensando em uma única vez. – Eu cruzei os braços e encostei-me à minha mesa – E?- E? O que você quer saber? É complicado. Essa mulher é complicada pra caralho. Ela tem o dom de me enlouquecer. Uma hora eu a quero e na outra eu quero mata-la. Simples assim.- Giovanna vai ficar uma fera se você a magoar, Antony.- Eu? Eu a magoar? Sério? Estamos falando da mesma Penélope?- Ok. Ela é irritante e ameaçadora, mas ela ainda é a melhor amiga da minha esposa. Eu sei das suas predileções, porra. Não ouse...- Não ouse você. Não vou falar com você sobre isso. Cuide da sua vida. Eu não fico me met
Giovanna- O que foi isso? – perguntei a Penny depois que os rapazes saíram do quarto. Ela franziu o cenho como se não tivesse entendendo nada.- O quê?- Não se faça de boba.- Eu não sei do que você está falando.- Sério? Você vai jogar comigo? O que há? Eu não sou digna de confiança?- Falou a pessoa que escondeu de mim a sua identidade secreta durante anos. – Cuspiu. E, eu tenho que confessar, aquilo doeu. No fundo eu sabia que a minha amiga guardava uma pequena mágoa sobre isso, mas ela tinha razão. De qualquer modo eu sabia também que ela estava me atacando como uma forma de defesa. Ela não queria chegar ao X da questão. – Sinto muito – ela segurou minha mão – Eu sou uma idiota.- Tudo bem.- Não. Não está tudo bem. Eu só estou sendo estúpida com você por que eu não quero admitir que eu fui pra cama com o seu cunhado mais de uma vez e que ele é deliciosamente arrogante e bruto.Aquilo me deixou em choque. Por que eu desconfiava que havia algo ali, mas isso era muito detalhe, cer
Giovanna- O que você está fazendo? – A voz de Matteo era um misto de repreensão e impaciência. Desviei minha atenção do teclado e direcionei para ele, que tinha os braços cruzados sobre o peito e sua cara era de poucos amigos.- Não vamos começar com isso de novo. - Se você não quer começar com isso de novo é muito simples de se resolver. Basta que você volte para a cama e fique lá até segunda ordem médica.Soltei uma respiração forte, mas puxei outra profunda e lenta, então respondi com uma voz suave. – Meu amor, eu não estou correndo, nem carregando peso. Eu só estou sentada diante de um computador resolvendo algumas questões de trabalho. Mas nada que exija de mim um esforço que eu não esteja autorizada a imprimir.- A médica disse: repouso absoluto.- Isso foi há três dias, Teo. E ela só pediu isso como uma medida preventiva. Não foi nada fora do normal. Fiz um período de repouso absoluto e tomei os remédios conforme ela prescreveu. Alimentei-me de forma correta e não tive nenhum
Eu estava de pé na varanda da nossa suíte. Enquanto Matteo andava de um lado para o outro no quarto resolvendo alguns problemas da vinícola com Andrei. Meu coração estava pequeno com essa viagem de última hora de Teo. Saber que ele estava ao alcance da mão, fazia toda a diferença para minha sanidade mental. Foi uma semana atípica, se eu tomo como referência a minha antiga vida tão sem complicações e sem alterações significativas. As maiores aventuras da minha vida eram vividas nas páginas de livros, ou em uma tela. Seja como for, meus pés estavam sempre firmes no chão. Agora, parecia que tudo estava fora do lugar, exceto Matteo e eu. Nós juntos éramos a única coisa certa nisso tudo. O nosso amor era o que dava sentido a toda essa bagunça na qual estávamos mergulhados. E valia a pena. Deus! Como valia.- Odeio ter que deixá-la sozinha. – a proximidade da sua voz me tirou dos meus pensamentos. Ele me abraçou por trás e descansei minha cabeça em seu peito.- Eu não ficarei sozinha, queri
Eu caminhei animada para o terraço para esperar o meu café-da-manhã. Era tarde para isso, mas eu nunca abria mão de tomá-lo. Eu podia até pular o almoço, mas não a primeira refeição. Era como se o dia não tivesse começado sem ele. Não havia muito movimento de carros na empresa pelo que eu podia ver. Geralmente, quando Teo está em casa, vejo mais carros estacionados na frente. Além disso, era quinta-feira. As visitas à vinícola se intensificavam apartir deste dia da semana, mas eu não vi, nos últimos dias, movimento algum dos tradicionais passeios. Eu adorava interagir com os visitantes, embora isso tenha acontecido muito pouco até o momento. Primeiro por que eu estou aqui a pouco tempo, segundo por que eu tenho sido mantida enclausurada nos últimos dias por causa do repouso absoluto que a médica havia recomendado e também por questões de segurança. Eram pessoas vindas das mais diversas partes do mundo ou até mesmo de outras regiões da Itália. Para mim, que nunca fui uma viajante assíd
- Como eu disse antes, eu estou muito tranquilo com a maneira como vocês vêm lidando com a companhia. Apesar de deter uma parcela considerável de ações, não é um campo que eu pretenda explorar diretamente. Mas um investimento que tem se mostrado bastante promissor. No entanto, uma vez que vocês estão inserindo um novo nicho de mercado, eu quis ficar a par dos reflexos que isso vai ter na economia da empresa e no valor das ações. Confesso que não estava convencido de que era uma medida segura para os nossos negócios. Agora estou mais tranquilo com todas as informações e esclarecimentos que você me ofereceu.- Eu fico feliz e estou à disposição para qualquer dúvida que você possa ter. Vou providenciar para que você receba relatórios atualizados de cada passo que dermos nessa mudança.- Eu agradeço. Desde que as coisas estejam caminhando a contento, eu estou mais do que satisfeito e tê-lo à frente de tudo, meu amigo. – Disse a Robert Staton, atual presidente das Indústrias SDM. – Ah, e o
Giovanna - Eu a quero morta – foi a primeira coisa que eu ouvi. Nenhuma parte do meu corpo obedecia aos meus comandos. Nem mesmos as minhas pálpebras. Meu instinto de sobrevivência gritava para que eu reagisse e corresse para longe, mas era inútil. Tentei me concentrar nos sentidos que me restavam. A audição estava bem. Percebi. O olfato também. Eu podia sentir perfeitamente o cheiro de umidade, terra e mofo. - Você sabe muito bem que ela é o nosso bilhete dourado. Não podemos nos desfazer dela. – Era uma voz masculina agora. - Você está cansado de saber que eu não estou nessa pelo dinheiro. - Mas eles sim. Eles estão pouco se importando se você tem uma porra de uma dor de cotovelo. A Família quer resultado, entendeu.- E o que você quer?- Vingança. Isso é o que eu quero. Tenho a família daquele desgraçado comigo e isso é suficiente para destruí-lo, eu sei. Mas nós não estamos sozinhos nessa e eles não investiram seus recursos em vão. Eu os convenci de que estava fazendo um bom n
GiovannaA próxima vez que retornei à consciência, detectei de pronto o cheiro de mofo. Apenas por ele já sabia que permanecia no mesmo lugar onde havia despertado antes. Mas, dessa vez, havia também um perfume amadeirado, limpo, apesar do local. Então eu sabia que não estava sozinha. Alguém estava muito perto de mim – Finalmente. A respiração dela mudou. – disse uma voz grave. Pensei que a perderia. Será que ela pode me ouvir?Tentei engolir, mas era como se pregos descessem pela minha garganta. Precisava abrir os olhos e ver onde eu estava. Tentei, mas falhei à princípio. Ouvi outra voz. Desta vez, aparentava pertencer a um homem idoso.- Não tenho certeza se ela pode ouvir. Mas ela vai ficar bem. Estava desidratada, ficou muito tempo inconsciente, sem alimentar-se e sem tomar líquidos. O perigo maior foi a dosagem da droga que você deu para que ela apagasse. Mas agora ela está medicada. Basta mantê-la no soro e dar-lhe algum tempo. - Obrigado. Eu tenho todas as instruções para cui